Corinthians teve 2023 repleto de protestos e com ponto final nos 16 anos de Renovação e Transparência
Esperança do torcedor do Corinthians é que Augusto Melo, novo presidente, consiga resolver alguns dos muitos problemas e fazer um time campeão
Tanto dentro como fora de campo o ano de 2023 no Corinthians não tranquilo. O clube presenciou uma série de protestos contra a diretoria, treinadores e elenco. Inicialmente, o foco das reclamações estava centrado na cúpula de cartolas alvinegros: o presidente Duílio Monteiro Alves, o diretor de futebol Roberto de Andrade e o gerente de futebol Alessandro Nunes. A pressão chegou a tal ápice que Roberto decidiu renunciar ao cargo, deixando a função das negociações com os outros dirigentes.
Sem resultados dentro de campo e vivendo uma troca caótica de treinadores, o clube viu os alvos passarem a ser os jogadores do elenco, com o foco principalmente em Luan, atleta que não atuava há meses, mas seguia no clube ganhando alto salário. A postura do jogador, que brilhou no Grêmio campeão da Libertadores 2017, era altamente contestada pela torcida e o cenário de tensão tomou proporções inimagináveis.
O jogador chegou a ser abordado por torcedores dentro de um motel em São Paulo. Ameaçado, Luan deixou o Corinthians na sequência, abrindo mão de valores que tinha para receber e regressou ao Grêmio. Ainda assim, o descontentamento da torcida com o rendimento do elenco não diminuiu.
Após eliminações na Copa do Brasil e na Sul-Americana, o clube amargou uma sequência de péssimos resultados no Campeonato Brasileiro, o que deixou o Corinthians brigando contra o rebaixamento até as últimas rodadas. Após a derrota humilhante para o Bahia por 5 a 1, alguns torcedores tentaram invadir o estádio para cobrar os atletas.
A surra sofrida pelo Corinthians aconteceu horas antes das eleições para escolhar nova presidência e conselho. O pleito foi também cercado de tensões. Nas semanas anteriores, um caos de acusações para todos os lados, pichações nos muros e até tiros disparado em frente do clube social, no Parque São Jorge.
Apesar do clima de guerra nos dias que antecederam a votação, a eleição aconteceu com relativa normalidade no dia previsto. As urnas apontaram a vitória de Augusto Melo, colocou fim há 16 anos de mandato da gestão do grupo Renovação e Transparência.
Proposta de quitação da Neo Química Arena foi ponto alto fora do gramado, mas não serviu como cartada final de Duílio
Dias antes da eleição do clube, o até então presidente Duílio, que tentava eleger seu companheiro de chapa, André Luiz, conhecido como André Negão, tentou sua cartada final: negociar a quitação da Neo Química Arena. A proposta foi entregue depois de uma reunião com o Presidente da República Luís Inácio Lula da Silva e com o presidente da Caixa Econômica Federal, banco que financiou a construção da Neo Química Arena, em 2014.
O documento entregue propunha que a dívida fosse paga através de precatórios, diminuindo assim o alto valor dos juros pagos atualmente apelo clube. Viabilizar o pagamento do estádio e ver os valores arrecadados com renda irem direto para o cofre do clube sempre foram grandes desejos da torcida corinthiana. A Caixa, contudo, ainda analisa se o negócio será viável ou não, de acordo com suas instâncias reguladores.
Mesmo tentando resolver um problema central do clube no apagar das luzes de seu mandato, Duílio Monteiro Alves não conseguiu viabilizar um novo mandato para o grupo Renovação e Transparência, o que deixou claro o desejo de mudança já manifestado muitas vezes nas arquibancadas. Os torcedores, em especial as organizadas, declararam total apoio a candidatura de Augusto Melo, que vem prometendo uma gestão mais moderna e, acima de tudo, um elenco que brigue por títulos nos próximos anos.
Gestão Duílio teve dois anos medianos e 2023 desastroso
Uma gestão sem títulos. Provavelmente isso já seria o suficiente para definir os três anos do mandato de Duílio Monteiro Alves. Contudo, os cartolas corinthianos ainda conseguiram entregar ao clube erros de planejamento , excessivas vendas de jogadores e erros nas contratações. 2023 conseguiu ter um ano desastroso para o clube dentro e fora do clube, com o presidente errando em praticamente todas as tomadas de decisão.
Apostando sempre no mantra de pagar dívidas (algumas realmente foram quitadas), Duílio por pouco não foi de presidente ‘sem títulos' para o presidente que rebaixou o clube pela segunda vez em sua história. A confiança descabida em um trabalho ruim de Luxemburgo levou o clube a ter que trazer Mano Menezes às pressas para apagar um incêndio que poderia ter sido fatal, caso o Corinthians tivesse que jogar a Série B em 2024.
Agora com Augusto Melo no comando, o que esperar do Corinthians em 2024?
A vitória de Augusto Melo trouxe uma ponta de esperança ao torcedor corintiano que viu no presidente eleito uma chance de mudança em relação aos últimos anos vividos pelo clube. Apesar de assumir o comando do alvinegro somente em 02 de janeiro de 2024, Melo já vem trabalho na reformulação tão prometida.
O clube já anunciou a saída de ídolos de veteranos ídolos da torcida como Renato Augusto e Gil e a expectativa agora é saber qual será o nível das reposições no elenco. Além das peças em campo, é esperado que Melo reformule o corpo administrativo corinthiano, nomeando diretores, atualizando estruturas e cumprindo sua maior promessa de campanha: recolocar o Corinthians no topo do futebol brasileiro.