Brasileirão Série A

As preocupações do Fluminense no Brasileirão após queda na Libertadores

O Campeonato Brasileiro é o que sobrou para o Flu em 2024, e em mau momento, o Tricolor não terá vida fácil na luta contra o rebaixamento

Eliminado da Libertadores, o Fluminense volta todas as suas atenções para o Campeonato Brasileiro. O Tricolor ocupa a 18ª colocação e luta contra o rebaixamento para a Série B.

Com 27 pontos, o Tricolor tem mais 36 em disputa em 12 jogos na competição. Idealmente, precisa conquistar 50% deles para se livrar do descenso, alcançando os 45 pontos que costumam ser suficientes.

Para isso, entretanto, precisará superar uma queda de rendimento, pedras no sapato que estão pelo caminho e a melhora no desempenho de concorrentes. O rebaixamento sufocaria financeiramente o clube.

Fluminense caiu de rendimento após a Data Fifa

O momento do Fluminense era bem melhor até a pausa para a última Data Fifa. Mano Menezes até viu a parada com bons olhos em um primeiro momento.

Temos que aproveitar o momento que é bom e cada vez mais oferecer uma equipe equilibrada em todos os momentos do jogo — opinou o técnico, à época.

Fluminense caiu de rendimento após a Data Fifa - Foto: Imago
Fluminense caiu de rendimento após a Data Fifa – Foto: Imago

Embora tenha recuperado fisicamente alguns atletas e ganho tempo de treinamento, o Tricolor caiu de rendimento.

Eram três vitórias seguidas e quatro jogos sem perder. De lá para cá, o Flu bateu apenas o Atlético-MG, no jogo de ida das quartas de final da Libertadores, em outras quatro partidas. E não jogou bem.

Uma pedra no sapato pela frente no Brasileirão

A próxima rodada poderia até parecer uma boa oportunidade de retomar o bom momento. Isso porque o Fluminense enfrenta o lanterna Atlético-GO, fora de casa, no domingo (29), às 18h30. O problema é que o rival é uma pedra no sapato do Tricolor.

Atlético-GO venceu o Fluminense com gol no fim no primeiro turno do Brasileirão - Foto: Icon sport
Atlético-GO venceu o Fluminense com gol no fim no primeiro turno do Brasileirão – Foto: Icon sport

O Flu não vence o Dragão desde 2020. Na verdade, pelo Brasileirão, a seca é maior: são sete anos sem bater os goianos, dentro ou fora de casa. Os tricolores perderam seis das últimas sete partidas contra o adversário do fim de semana.

O Fluminense não pode nem pensar em perder pontos na próxima rodada. Ainda mais porque já foi derrotado pelo Atlético-GO no primeiro turno, no Maracanã.

Concorrentes se reforçam e crescem na competição

Após a chegada de Mano Menezes, o Fluminense aumentou muito seu rendimento no Campeonato Brasileiro. São 13 jogos, com seis vitórias, três empates e quatro derrotas. O aproveitamento de 53,8%, se mantido, é suficiente para salvar o Tricolor do rebaixamento.

Corinthians cresceu de produção e se reforçou na luta contra o rebaixamento (Foto: Icon Sport)
Corinthians cresceu de produção e se reforçou na luta contra o rebaixamento (Foto: Icon Sport)

Mas o sinal de alerta está acesso no CT Carlos Castilho. Enquanto o Flu vive um momento ruim, os concorrentes na luta contra o rebaixamento se reforçaram e vivem melhor fase.

Outro grande na disputa, o Corinthians se classificou com autoridade na Copa do Brasil e na Copa Sul-Americana, e ganhou moral. Além disso, a chegada de Memphis Depay reforçou a agenda positiva no Parque São Jorge, bem como o trabalho do técnico Ramón Díaz.

Grêmio, Criciúma e Vitória acumularam vitórias importantes nos últimos jogos, embora também sejam irregulares. O cenário é de equilíbrio na parte de baixo, e o Tricolor não tem mais espaço para erros.

Gols sofridos no fim são mau sinal para o Fluminense

Em três dos últimos quatro jogos, o Fluminense viu seu adversário resolver o placar no fim.

Fluminense sofreu gols no fim em três dos últimos quatro jogos - Foto: Imago
Fluminense sofreu gols no fim em três dos últimos quatro jogos – Foto: Imago

Contra o Juventude, uma dura virada. No clássico com o Botafogo, uma falha terrível de Felipe Melo. E agora, contra o Atlético-MG, na Libertadores, erros coletivos culminaram numa eliminação difícil de digerir. Um mau sinal para a equipe, que pode sofrer na parte mental num momento de pressão.

Para piorar, o Flu não tem tempo para se lamentar. De volta ao Z4, a equipe precisa reagir no Brasileirão. A sequência tem jogos contra Atlético-GO, Cruzeiro (agora com Fernando Diniz) e Flamengo. Essas partidas podem definir a temporada tricolor.

Rebaixamento sufocaria financeiramente o clube

As notícias da última semana não foram nada boas para as finanças.

A eliminação na Libertadores aumentou a diferença entre o que o Fluminense projetou receber em premiações e o que de fato cairá nos cofres das Laranjeiras. O prejuízo pode ser, ao todo, por volta de R$ 35 milhões.

Além disso, um acordo entre a Liga Forte União (LFU), grupo que contém o Fluminense, e seus investidores, fez outro dinheiro esperado minguar, segundo informações do ge confirmadas pela Trivela. Os clubes negociaram 20% das receitas da Liga por 50 anos por uma cota. Agora, o negócio renderá a metade desta cota por 10% do total.

Fluminense vinha de bons anos na gestão Mário Bittencourt, mas agora, luta contra o rebaixamento - Foto: LUCAS MERÇON / FLUMINENSE F.C.
Fluminense vinha de bons anos na gestão Mário Bittencourt, mas agora, luta contra o rebaixamento – Foto: LUCAS MERÇON / FLUMINENSE F.C.

Assim, o Fluminense, que esperava receber ao todo R$ 213 milhões dos investidores, agora terá por volta de R$ 106,5 milhões. O dinheiro já estava lançado no balanço de 2023, embora o clube só tenha recebido R$ 122 milhões do todo. Uma parte deste dinheiro será devolvida e a outra não cairá em 2024, o que por si só deve gerar déficit nas contas do ano.

O Tricolor, que briga para não cair, pode ser sufocado financeiramente em caso de rebaixamento. Isso porque os quatro últimos não recebem valores referentes à premiação das cotas de TV, o que deixaria a temporada de 2024 com um gigante prejuízo às contas do clube.

Foto de Caio Blois

Caio BloisSetorista

Jornalista pela UFRJ, pós-graduado em Comunicação pela Universidad de Navarra-ESP e mestre em Gestão do Desporto pela Universidade de Lisboa-POR. Antes da Trivela, passou por O Globo, UOL, O Estado de S. Paulo, GE, ESPN Brasil e TNT Sports.
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