O que a Seleção precisa melhorar para não correr risco de vexame na Copa América
Estreia com empate em 0 a 0 com a Costa Rica liga alerta contra eliminação ainda na fase de grupos

A seleção brasileira mal estreou na Copa América e já se vê sob a ameaça — ainda remota — de amargar uma eliminação traumática na fase de grupos. O empate em 0 a 0 com a Costa Rica, na última segunda-feira (24), no SoFi Stadium, ligou um alerta imediato no Brasil para a sequência da competição.
E nem tanto pelo resultado, em si. O ponto somado na estreia deixa a Seleção em plenas condições de garantir a liderança da chave. Basta ganhar os dois jogos restantes. O problema é como fazer para ganhar estes dois jogos.
A atuação contra o adversário mais frágil do Grupo D foi tão decepcionante, que estava estampada no semblante dos jogadores nas entrevistas após a partida. Coube a Marquinhos, um dos líderes do elenco, externar a preocupação já para o duelo com o Paraguai, na próxima sexta-feira (28), em Las vegas.
— É momento de ser sinceros com nós mesmos. A gente queria uma vitória aqui. O resultado é muito importante nessa competição. Pontos que a gente deixa no começo podem faltar e complicar no final. Estreia gera uma ansiedade maior — Marquinhos.
O Brasil chega à segunda rodada já obrigado a vencer para não depender de resultados paralelos na última rodada. Até porque a partida decisiva será justamente contra a Colômbia, adversária mais forte no Grupo D.
E o empate contra o rival mais frágil ainda desperta lembranças de um trauma recente na Copa América. Em 2016, a Seleção de Dunga também estreou com empate em 0 a 0, diante do Equador… E acabou eliminada na fase de grupos.
— É natural que não aparecendo o resultado positivo, os questionamentos acabam acontecendo, mas eu tenho consciência daquilo que está sendo desenvolvido — Dorival.
Seleção Brasileira desde 2023:
• Não venceu a Costa Rica pela 1ª vez desde 1960 (eram 9 vitórias consecutivas).
• Não venceu os Estados Unidos pela 1ª vez desde 1998 (eram 11 vitórias seguidas).
• Faz o seu pior início de Eliminatórias na história (7 pontos em 6 jogos).
— Sofascore Brazil (@SofascoreBR) June 25, 2024
O que o Brasil precisa melhorar?
Aproveitamento nas finalizações
Contra a Costa Rica, o Brasil empilhou 19 finalizações, acertou o alvo em apenas três e não marcou nenhuma vez. Falando assim, fica até óbvio dizer que a Seleção só não venceu a partida porque faltou pontaria.
Mas esse é um problema recorrente da seleção brasileira com Dorival. No amistoso contra os Estados Unidos, por exemplo, foram 25 finalizações para apenas um gol marcado no empate em 1 a 1.
Finalizações da Seleção com Dorival
- Inglaterra 0 x 1 Brasil — 14 finalizações
- Espanha 3 x 3 Brasil — 12 finalizações
- Brasil 3 x 2 México — 9 finalizações
- EUA 1 x 1 Brasil — 25 finalizações
- Brasil 0 x 0 Costa Rica — 19 finalizações
Time precisa de 9,87 finalizações para marcar 1 gol
— É treinar, trabalhar melhor pra definir essas jogadas em gol e sair com as vitórias. Fizemos o que tinha de ser feito, criamos jogadas, não foi um resultado que não criamos. Fizemos o nosso jogo, temos de melhorar finalização. Eu, particularmente, também, e outros jogadores para que possamos vencer — afirma Lucas Paquetá.
?? Brasil 0-0 Costa Rica ??
Finalizações: 19 – 2
Finalizações no gol: 3 – 0
Grandes chances de gol: 1 – 0A Seleção Brasileira acertou o gol em apenas 16% das suas finalizações; a 9ª pior marca do time em toda a nossa base de dados. pic.twitter.com/UuwmQIDzMp
— Sofascore Brazil (@SofascoreBR) June 25, 2024
Repertório em campo mais reduzido
O baixo aproveitamento nas finalizações hoje é o grande problema da seleção brasileira de Dorival Júnior. Mas a comissão técnica também trabalha para ampliar o repertório ofensivo e criar soluções nos campos menores da Copa América. Os gramados da competição são cinco metros mais curtos e quatro metros mais estreitos que o habitual.
Na avaliação de Dorival, a equipe conseguiu encontrar espaços e ter liberdade para fazer tramas de um contra um e explorar a mobilidade do trio de ataque. O que faltou, de fato, foi o aproveitamento na definição das jogadas.
— Nós temos aí um campo reduzido, tanto na vertical quanto na horizontal, e isso facilita para quem se defende, dificulta para quem ataca, porque as dobras de marcações, elas acontecem muito rápido. Assim como a saída para uma transição e um contra-ataque também acontecem da mesma forma, as dobras estavam praticamente em todos os momentos — analisa Dorival.
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A situação no Grupo D
Com o empate, o Brasil ocupa a vice-liderança do Grupo D. A líder da chave é a seleção colombiana, que venceu o Paraguai por 2 a 1 na estreia.
Os jogos da Seleção na Copa América
- Brasil x Paraguai — sexta-feira, 28 de junho, às 22h (horário de Brasília) — Las Vegas
- Brasil x Colômbia — terça-feira, 2 de julho, às 22h (horário de Brasília) — Santa Clara