Ásia/Oceania

Qual é o limite de estrangeiros na Liga Saudita? A Trivela explica

O número elevado de atletas de diferentes nacionalidades indo para a Arábia Saudita está levantando dúvidas

A Arábia Saudita tem sido o grande destaque da janela de transferências do meio do ano. Com ofertas exorbitantes e salários irreais para quase todos os clubes do mundo, clubes do país têm contratado grandes nomes do futebol europeu e que ainda têm lenha para queimar. Cristiano Ronaldo foi o primeiro, ainda no início do ano, e foi seguido por Karim Benzema, Roberto Firmino, Sadio Mané, N'Golo Kanté, Neymar e outros jogadores de destaque.

O número elevado de atletas de diferentes nacionalidades indo para o país do Oriente Médio, no entanto, começou a levantar algumas dúvidas. Afinal…

Qual o limite de estrangeiros na Liga Saudita?

O regulamento da competição permite que cada clube registre oito estrangeiros, mas somente sete podem entrar em campo. Apesar de parecer um número elevado, oito dos 18 clubes que disputam a primeira divisão saudita possuem nove ou mais atletas de outras nacionalidades em seus elencos: Abha, Al-Ahli, Al-Ettifaq, Al-Fateh, Al-Hilal, Al-Ittihad, Al-Nassr e Al-Raed.

Como era na China?

O limite para estrangeiros na Liga Saudita é muito mais cômodo aos clubes do que o do Campeonato Chinês, que também contou com nomes relevantes do futebol mundial antes da pandemia de COVID-19, mesmo que em menor escala e relevância. Desde 2020, são permitidos quatro jogadores de fora da China por equipe, mas apenas três em campo durante os jogos.

Entre 2009 e 2017, o Campeonato Chinês permitiu que times pudessem contar com um quinto estrangeiro caso sua nacionalidade fosse de algum país da Confederação Asiática de Futebol. A competição também autorizou mais dois na temporada de 2012 para os times que disputaram a Liga dos Campeões da AFC, principal torneio de clubes do continente.

O que fazer com os estrangeiros extras?

Os clubes sauditas que possuem mais estrangeiros do que o permitido terão de se livrar dos ‘gringos' sobrando. Caso não queiram rescindir o contrato e perder um jogador de graça, ainda vão ter que correr contra o tempo. Isso porque as janelas de transferências dos principais países da Europa fecham em breve.

Em Portugal, a janela fecha em 31 de agosto. Já 1º de setembro será a data limite para clubes de Alemanha, França, Itália, Holanda, Espanha e Inglaterra. Por outro lado, times da própria Arábia Saudita podem inscrever novos atletas até 20 de setembro.

Outra possibilidade é simplesmente seguir com os estrangeiros que estão sobrando, mas não inscreve-los na competição nacional. Apesar da ideia não parecer ser muito inteligente, ela pode acabar fazendo sentido caso a competição e o Governo do país mudem as regras em relação aos estrangeiros, o que pode acontecer em breve justamente pelo êxodo de craques internacionais rumo à Arábia Saudita.

Qual o limite de estrangeiros na Liga dos Campeões da AFC?

As regras da Liga dos Campeões da AFC são mais restritas. Os clubes podem inscrever um número ilimitado de estrangeiros, mas apenas seis podem ser relacionados para as partidas, sendo ao menos um de nacionalidade de um país pertencente à Confederação Asiática de Futebol.

Caso não não tenha um estrangeiro asiático, o limite do clube baixa para cinco. Na terça-feira (22), pela fase preliminar da Liga dos Campeões da AFC, o Al-Nassr venceu o Shabab Al-Ahli por 4 a 2 e garantiu vaga na fase de grupos com cinco titulares de fora da Arábia Saudita: o costa-marfinense Ghiskain Konan, o croata Marcelo Brozovic, o brasileiro Anderson Talisca, o senegalês Sadio Mané e, claro, o português Cristiano Ronaldo.

Além do Al-Nassr, outros três times da Arábia Saudita estarão na fase de grupos do torneio continental. Campeão saudita na temporada 2022/23, o Al-Ittihad tem dez estrangeiros atualmente. Já o Al-Hilal, que recentemente contratou Neymar, tem nove, enquanto o Al-Fayha conta com oito.

Quem são os estrangeiros dos quatro clubes sauditas que disputarão a Liga dos Campeões de AFC?

  • Al-Ittihad: Romarinho, Marcelo Grohe, Igor Coronado, Fabinho (Brasil), Abderrazak Hamdallah (Marrocos), Karim Benzema, N'Golo Kanté (França), Jota (Portugal), Ahmed Hegazi e Tarek Hamed (Egito);
  • Al-Hilal: Michael, Malcom, Neymar (Brasil), Rúben Neves (Portugal), Koulibaly (Senegal), Milinkovic-Savic, Aleksandar Mitrovic (Sérvia), Yassine Bounou (Marrocos) e Jang Hyun-soo (Coreia do Sul);
  • Al-Fayha: Ricardo Ryller (Brasil), Víctor Ruiz (Espanha), Anthony Nwakaeme, Henry Onyekuru (Nigéria), Milan Pavkov, Vladimir Stojkovic (Sérvia), Gojko Cimirot (Bósnia) e Fashion Sakala (Zâmbia);
  • Al-Nassr: Anderson Talisca, Alex Telles (Brasil), Cristiano Ronaldo, Otávio (Portugal), Marcelo Brozovic (Croácia), Seko Fofana, Ghislain Konan (Costa do Marfim), Sadio Mané (Senegal), Pity Martínez (Argentina) e David Ospina (Colômbia).
Foto de Felipe Novis

Felipe NovisRedator

Felipe Novis nasceu em São Paulo (SP) e cursa jornalismo na Faculdade Cásper Líbero. Antes de escrever para a Trivela, passou pela Gazeta Esportiva.
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