Brasileirão Série A

De camarote, Thiago Silva vê derrota do Fluminense, vaias, xingamentos e briga no Maracanã

Tricolor cede virada para o Atlético-GO no último lance, se afunda na zona de rebaixamento e segue mal no Campeonato Brasileiro

O Fluminense saiu na frente mas, mais uma vez, sofreu a virada e se afundou na zona de rebaixamento do Campeonato Brasileiro. Do camarote, Thiago Silva viu a derrota de 2 a 1 para o Atlético-GO, os xingamentos e vaias da torcida, direcionadas a Fernando Diniz, e até uma briga generalizada em campo após o apito final.

No primeiro jogo em que assistiu no Maracanã, o zagueiro teve poucos motivos para comemorar. Fora o gol de Ganso, que abriu o placar, Thiago foi mais visto coçando a cabeça e com as mãos no rosto em lamentação a mais uma atuação sofrível do time de Diniz, que levou menos de 15 mil pessoas ao estádio.

Torcida do Fluminense vaia Diniz antes, durante e após derrota

A divisão entre vaias e aplausos já começara antes mesmo de a bola rolar. Quando o nome de Fernando Diniz apareceu no telão, o setor sul da arquibancada chiou, enquanto os torcedores na parte oeste, atrás do banco de reservas, aplaudiram timidamente. O técnico agradeceu com seu V de “vitória, Fluminense”.

O jogo foi nervoso para o Fluminense. Mal no Campeonato Brasileiro, o Tricolor precisava vencer para se afastar da zona de rebaixamento, e tinha um Atlético-GO que costuma ser uma pedra no sapato. A arquibancada acompanhou o nervosismo em campo, com um misto de vaias e apoio durante o primeiro tempo.

Na segunda etapa, a péssima atuação da equipe tirou a paciência dos torcedores. As vaias e os gritos de “time sem vergonha” se espalharam pelo estádio. Fernando Diniz não foi poupado, e ouviu vaias e xingamentos.

Ao apito final, confirmada a derrota por virada, Diniz foi vaiado novamente pela torcida. No setor sul, que já tinha alguns torcedores deixando o estádio, uma faixa com os dizeres “Jogador, honre a camisa, respeite nossa tradição” foi levantada pelo movimento popular Bravo 52.

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Protesto da torcida do Fluminense no Maracanã (Foto: Caio Blois / Trivela)



Thiago Silva sofre com o Fluminense no camarote

Tricolor de coração, Thiago Silva refletiu o comportamento do torcedor. Coçava a cabeça, roía as unhas, reclamava com os amigos em volta e gesticulava a todo momento. Na hora do golaço de Paulo Henrique Ganso, que abriu o placar, sua comemoração pareceu ter mais alívio que felicidade.

Mas o segundo tempo, mais uma vez, trouxe o balde d'água fria que o torcedor já se acostumou. O Atlético-GO começou a rondar a área e chegou ao empate em golaço de Luiz Fernando. A cada toque para trás, erro de passe ou chance perdida, os tricolores xingavam o treinador. Fábio, Marlon, Alexsander e Keno também ouviam chiados das arquibancadas quando tocavam na bola.

A arquibancada, então, começou a vaiar Fernando Diniz e cantar “time sem vergonha” para o Fluminense.

O que já era ruim piorou no último lance do jogo. Já sem Thiago Silva, que deixara o estádio, Marlon cometeu falha clamorosa e o Atlético-GO chegou à virada.

Funcionário provoca Felipe Melo, e zagueiro responde com agressão

Uma briga explodiu no gramado após um funcionário provocar Felipe Melo e ser agredido ao apito final. Os jogadores das duas equipes trocaram empurrões, mas tudo foi controlado.

Enquanto isso, Fernando Diniz reclamava com a arbitragem. A confusão dissipou as críticas e vaias ao treinador, que acabaram tímidas. Ainda assim, todos saíram insatisfeitos do Maracanã: elenco, treinador, diretoria, torcedor e Thiago Silva.

Foto de Caio Blois

Caio BloisSetorista

Jornalista pela UFRJ, pós-graduado em Comunicação pela Universidad de Navarra-ESP e mestre em Gestão do Desporto pela Universidade de Lisboa-POR. Antes da Trivela, passou por O Globo, UOL, O Estado de S. Paulo, GE, ESPN Brasil e TNT Sports.
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