Libertadores

André deixa ansiedade de lado e quer desfrutar de final da Libertadores pelo Fluminense

Na véspera da final da Libertadores, André repete comportamento de veterano que exibe em campo e quer aproveitar momento do Fluminense

Na véspera da final da Libertadores, que acontece no sábado (4), às 17h, no Maracanã, o volante André, do Fluminense, confessou não estar muito ansioso para enfrentar o Boca Juniors. Preparado, o jovem de 22 anos mostrou que não só joga como veterano, mas também pensa assim.

— Confesso que não estou muito ansioso para esse jogo. Claro que é um jogo importante, talvez o mais importante da história do clube, mas é viver o dia a dia, viver o momento que estamos vivendo. É uma semana muito diferente. Aproveitar o último dia de treino, acertar os últimos detalhes. Jogar meu videogame hoje, normal, e amanhã viver cada momento dessa competição — afirmou.

Fluminense de André disputa a final da Libertadores contra o Boca Juniors no sábado (4), no Maracanã - Foto: Icon sport
Fluminense de André disputa a final da Libertadores contra o Boca Juniors no sábado (4), no Maracanã – Foto: Icon sport

Seu foco, garante, é desfrutar do momento especial que vive após trilhar todo o caminho das divisões de base e time profissional do clube. Depois de recusar propostas para seguir no Fluminense em 2023, ele admitiu o “alívio” por ter tomado a decisão correta.

— Agora que estou na final, estou mais aliviado. Fiz a escolha certa de ficar no Fluminense. Se tivesse que voltar no tempo sem saber que estaria na final, faria a mesma escolha. Agora é poder desfrutar desse momento.

Fluminense e Boca Juniors se enfrentam às 17h (de Brasília) deste sábado (4) pela final da Libertadores 2023. Quem vencer levanta a taça.

Libertadores pode fazer de André um ídolo do Fluminense

Antes de chegar à Seleção e à decisão da competição continental como um dos grandes jogadores do Flu, André deixou Algodão, na Bahia, para virar um “Moleque de Xerém”. Também por isso, valoriza e muito o caminho que trilhou.

— Cheguei no clube em 2013 e agora vou disputar a maior final da história do clube com um time diferente, jogando um futebol diferente, com alguns jogadores da base. Isso é motivo de muita felicidade para nós. Estar representando Xerém nesta final. Agora é jogar. Chegou o momento. Chegou a hora de fazer história. É um momento muito bom para Xerém.

Em 2023, ele recusou propostas de Inglaterra e Espanha. Se valorizou, ganhou ainda mais espaço e não só das arquibancadas do setor sul do Maracanã, ouve que é o melhor volante do Brasil.

— Saber que temos muita chance de conquistar esse título. É um momento especial. Agora é focar somente na final, somente no Fluminense. Somente pela possibilidade de fazer história aqui. Como pessoa, me sinto muito melhor. Sabendo que quando fazemos as coisas certas, sempre acontece coisas boas na frente. Foi um gesto de muito carinho, muita fidelidade com as pessoas que estavam envolvidas. Estou muito confiante para essa decisão.

Fluminense de André disputa a final da Libertadores contra o Boca Juniors no sábado (4), no Maracanã - Foto: Icon sport
Fluminense de André disputa a final da Libertadores contra o Boca Juniors no sábado (4), no Maracanã – Foto: Icon sport

Caso o Fluminense conquiste a Libertadores no sábado (4), a decisão do jovem em seguir no clube apesar do assédio europeu certamente pesará para os torcedores. André se tornará um ídolo incontestável.

— Estamos a um passo de ficar gravados na história do clube. É um título que tem uma dimensão sem tamanho. Todos nós jogadores sabemos disso. Não podemos trazer isso como um peso para nós, uma pressão, mas sim como motivação. Não só para mim, mas para os jogadores, tenho certeza que é um título muito especial para todos — disse.

Boca Juniors e arbitragem não assustam André na Libertadores

Por fim, André foi questionado sobre “o outro lado” da final da Libertadores, o Boca Juniors. O volante afirmou que o Fluminense sabe como será o jogo do time argentino, e não se assusta nem mesmo com Romero, o goleiro pegador de pênaltis do adversário.

— Não sabemos como a equipe deles vai vir. A equipe deles tem um grande defensor de pênaltis, mas nós temos o Fábio também. Goleiro fora da curva, já venceu várias decisões de pênalti. Nós queremos ganhar no tempo normal, mas nossa equipe está pronta para jogar 90, 120 minutos. Nós treinamos pênalti há bastante tempo. Não sei se tem equipe que treina mais pênalti do que a gente. Estamos preparados para fazer um bom futebol em todos os minutos.

Questionado sobre a arbitragem de Wilmar Roldán, André tampouco mostrou preocupação diferente.

— Wilmar Roldán é um juiz muito experiente, muito qualificado. Ele apitou dois jogos nossos fora de casa, contra River e Sporting Cristal. É jogar. Jogar o jogo. Não procurar ficar reclamando. Deixar ele apitar. Espero que seja um jogo que não tenha muito comprometimento dele. É jogar.

Último treino do Fluminense antes da final da Libertadores tem clima leve

O clima pelo Rio de Janeiro e na torcida do Fluminense é de ansiedade e festa. Mesmo assim, no CT Carlos Castilho, é só mais um dia de trabalho. E a atividade começou com clima leve nos minutos liberados para a imprensa. Mas os treinamentos estão do mesmo jeito: intensos, como foram em toda a passagem de Fernando Diniz.

— Vim me preparando a temporada inteira, desde o começo. É fazer as mesmas coisas que vinha fazendo durante a temporada. Não é só porque é uma grande final que vamos ter que mudar tudo. Com relação ao jogo, vai ser uma partida de muita competição. Eles são um time que trabalham muito, marcam muito bem, exploram bem os contra-ataques. Tem muita qualidade. Esperamos que é um time que, quando desce as linhas, marcam muito forte. Será o jogo mais difícil da temporada.

O técnico conversou com atletas, que aqueceram com sorrisos no rosto, risadas altas e brincadeiras. O sol voltou a brilhar na cidade e também ilustra melhor o ótimo ambiente do elenco. Assim, o Fluminense encerrou sua preparação e agora espera o dia 4 de novembro, que pode ser da Glória Eterna na Libertadores.

Foto de Caio Blois

Caio BloisSetorista

Jornalista pela UFRJ, pós-graduado em Comunicação pela Universidad de Navarra-ESP e mestre em Gestão do Desporto pela Universidade de Lisboa-POR. Antes da Trivela, passou por O Globo, UOL, O Estado de S. Paulo, GE, ESPN Brasil e TNT Sports.
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