Depois de se desfazer do meio-campo multicampeão, Atlético-MG conseguiu terminar o ano bem na posição
Sem trio que fez história pelo clube, Atlético começou com dificuldades, mas conseguiu terminar bem o ano no setor de meio-campo
O Atlético-MG vendeu a sua trinca de meio-campo que foi multicampeã pelo clube em 2021, se desfazendo de Jair, Allan e Nacho Fernández. O setor do clube viveu uma temporada que variou bastante. A maioria dos jogadores teve um ano de altos e baixos, mas que conseguiram terminar o ano em bom nível.
Ainda no fim de 2022, o Atlético negociou o “cérebro” do time, Nacho Fernández, de volta ao River Plate. Já no início de 2023, foi a vez de Jair ser vendido ao Vasco. Por fim, o lesionado Allan, quando estava prestes a voltar, foi negociado com o Flamengo. Assim, o Galo perdeu o seu meio-campo titular no histórico ano de 2021, restando apenas Zaracho. Para repor essas saídas, chegaram Edenilson, Patrick e Igor Gomes inicialmente, e depois Battaglia e a volta de Alan Franco após empréstimo.
Na temporada atual, o Atlético teve muitas variações no meio-campo. Quem mais entrou em campo foi Igor Gomes, com 53 jogos na conta. Mas quem mais atuou em minutos foi Otávio, que foi titular em 40 partidas. O volante foi um dos que viveu altos e baixos, passando meia temporada sob críticas e a outra metade sendo aplaudido. O que fez diferença para ele foi a mudança de formação do time após a chegada de Felipão, passando a jogar com dois volantes e não um, como era com Coudet.
Por falar em Coudet, o time foi montado baseado nele, por isso chegaram jogadores de confiança do treinador, como Patrick e Edenilson. O primeiro não conseguiu engatar nenhuma sequência, apesar de ter sido um dos mais utilizados – quase sempre saindo do banco. Já o segundo chegou a ter até seu nome vaiado durante boa parte da temporada, mas ganhou a confiança de Felipão no final e fez três grandes atuações. No entanto, deixou como última impressão um erro que resultou em gol na rodada final do Brasileirão. Dos jogadores indicados por Chacho, quem mais se destacou foi o volante Battaglia, que virou até capitão do time.
Por fim, entre os meias mais ofensivos. Zaracho foi o grande nome, como esperado, mas também teve que dar a volta por cima na temporada. Pedrinho viveu também essa oscilação, sofrendo muito com lesões, mas entregando bem quando estava à disposição. Igor Gomes foi quem terminou melhor a temporada, como titular e dando uma grande assistência no último jogo.
Esses foram os pontos fortes do meio-campo do Atlético-MG
- Battaglia, a grande surpresa
Indicação de Coudet, que estava só com um volante (Otávio) à disposição, Battaglia chegou ao Atlético desconhecido do torcedor, mas rapidamente ganhou o seu espaço. No primeiro jogo, foi campeão Mineiro. No segundo, marcou seu primeiro gol. Aos poucos, ganhou seu espaço como o único volante do esquema de Chacho e se firmou sem muitos problemas. Com a chegada de Felipão, ganhou a companhia de Otávio para dividir a responsabilidade na marcação e seguiu jogando em alto nível. A identificação e o bom futebol foi tanto que ele se tornou o capitão do time após Hulk abrir mão da faixa. Infelizmente, terminou o ano fora de ação por uma artroscopia, mas renovou seu contrato e é peça-chave para o time em 2024.
- A volta por cima de Zaracho
Único meia que restou do time campeão de 2021, Zaracho tinha a missão de tomar conta do setor do time atleticano. No entanto, lesões e problemas pessoais (perdeu o cunhado e o pai) fizeram ele não render o esperado. Mas, quando parou de sofrer com problemas físicos e se recuperou mentalmente das perdas que teve, se tornou o jogador que todos esperavam e foi um dos mais importantes na grande reta final que o Galo teve. É fácil um dos jogadores mais queridos do time e da torcida, e vê-lo dar a volta por cima depois de uma temporada tão difícil dá esperança para um 2024 ainda melhor.
Juntos superamos obstáculos, nos emocionamos e nos fortalecemos. Faz parte da família Galo, Matí! ????#GaloPaixãoNacional @zarachomatiasf1 pic.twitter.com/0xPpMrd0XB
— Atlético (@Atletico) October 29, 2023
- A mudança de formação de Felipão
Duas mudanças de Felipão ao longo da temporada ajudaram o Atlético na sua retomada no Brasileirão. A primeira foi a adição de mais um volante para fortalecer não só o meio-campo como também a defesa. A segunda, foi o entendimento de Scolari que o time foi montado para Coudet e, com isso, ele mesclou os dois estilos de jogo, colocando dois alas e dois atacantes, mas, ao mesmo tempo, alternando para três atacantes às vezes.
- O meia Rubens
Um dos grandes destaques do Atlético na base, o meia Rubens chegou no profissional e foi logo improvisado como lateral-esquerdo, principalmente após a lesão séria de Guilherme Arana. Ele foi então definido como lateral. No entanto, com a volta de Arana, surgiu um movimento pedindo para ele passar a ganhar chances no meio-campo e, quando ganhou, aproveitou da melhor forma. Terminou a temporada em alta e sendo um dos destaques do time jogando como meia.
Esses foram os pontos fracos do meio-campo do Atlético-MG
- A dupla de Coudet
Como citado, o elenco do Atlético foi montado por e para Coudet. O treinador então pediu as contratações de seus jogadores de confiança: Edenilson e Patrick. Os dois foram bem com o treinador no Internacional, mas no Galo não foi a mesma coisa. Ambos entraram em campo muitas vezes no ano, mas não conseguiram desempenhar bom futebol. Edenilson até admitiu que não tinha conseguido se soltar e, depois disso, fez três grandes atuações, mas o escopo geral mostra uma temporada bem abaixo dele. Patrick nem sequer conseguiu uma sequência e terminou em baixa.
O melhor em campo (?) Edenilson e a sua volta por cima nos últimos dois jogos. Grande atuação! pic.twitter.com/hVtqAsn4BY
— Alecsander Heinrick (@alecshms) November 30, 2023
- A falta de um criador
Ponto destacado por Felipão desde que chegou, o Atlético não tem um meia criador de fato, como era Nacho Fernández, por exemplo. Pedrinho e Igor Gomes são bons jogadores, que fizeram uma boa temporada dentro do possível, mas não são criadores, cérebros do time, algo que fez falta para o Galo em alguns jogos do ano.
O que esperar do meio-campo do Atlético-MG em 2024?
Para 2024, o Atlético deve manter o esqueleto do seu meio-campo. Até o momento, só Hyoran, que está em fim de contrato e não vai renovar, é saída certa. O Galo deve ir atrás de um jogador criativo para o setor. O nome ideal no momento é Gustavo Scarpa, que já recebeu contato e estava encaminhado, mas o Alvinegro recuou. No momento, ele é uma possibilidade mais distante, enquanto o clube analisa outras opções.
O Atlético está bem servido de volantes, com Otávio, Battaglia, Alan Franco, Edenilson e o jovem Paulo Vitor. Mais a frente, Patrick é a incógnita pela temporada muito ruim, mas o clube manterá Zaracho, Rubens, Igor Gomes e Pedrinho. A ideia é contratar um meia titular, de criação, e fechar esse setor assim. O Galo ainda tem o jovem Alisson Santana, que, quando acionado, foi bem, e promete dar mais oportunidade para ele em 2024. Maior joia da base, Iseppe pode aparecer no time principal se voar na Copinha.