Florentino Pérez defende a Superliga: “O futebol está morrendo, não atrai os jovens, as audiências caíram”
Florentino Pérez segue com a narrativa que o futebol está morrendo e não há mais dinheiro, então a Superliga é necessária para que os clubes sobrevivam
O Real Madrid teve uma receita de € 714,9 milhões na temporada 2019/20, segundo o relatório da Deloitte, o Football Money League divulgado em janeiro de 2021. É o segundo clube com maior faturamento do mundo, atrás apenas do rival, Barcelona, que ficou pouco à frente com € 715,1 milhões. Apesar de ser um dos clubes mais ricos do mundo, o seu presidente, Florentino Pérez, segue dizendo que o futebol está morrendo por falta de dinheiro. O dirigente insiste que a Superliga Europeia, fracassada em 48h depois do seu lançamento, ainda está viva e que ela continua sendo necessária.
Sim, você está lendo algo repetido, porque Florentino Pérez mantém esse discurso. Ele foi um dos 12 articuladores da Superliga Europeia, mas foi além disso. Junto com Andrea Agnelli, foi um dos líderes do clube e são os dois que colocam o rosto para defender a ideia. Foi uma entrevista dele que basicamente fez os torcedores acenderem tochas e saíram às ruas em protesto, ao colocar a culpa na pandemia para a necessidade de ter uma Superliga. Em abril, Florentino Pérez e Joan Laporta já diziam que a Superliga continuava necessária.
“Há um acordo vinculante e a Superliga segue adiante. Nos ameaçaram com o fim de proteger sua situação dominante, e as equipes inglesas caíram com essa coação. Estamos esperando que o Tribunal de Luxemburgo decida”, afirmou Florentino Pérez.
Ele ainda disse que os clubes ingleses não saíram por vontade própria, mas por pressão da Fifa. Os ingleses foram, de fato, os primeiros a pularem do barco. Menos por pressão da Fifa (que, aliás, não foi tão contrária assim internamente), mais por pressão dos torcedores e do próprio governo britânico.
“As equipes inglesas não saíram, elas foram coagidas pela Fifa. Nós perdemos oito bilhões e Ceferin aumenta seu salário. Há pessoas que têm privilégios e querem mantê-los. Ele queria nos tirar da Champions League, mas os tribunais proibiram”.
“A Superliga não foi fechada, está aberta. É uma liga que a única coisa que queremos é que a comprem. O Sevilla e o Villarreal, por exemplo, terão a sua acomodação. Partimos da história que cada um tem. As audiências caíram e temos que começar por aqueles clubes com mais torcedores. Um jogo da Roma não tem o mesmo atrativo de um jogo do Manchester United”.
“O futebol perde o interesse, não tem atrativos. Os direitos de transmissão caíram e esse é o problema. Queremos dar satisfação a todos e por isso há menos atrativos. Formamos esta Superliga com os clubes com mais torcedores no mundo. Se não há dinheiro, o futebol morre”.
“A Uefa deveria se preocupar em criar uma competição mais atrativa; o futebol está morrendo, não atrai os jovens, as audiências caíram… E se não se nada for feito, a situação será muito ruim”, continuou lamentando Florentino Pérez.
Os ataques à Uefa continuam não fazendo sentido. Sim, a Uefa tem muitos problemas e é, em parte, culpada pelo que levou à criação da Superliga. Um dos ataques, esse de que o presidente da Uefa, Alexander Ceferin, é quem está ganhando mais dinheiro, faz pouco sentido quando olhamos no aspecto geral da entidade. Foi um dos aspectos que falamos por aqui ao tratar sobre a Uefa em texto de abril: Uefa saiu mais forte, mas precisa mudar para deixar de ser um problema e evitar novos golpes como a Superliga.