Final da Libertadores: O que o argentino Cano, do Fluminense, pensa sobre o Boca Juniors?
Artilheiro da Libertadores, Germán Cano irá encontrar o Boca Juniors, seu time de infância, na decisão no Maracanã
A final da Libertadores de 2023 promete ser especial para Germán Cano. Não apenas por poder coroar o ano do Fluminense com uma conquista inédita e consagrar o centroavante, artilheiro do torneio com 12 gols, mas também pela relação do jogador argentino com o Boca Juniors, adversário na decisão deste sábado (4), às 17h (de Brasília), no Maracanã.
Aos 35 anos e longe do futebol de seu país desde 2011, Cano não esconde que era torcedor do Boca na infância. Em abril deste ano, em entrevista à Rádio Mitre, da Argentina, o goleador tricolor revelou sua paixão de criança, mas ressaltou que deixou de ser xeneize ao entrar nas categorias de base do Lanús, aos nove anos de idade.
— Quando criança eu era torcedor do Boca, (mas) depois o Lanús começou a me puxar para jogar lá. Não é um sonho jogar no Boca, nem me vejo jogando na Argentina. Minha etapa na Argentina está fechada — destacou na época.
Cano pode não ter mais qualquer vínculo com o Boca Juniors, mas o mesmo não pode-se dizer sobre sua família. Em entrevista coletiva nesta quarta-feira (1), o atacante falou sobre o sentimento de enfrentar o time de muitos familiares justamente em uma final de Libertadores e, por mais que tenha tratado o encontro como um momento especial e que merece ser aproveitado, disse que nenhuma brincadeira foi feita entre eles.
— Traz muitos sentimentos encontrá-los. Tem muitos bosteros (torcedores do Boca Juniors) na família, é normal. Levam isso com tranquilidade. Por um lado, me apoiam. Por outro, são torcedores do Boca desde que nasceram. Por enquanto, alguns levam com muita tranquilidade, mas sabem que é uma partida. Creio que devemos desfrutar disso. A família é sempre o que vai ficar, independente das cores. Eu sei o que cada familiar representa para mim, como me amam. Acredito que isso é o mais importante — destacou.
— Não teve nenhuma brincadeira com eles. Não me pediram nada, não teve problema. Sei que cada familiar meu sente nesse momento. Uma parte vai estar no Maracanã e outra me apoiando da Argentina — completou o artilheiro.
Treino no CT do Boca e encontro com Riquelme
Curiosamente, Fluminense e Boca Juniors já tiveram um breve encontro em 2023. No fim julho, quando se preparava para enfrentar o Argentinos Juniors pelo jogo de ida das oitavas de final da Libertadores, o Tricolor treinou no CT da equipe xeneize. A sessão de treinamento teria sido como qualquer outra e passado despercebida, se não fosse a participação ilustre de Juan Román Riquelme.
Um dos grandes ídolos do futebol argentino e dono de um currículo que dispensa apresentações, Riquelme hoje é vice-presidente do clube pelo qual foi tricampeão da Libertadores. O ex-jogador marcou presença na atividade tricolor em Buenos Aires e presenteou Paulo Henrique Ganso, Marcelo, Felipe Melo e, claro, Germán Cano com camisas do Boca. O encontro especial foi registrado pelo Fluminense e marcante para o camisa 14 da equipe carioca.
— Queria agradecer a ele por abrir as portas do clube. Treinamos lá e depois ele veio nos dar um abraço e deu uma camisa de presente. Roman é uma pessoa muito humilde e transparente. Ficamos falando de Boca. Foi um momento lindo porque não o conhecia — relatou Cano.
Que encontro! Craques do futebol mundial! 😍😍 pic.twitter.com/4v7CCHjd2o
— Fluminense F.C. (@FluminenseFC) July 31, 2023
Retrospecto contra o Boca e projeção da final
Germán Cano já enfrentou o Boca Juniors em duas ocasiões, ambas em 2009. Em fevereiro daquele ano, quando ainda defendia o Lanús, o centroavante entrou na reta final da vitória por 1 a 0 no Estádio Ciudad de Lanús. Já em outubro, também saiu do banco na derrota do Chacarita Juniors, clube ao qual estava emprestado, por 3 a 0 em La Bombonera.
Ao todo, Cano esteve em campo por pouco mais de 50 minutos diante dos xeneizes. Por mais que não tenha marcado nenhuma vez e ambos os confrontos tenham sido por rodadas comuns do Campeonato Argentino, a carreira do jogador do Fluminense tem uma ligação direta com o Boca. Afinal, o primeiro gol do atacante como profissional foi em La Bombonera, na derrota do Lanús por 3 a 1 para o San Lorenzo em março de 2008. Na ocasião, o Nuevo Gasómetro foi vetado para receber a partida por questões de segurança.
Voltando para o presente, Cano também projetou a decisão de sábado. A esperança de gols do Fluminense não falou muito sobre como imagina que será o jogo em si, limitando-se a dizer que “não será nada fácil”.
— Acho que tenho que estar dentro de campo e poder jogar essa final o mais concentrado possível sabendo que não vai ser nada fácil. Tanto Boca quanto Fluminense querem ganhar essa Libertadores. Temos que tomar muito cuidado com tudo isso. São 90 minutos muito intensos — reforçou.
Gracias por recibirnos tan bien JR10 @BocaJrsOficial pic.twitter.com/sDLf1BxLbE
— 𝐆𝐞𝐫𝐦𝐚𝐧 𝐂𝐚𝐧𝐨 (@Germancanoofi) July 31, 2023
Apesar das dificuldades previstas e de toda a tensão gerada por uma final de Libertadores, Germán Cano quer aproveitar o momento especial. Afinal, enfrentar seu time de infância sendo o artilheiro do torneio de clubes mais importante da América do Sul em um Maracanã lotado não acontece todo dia.
— Vai ser lindo poder jogar contra o Boca na nossa casa com uma parte da torcida do Boca e outra nossa. Sabemos tudo que representa e vai ser uma honra muito grande poder partilhar esse momento com eles. Vamos desfrutar muito desse momento que vai ser único e ficará marcado na história de cada tricolor. Estamos muito concentrados. Jogar contra uma equipe argentina é especial. Sabemos que o Boca é um rival com muita história e tradição na Argentina e o que representa para o mundo inteiro. Vai ser um jogo muito lindo e poder desfrutar desse encontro. Estamos muito preparados para desfrutar — concluiu o atacante.