O que a CBF diz sobre polêmica do cabelo rosa de Yan Couto na Seleção
Entidade dá sua versão sobre suposto pedido para lateral mudar a cor do cabelo antes da Copa América

Yan Couto se apresentou à seleção brasileira para a disputa da Copa América com um novo visual. O lateral-direito abandonou os cabelos rosas que viraram sua marca registrada no Girona e apareceu com um corte rente à cabeça, em seus tons naturais. E a mudança gerou polêmica às vésperas do início da competição.
Em entrevista à colunista Yara Fantoni, do Uol, o jovem afirmou que ele decidiu descolorir o cabelo e abrir mão do rosa após um pedido da CBF. A declaração foi dada antes da apresentação à Seleção para a última Data Fifa.
— Foi um pedido, basicamente. Falaram que o rosa é meio ‘vacilão' assim. Eu não acho, mas vou respeitar, né. Me pediram, vou fazer — afirmou o lateral-direito.
O que aconteceu:
- Yan Couto disse ao Uol que CBF pediu para que não usasse cabelo rosa;
- a Trivela apurou com fontes da CBF que negam que o pedido tenha ocorrido;
- entidade diz que nunca fez recomendações sobre corte de cabelo;
- em outra entrevista, Yan havia afirmado que mudou a cor do cabelo por opção.
O que diz a CBF?
A CBF se posicionou sobre o assunto por meio de nota oficial publicada na tarde desta sexta-feira (14). No texto, a entidade diz reafirmar “seu compromisso com a liberdade, a pluralidade, o direito à autoexpressão e livre construção da personalidade de cada indivíduo que trabalhe na entidade ou defenda a Seleção Brasileira. Para a entidade, o desempenho do colaborador fala por si só.”
Nas redes sociais, a questão foi associada à homofobia, hipótese citada indiretamente e rechaçada no comunicado.
“Desde o início da atual gestão, a CBF tem como uma das prioridades a luta contra o racismo e qualquer tipo de preconceito no futebol. A entidade é parceira do Observatório da Discriminação Racial no Futebol e do coletivo de Torcidas Canarinhos LGBTQ+, e está sempre aberta a novas iniciativas para que o futebol brasileiro se torne um espaço mais inclusivo e livre de preconceitos”, diz o texto, que você pode ler na íntegra abaixo.
A Trivela consultou fontes ligadas à diretoria da Seleção que negam que o pedido para Yan Couto tirar o rosa do cabelo tenha ocorrido.
O relato é de que a entidade orienta, sim, os jogadores sobre normas de conduta para o período em que eles estarão à disposição de Dorival Júnior. Mas que não há qualquer recomendação sobre o corte de cabelo ou a aparência dos atletas.
A fonte consultada pela Trivela demonstrou indignação com a notícia de que a mudança de cabelo teria partido de um pedido da entidade. Chegou até a citar o exemplo de Vini Jr., que apareceu com um novo penteado para a Copa América sem que tenha havido qualquer problema.
— Zero problema com a cor de cabelo — disse uma pessoa ligada à diretoria da CBF.

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Yan já disse também que tirar o rosa foi escolha pessoal
O curioso é que Yan Couto já deu uma declaração diferente sobre a mudança de visual. No dia 4 de junho, o lateral-esquerdo concedeu entrevista coletiva pela Seleção e afirmou que decidiu tirar o rosa do cabelo por uma escolha pessoal ao término da última temporada na Europa.
— Estava levando cabelo rosa com a temporada toda. Foi uma escolha minha, estava dando certo. Foi legal, foi maneiro. O cabelo rosa foi mais para o pessoal de Girona. Lá muita gente pintou o cabelo. Virou moda. Aqui no brasil, se encerrou. Tirei o rosa. Quero voltar ser o Yan. Mas não muda nada, focar na Copa América com cabelo preto mesmo — Yan Couto.
Quando o Brasil estreia na Copa América?
O Brasil faz a sua estreia no Grupo D da Copa América em 24 de junho, contra a Costa Rica, no SoFi Stadium, em Inglewood, na Califórnia. Depois, a Seleção enfrenta o Paraguai no dia 28, no Allegiant Stadium, em Las Vegas, e encerra a participação na chave contra a Colômbia, em 2 de julho, no Levi’s Stadium, em Santa Clara.
Leia a nota oficial na íntegra
A CBF reafirma seu compromisso com a liberdade, a pluralidade, o direito à autoexpressão e livre construção da personalidade de cada indivíduo que trabalhe na entidade ou defenda a Seleção Brasileira. Para a entidade, o desempenho do colaborador fala por si só.
O compromisso da CBF é com o bom futebol e as melhores práticas de gestão. Cada colaborador ou atleta deve ter autonomia sobre sua própria aparência, credo, orientação sexual e expressão de gênero.
Desde o início da atual gestão, a CBF tem como uma das prioridades a luta contra o racismo e qualquer tipo de preconceito no futebol. A entidade é parceira do Observatório da Discriminação Racial no Futebol e do coletivo de Torcidas Canarinhos LGBTQ+, e está sempre aberta a novas iniciativas para que o futebol brasileiro se torne um espaço mais inclusivo e livre de preconceitos.