Enfim, chegou a hora: o Fluminense enfrenta o Boca Juniors pela final da Libertadores
Na final da Libertadores contra o Boca Juniors, o Fluminense terá 90 minutos para viver seu maior sonho e afastar seu maior fantasma
Do canto das arquibancadas ao mantra de Fernando Diniz, passando pela ansiedade no peito de jogadores e torcedores, o dia 4 de novembro, enfim chegou para o Fluminense. O Tricolor enfrenta o Boca Juniors, às 17h (de Brasília), no estádio do Maracanã, pela final da Libertadores. O maior dos sonhos dos tricolores depende de apenas 90 minutos.
Finalizado
2
-1
Fluminense - Boca Juniors
Copa Libertadores - Maracana
1° Turno
Desde o dolorido vice-campeonato de 2008 que a relação entre o Fluminense e a Libertadores é de obsessão. Das definições no dicionário, o “apego exagerado a um sentimento ou a uma ideia sem razão” combina tanto com o sentimento dos tricolores quanto a “motivação irresistível para realizar um ato irracional”.
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Para Diniz, entretanto, o equilíbrio entre razão e emoção estará presente em força mental na cabeça de cada um de seus jogadores quando subirem ao gramado do Maracanã. E na frase profetizada por Felipe Melo no vestiário, o ato de fé do Flu será sonhar em conjunto para realizar o sonho de todos nas três cores que traduzem tradição.
— A vida, para mim, é sempre complexa e tem muitas influências. O futebol é arte ou ciência? Pra mim é mais arte, mas não pode esquecer da ciência e vice-versa. Quando é de maneira artística, fica mais na mente das pessoas, difícil de esquecer. Os times que são treinados há mais tempo costumam ter parte mais mental nos momentos decisivos. A harmonia é o que faz parte do campo mental e tem prevalência.
🙏🦁🇭🇺 pic.twitter.com/IJ3WOedIwT
— Fluminense F.C. (@FluminenseFC) November 3, 2023
Para os torcedores do Fluminense, não há dúvidas: chegou a hora de ganhar a Libertadores.
Fluminense decide mais uma Libertadores no Maracanã
Do seu lado, o Fluminense terá o fato de jogar em casa, onde tem um retrospecto fantástico. Na Libertadores de 2023, está invicto, com cinco vitórias e dois empates no estádio. Ao todo, no histórico da competição, tem apenas quatro derrotas em 25 jogos. Mesmo número de revezes de toda a temporada, todas em clássicos regionais.
O Maracanã deve ter mais de 70 mil pessoas, outra boa notícia para o Fluminense. O clube não perde uma partida com mais de 60 mil torcedores no estádio, excluindo clássicos, desde 1991. Pela Libertadores, está invicto. Ainda assim, Fernando Diniz não vê o “fator casa” como preponderante, mas ficou feliz de decidir a Glória Eterna em seu campo.
— Jogar no Maracanã é algo que a gente gosta muito, assim como o Boca gostaria de jogar na Bombonera. Todavia, não acho que é o que determina ou ajuda. Se fôssemos escolher um cenário, seria na nossa casa — afirmou.
Além da taça que disputa em 2023, o Flu pode exorcizar o maior de seus fantasmas: a Libertadores. Na campanha desta edição, deixou seus algozes um a um pelo caminho: o Argentinos Juniors de 1985, o Olimpia de 2013 e 2022 e o Internacional de 1992. Falta o Boca Juniors de 2012. E o Maracanã de 2008.
Libertadores pode mudar patamar de Fluminense e Diniz
Em uma de suas respostas na entrevista coletiva que antecedeu a grande final, Fernando Diniz admitiu que a Libertadores pode mudar a forma como é visto pelas pessoas. Mas ignorou a importância disso.
— Obviamente que o que vai acontecer amanhã sempre modifica o status quo das coisas e como as pessoas te enxergam. O mais importante não é como as pessoas me enxergam, mas como eu me enxergo. Não vou ficar a mercê de a bola entrar amanhã ou não. Vou fazer o meu melhor. Já tenho ansiedade, mas não é isso que vai mudar a minha vida. A capacidade que tivemos de trabalhar todos os dias e um ano e meio juntos — opinou.
Quem também pode mudar de patamar é o Fluminense, um dos dois únicos grandes do futebol brasileiro que não conquistou a Libertadores. Um título deixaria o rival Botafogo ao ocaso e “empataria” a conta com Corinthians, Vasco e Atlético-MG, que possuem um troféu da competição.
Caso o Tricolor vença, será a primeira vez na história que o Brasil vencerá cinco anos consecutivos e ampliará o recorde do Brasil como o país com o maior número de clubes diferentes vencendo a Libertadores. E coroaria o grande momento socioeconômico e esportivo do país entre clubes da América do Sul.
Diniz define escalação do Fluminense, mas não divulga
O técnico Fernando Diniz já sabe qual Fluminense mandará a campo em busca do título da Libertadores. Mas preferiu não contar para ninguém. As opções mais fortes são John Kennedy e Martinelli. Os outros 10 titulares parecem já definidos.
— Diferente do Almirón (técnico do Boca Juniors), vão ter que imaginar. Tem essas possibilidades, talvez outras. Se a dúvida está aí, vou deixar como está. Com o John Kennedy, você ganha mais profundidade, e com um cara no meio, em tese, você ganha mais recurso no meio de campo. A base de minha estratégia é colocar o melhor time para cada jogo e é o que vou fazer amanhã.
A nossa união! Pelas nossas cores! 🇭🇺❤️💚
📸: Lucas Merçon/FFC pic.twitter.com/eZN0sQNo9z
— Fluminense F.C. (@FluminenseFC) November 3, 2023
Com John Kennedy, o Tricolor teria a escalação das vitórias sobre o Olimpia, nas quartas, e do empate no jogo de ida com o Internacional, pelas oitavas de final. Na Libertadores, Martinelli foi titular nesta formação apenas em derrotas para River Plate e The Strongest.
Fluminense na Libertadores 2023
- Classificado às oitavas de final no 1º lugar do grupo D com 10 pontos;
- 55% de aproveitamento na fase de grupos;
- Eliminou o Argentinos Juniors nas oitavas de final — placar agregado 3 x 1;
- Eliminou o Olimpia (PAR) nas quartas de final — placar agregado 5 x 1;
- Eliminou o Internacional nas semifinais — placar agregado 4 x 3;
- Enfrenta o Boca Juniors na grande final, no Maracanã, em 4 de novembro.