A espera pelos campeonatos europeus está próxima do fim. Na Espanha, a edição de 2024/25 de La Liga será a primeira entre as cinco grandes ligas do Velho Continente, já nesta quinta-feira, 15 de agosto.
Athletic Bilbao e Getafe, no estádio de San Mamés, abrem a primeira rodada, estendida até a segunda seguinte (18).
1ª rodada de La Liga 2024/2025
- Athletic Bilbao x Getafe – Quinta-feira (15), às 14h
- Betis x Girona – Quinta-feira (15), às 16h30
- Celta x Alavés – Sexta-feira (16), às 14h
- Las Palmas x Sevilla – Sexta-feira (16), às 16h30
- Osasuna x Leganés – Sábado (16), às 14h
- Valencia x Barcelona – Sábado (17), às 16h30
- R. Sociedad x Rayo Vallecano – Domingo (18), às 14h
- Mallorca x Real Madrid – Domingo (18), às 16h30
- Valladolid x Espanyol – Segunda (19), às 14h
- Villarreal x Atlético de Madrid – Segunda (19), às 16h30
O Real Madrid, 36 vezes campeão espanhol, defende a taça após conquistá-la com incríveis 95 pontos, quando também levou (de novo) a Champions League. Defendendo a taça na última temporada, o Barcelona sofreu crise com ídolo Xavi Hernández, o demitiu e agora inicia um novo ciclo, voltando a usar o Camp Nou a partir de novembro após reformas.
Confira neste guia de rápido da Trivela os detalhes sobre o campeonato, quem são os favoritos ao título espanhol, outros que podem surpreender e as possíveis decepções da competição.
■ La Liga 2024/2025
- Início: 15 de agosto de 2024 (quinta-feira)
- Fim: 1º de junho de 2025 (domingo)
- Número de equipes: 20
- Atual campeão: Real Madrid
- Promovidos para a 1ª divisão: Leganés, Valladolid e Espanyol
Distribuição de vagas
- Champions League: Quatro primeiros colocados
- Liga Europa: 5º colocado
- Conference League: 6º colocado
- Rebaixamento: três últimos colocados
Onde assistir
Os direitos de transmissão de La Liga seguem exclusivos do canais Disney no Brasil. Com isso, as partidas do Campeonato Espanhol serão transmitidas na ESPN (tv por assinatura) e Disney+ (streaming).
Clubes participantes
Alavés, Athletic Bilbao, Atlético de Madrid, Barcelona, Betis, Celta, Espanyol, Getafe, Girona, Las Palmas, Leganés, Mallorca, Osasuna, Rayo Vallecano, Real Madrid, Real Sociedad, Sevilla, Valencia, Valladolid e Villarreal.
Jogadores brasileiros na temporada
- Atlético de Madrid: Samuel Lino
- Barcelona: Raphinha e Vitor Roque
- Celta de Vigo: Jailson
- Real Madrid: Éder Militão, Endrick, Vinicius Junior e Rodrygo
- Real Vailladolid: Kenedy, Marcos André e Lucas Rosa
- Sevilla: Marcão
■ Favoritos para La Liga em 2024/25
Não dá para fugir muito quando se trata dos times mais propensos a ganhar o Campeonato Espanhol. Há 20 anos, apenas o Atlético de Madrid, em duas oportunidades, quebrou a polarização de título entre Merengues e Blaugranas. Até por isso, os Colchoneros são considerados candidatos, atrás da dupla mais rica, os grandes favoritos.
Real Madrid
Pela fase do Barça, o Real desponta muito mais na luta por La Liga. O melhor elenco, coletivo, trabalho de técnico e projeto está no Santiago Bernabéu.
Ao grupo de jogadores supercampeão dos últimos anos se juntaram “apenas” Kylian Mbappé e Endrick. É basicamente uma nova versão galáctica, com a dupla se unindo a Vinicius Júnior, Bellingham e Rodrygo no ataque.
Claro que há questões a serem respondidas. A aposentadoria de Toni Kroos, por exemplo, deixa o meio-campo mais físico e intenso do que técnico e passador como era com o alemão (Modrić pode se aproveitar disso).
A saída de Nacho Fernández, capaz de jogar de zagueiro ou lateral, é outro peso no elenco, visto que para zaga são quatro opções, Rüdiger, Militão, Alaba (ainda em recuperação de lesão) e Jesús Vallejo.
Até o encaixe tático de Mbappé e a sustentabilidade do esquema é uma questão para comissão técnica.
O técnico Carlo Ancelotti, desde 2021 no cargo, é o melhor nome possível para encontrar as soluções em meio a tantas dúvidas, como bem fez em 2023/24, uma das grandes temporadas de sua longa carreira.
Barcelona
Se na capital espanhola há muitas certezas, o que existe na Catalunha são dúvidas de como será a primeira temporada sob comando de Hansi Flick, um técnico ofensivo como a história do Barça, mas de caminhos diferentes que os nomes históricos que passaram lá.
O Barcelona ainda segue com muitos problemas financeiros, que impedem que o elenco seja equilibrado com boas opções para todas as posições.
É verdade que o clube abriu os cofres para contar com Dani Olmo. Nico Williams, outro sonho, parece improvável. Gavi, fora por quase toda temporada passada por lesão, é tratado como reforço após recuperação.
A aposta, como já salvou o clube em outras oportunidades, parece ser nas crias de La Masia. Em 23/24, Xavi foi bem ao promover e dar rodagem para Fermín López, Pau Cubarsí e Lamine Yamal.
Agora, os novos promissores que devem ganhar minutos são os meio-campistas Marc Casadó e Pablo Torre e os laterais Alex Valle e Hector Fort.
No ataque, as interrogações apontam para os futuros de Vitor Roque, Ansu Fati e Ferran Torres. A saída de um ou mais desses nomes exigirá que o Barcelona atue no mercado para que o elenco não fique ainda mais enfraquecido.
Atlético de Madrid
Com o rival catalão tão mal, o Atleti pode voltar a lutar pelo título de La Liga, algo que não acontece efetivamente desde que foram campeões, em 2021.
A gestão do CEO Miguel Angel Gil Marin abriu os cofres após muito tempo e investiu cerca de 183 milhões de euros para trazer quatro possíveis titulares: Le Normand, Julián Alvarez, Conor Gallagher e Sorloth.
Ao custo disso, porém, perdeu importante peças na defesa, setor que mais falhou na última temporada (sofreu 43 gols em 38 rodadas), e as opções para zaga estão deficitárias, mesmo cenário das alas.
Diego Simeone entrará na 14ª temporada no comando dos Colchoneros e já mostrou em diferentes oportunidades que consegue convencer e mobilizar os jogadores apesar do tempo no cargo.
Há alguns anos, o técnico argentino tem mudado o perfil do time, antes tão conservador, por vezes lançando escalações bem ofensivas — mesmo que frágeis defensivamente na mesma medida.
Quem pode surpreender
No Campeonato Espanhol, fora do trio super-rico, surpreender é conseguir uma vaga para próxima Champions League, como fez o Girona neste ano, porque a taça é altamente improvável.
Athletic Bilbao
Dentre os times abaixo do trio, o Bilbao provavelmente é quem menos sofreu com saídas.
Dentre os considerados titular, não perdeu ninguém. Saíram apenas alguns reservas, como Muniain e Villalibre. Ao mesmo tempo, justificado pela limitação de contratar bascos ou descendentes, trouxe apenas Djaló e Gorosabel.
A tendência é manter o bom nível da temporada passada, quando foram campeões da Copa do Rei e terminaram em 5º em La Liga. Isso passa, porém, pela permanência de Nico Williams, ainda especulado no Barça.
Sobre o treinador, Ernesto Valverde se provou ser ótimo, mantendo um patrão tático interessante e, há dois anos no cargo, difundindo cada vez melhor suas ideias ao grupo de jogadores.
Sevilla
Irregular da forma que foi nas duas últimas temporadas, em certos momentos lutando contra o rebaixamento, qualquer posição que seja na parte de cima da tabela já é um grande feito para o Sevilla.
Mas, caso haja um respaldo do trabalho da comissão técnica pela gestão — não respeitado recentemente –, pode acontecer algo legal sob o comando de García Pimienta.
O técnico catalão trabalhou por duas décadas no Barcelona, onde passou por todas as categorias como treinador principal. Saiu em 2021 para assumir, no ano seguinte, um projeto de longo prazo no Las Palmas.
Nos Amarillos, os trouxe de volta à La Liga após 5 anos e, mais do que isso, tornou um time bem competitivo e agradável de assistir. Conseguiram permanecer na elite no retorno, incrivelmente com média de posse de bola superior ao campeão Real Madrid — o 2º, com 59.8%.
Se realizou isso com o Las Palmas, Pimienta, com um elenco mais capacitado, pode dar o salto que não conseguiu nas Ilhas Canárias.
De mais importante, o Sevilla só perdeu o centroavante En-Nesyri, trazendo nomes conhecidos, apesar de em baixa, como Iheanacho, Lokonga e Saúl Ñíguez.
Quem pode decepcionar
A possível decepção na Espanha parte de equipes que, apesar de manterem os técnicos, perderam jogadores importantes na janela e não conseguiram repor na mesma medida.
Real Sociedad
Enquanto o lado vermelho do País Basco celebra que deve passar ileso na janela de transferências, a Real Sociedad não pode falar a mesma coisa.
O titular da zaga Le Normard já foi e, provavelmente, o próximo será Mikel Merino, a caminho do Arsenal, um dos pilares no meio-campo — ao menos Martín Zubimendi recusou o Liverpool para ficar.
Ainda viu os empréstimos de André Silva, Javi Galán e Kieran Tierney acabarem, o que enfraquece um elenco que já não goza de grandes opções.
Sem esses jogadores, o 4-1-4-1 de Imanol Alguacil fica extremamente debilitado, podendo comprometer a temporada.
Para o lugar deles, chegaram apenas dois laterais esquerdos, Javi López e Sergio Gómez, e o meia Luka Sucic, até aqui o grande investimento.
Caso consiga repetir a competitividade da última temporada, quando terminaram em 6º no campeonato nacional e disputaram a Champions, será muito pelo trabalho de Alguacil, outro bom técnico espanhol e há quase seis anos no cargo.
Girona
Grande sensação do último campeonato, o Girona perdeu seus principais destaques e ainda não conseguiu se reforçar para uma temporada que disputará 3 competições ao mesmo tempo.
Do time considerado ideal em 23/24, saíram Dovbyk (o artilheiro da competição), Aleix García (pilar no meio-campo), Eric García (ainda pode retornar em outro empréstimo) e a dupla brasileira Yan Couto e Savinho (responsáveis pelo drible e a amplitude).
Um duro baque na estrutura do time de Míchel, também vendo o garoto Pablo Torre voltar ao Barcelona após empréstimo.
Enquanto isso, não fez investimentos à altura.
A chegada de Van de Beek é uma boa sacada, assim como os empréstimos de Bryan Gil e Oriol Romeu, mas parece ainda pouco, mesmo fechando com os jovens Abel Ruiz, Ladislav Krejci e Alejandro Francés.
A pré-temporada deu uma mostra dessa dificuldade com o novo elenco: duas derrotas por 4 a 0 (Newcastle e Toulouse), outra por 3 a 2 (Bournemouth), empates com Olot, Montpellier e Espanyol e vitória solitária contra o Napoli.