Gestão Duílio: Corinthians teve mais trocas de técnicos do que anos de mandato só na última temporada
Entre apostas e erros certos, Corinthians teve sete técnicos em três anos de Duílio no comando, com destaque para quatro apenas no último ano

Faltando pouco para Duílio Monteiro Alves deixar a presidência do Corinthians, a reportagem da Trivela começa uma retrospectiva dividida em três partes que analisará todas as ações do dirigente durante o seu triênio à frente do Alvinegro, desde as contratações, erros de planejamentos, venda de atletas, pagamento de dívidas e as trocas de técnicos.
Duílio foi eleito como presidente do Corinthians no final de 2020, e assumiu em definitivo o comando do clube no início do ano seguinte. A partir daí, passou a ser o responsável pelas tomadas de decisão e escolhas para o time, e desde esse dia, o dirigente alvinegro trocou o treinador do elenco por sete vezes, sendo quatro delas somente nesta temporada.
Temporada 2021: As primeiras trocas do mandato
Quando o primeiro ano de mandato começou, o treinador do Corinthians era Vagner Mancini, que foi demitido em maio daquele ano por Duílio, depois de uma derrota para o Palmeiras por 2 a 0, na semifinal do Campeonato Paulista, dentro da Neo Química Arena.
Mancini foi contratado por Andrés Sanchez em outubro de 2020, e esteve a frente da equipe em 45 jogos: foram 20 vitórias, 13 empates e 11 derrotas, um aproveitamento de 54%. Na sua saída, o Corinthians ficou no 12º lugar no Campeonato Brasileiro.
O escolhido para assumir o cargo foi anunciado sete dias depois. Sylvinho, ex-jogador do Timão, que estava sem clube desde a saída do Lyon, em 2019, na França. O contrato era até o fim de 2022, mas não resistiu e foi demitido em fevereiro, depois de uma derrota de virada para o Santos, na Neo Química Arena. Quando a torcida soube da demissão, logo depois da partida, comemoraram no estacionamento com “buzinaço”. Sylvinho teve um aproveitamento de 48%, somando 48 jogos, 16 vitórias, 14 empates e 13 derrotas,
Temporada 2022: Chegada de Vitor Pereira por apenas um ano
Com uma temporada começando e a disputa da Libertadores de 2022 pela frente, a diretoria alvinegra se movimentou o mais rápido que pôde para trazer alguém para ocupar o banco de reservas do Corinthians. A busca foi feita no mercado internacional, e 20 dias depois foi anunciada a contratação do português Vítor Pereira, com contrato até o fim do ano.
Com Vitor o time foi bem, eliminou o Boca Juniors, na Argentina, e chegou até as quartas de final da Libertadores, porém acabou eliminado pelo Flamengo. Na Copa do Brasil, o Corinthians foi finalista, mas ficou sem o título na disputa das penalidades máximas, também diante do Rubro-Negro Carioca.
Em novembro, as tentativas de renovar com o treinador português falharam depois que Vitor disse que não poderia ficar por conta de motivos familiares. Meses depois, o treinador fechou contrato com o Flamengo. Em 64 jogos, o Timão venceu 26, empatou 21 e perdeu 17, o aproveitamento foi de 51,6%.
Temporada de 2023: Quatro em dez meses a maior troca de treinadores
Depois da saída de Vitor, no fim da temporada de 2022, o Corinthians esperou, e não foi atrás do principal nome do mercado, Dorival Jr., pelo menos não com tempo suficiente, já que o treinador que tinha acabado de ser campeão da Libertadores estava livre. A opção de Duílio foi efetivar Fernando Lázaro, que já tinha atuado como interino, mas exercia a função de analista de desempenho não apenas do clube, como da Seleção Brasileira.
Lázaro assumiu o time na pré-temporada, que começou antes por conta da Copa do Mundo do Catar. Mas apesar do voto de confiança, a “aposta” da diretoria não decerto e precisou mudar de rota, já que o time disputava no ano competições importantes: Libertadores da América e Copa do Brasil. A demissão aconteceu depois da eliminação no Campeonato Paulista para o Ituano e também a derrota para o Remo, na Copa do Brasil. Ao todo foram 24 partidas, 14 vitórias, seis empates e quatro derrotas.
No mesmo dia que demitiu Fernando, o Corinthians anunciou o técnico Cuca, com contrato até o fim de 2023, e esse talvez o maior erro do presidente, já que diante a acusação que recai sobre o treinador, a diretoria e o técnico foram alvos de protestos da torcida tanto na sede social do clube, no Parque São Jorge, quanto no CT Dr. Joaquim Grava. Após a pressão e com dois jogos, o técnico anunciou sua saída de forma voluntária.
Para tentar acalmar as coisas, Duílio foi atrás de um treinador experiente que pudesse assumir de certa forma a responsabilidade e pressão que recaia dobre a diretoria e sobre o elenco. O escolhido foi Vanderlei Luxemburgo. Com ele, o Corinthians foi eliminado da Libertadores da América, mas chegou aos trancos e barrancos a uma semifinal de Copa do Brasil e de Sul-Americana. No Campeonato Brasileiro, as coisas foram mais complicadas, e Luxa deixou o time beirando a zona de rebaixamento. Foram 38 partidas, com 14 vitórias, 12 empates, 12 derrotas e o aproveitamento de 48%.
Sem muita opção, nas vésperas da segunda semifinal da Sula, e pressionado, o presidente fez sua quarta e ultima troca no ano, a sétima no mandato, e fechou com Mano Menezes com um contrato até 2025. Apesar da troca abrupta com jogos importantes pela frente, a mudança surtiu efeitos, apesar da eliminação na competição continental. O time recuperou padrões que tinha perdido com o treinador anterior, conseguindo se recuperar no Brasileirão e se distanciando apesar das dificuldades da zona de rebaixamento.
Relembre as trocas de técnicos dos outros presidentes do Corinthians
Roberto de Andrade
- Tite
- Cristóvão Borges
- Oswaldo de Oliveira
- Fábio Carille
Andrés Sanchez
- Fábio Carille
- Osmar Loss
- Jair Ventura
- Tiago Nunes
- Vagner Mancini
Duílio Monteiro Alves
- Vagner Mancini
- Sylvinho
- Vítor Pereira
- Fernando Lázaro
- Cuca
- Vanderlei Luxemburgo
- Mano Menezes