Jesus isolou os problemas do passado e, com calma invejável, bateu o pênalti decisivo ao Brasil
Copa América.
[foo_related_posts]Os problemas começaram em solo russo. Jesus foi titular nos cinco jogos, substituído em apenas dois, e não marcou nenhum gol. Os defensores destacavam o trabalho tático e defensivo que o ex-palmeirense realizava, tarefas que poderiam também ser executadas por Roberto Firmino, que estava em melhor fase. Terminou a campanha saindo, enfim, antes da primeira hora do jogo decisivo contra a Bélgica.
Começou uma nova temporada, e Jesus viu também seu trabalho pelo Manchester City ser abalado. Foi essencialmente reserva, 12 jogos como titular na Champions League e na Premier League, as competições que realmente importam. Marcou sete vezes na liga inglesa e quatro na competição europeia, sendo três no Shakhtar Donetsk. Os outros dez tentos da temporada foram nas copas inglesas, contra Rotherham, Burnley, Brighton, Watford (ok, na final), Oxford United e Burton Albion.
Pela seleção, continuou atuando bastante nos amistosos, mas viu jogadores como Richarlison e Roberto Firmino ganhando mais espaço, até perder de vez a posição para o atacante do Liverpool na estreia da Copa América contra a Bolívia. Recuperou a titularidade contra o Peru, mas deslocado à ponta direita, e perdeu um pênalti que certamente esteve na sua cabeça quando se aproximou da marca do cal na Arena do Grêmio.
Não fez um bom jogo contra o ferrolho paraguaio. Teve uma das melhores oportunidades para resolver a parada antes dos pênaltis, uma bola que sobrou na entrada da pequena área, e mandou para fora. Com o peso de todo esse passado, caminhou para o chute que poderia classificar o Brasil ou aumentar o estigma que vem crescendo contra o seu futebol ao longo do último ano. Com calma e frieza, olhos fixos em Gatito Fernández, esperou a primeira movimentação e mandou no outro canto.
“Não pude fazer o gol de pênalti no jogo anterior. Saí chateado e triste, puto comigo mesmo, pois não bati da minha forma. A ansiedade me atrapalhou. Falei que ia bater (contra o Paraguai) e estava confiante. E batendo da minha maneira eu ia fazer o gol. No jogo anterior, eu não olhei para o goleiro e chapei para o gol. Dessa vez, olhando para o goleiro, calmo, frio, eu o vi movimentando para a esquerda e pude chapar para o outro lado”, afirmou, na saída de campo, segundo o jornal LANCE!.
Ter acertado o pênalti decisivo não apaga o jogo fraco contra a Venezuela, o gol perdido ou os últimos 12 meses de turbulência. Jesus ainda deve futebol, caso queira continuar sendo um jogador incontestável nas convocações e frequente nas escalações. Mas a maneira como o jogador de apenas 22 anos conseguiu isolar todos os problemas e se concentrar apenas na cobrança de pênalti que tinha pela frente demonstrou maturidade e isso também é importante.