Polêmicas extracampo e insinuações, sem provas, de Textor marcam derrocada do Botafogo na temporada
Apesar de alguns avanços institucionais, o 2023 do Botafogo ficou marcado por polêmicas com a CBF, arbitragem, STJD, e 'euricada' de John Textor
Apesar de ter alguns avanços institucionais e melhoras inegáveis em questões financeiras, o extracampo do Botafogo ficou marcado por polêmicas que aparentavam tentar esconder o vexame do time no Campeonato Brasileiro. Com acusações, sem provas, de corrupção, insinuações e discursos inflamados, John Textor, dono da SAF alvinegra, parece ter tentado encontrar um outro culpado que não fosse ele mesmo o seu time para explicar a derrocada do Botafogo em 2023.
A temporada do Botafogo já começou com uma polêmica causada por John Textor. No fim de janeiro, o Glorioso anunciou o empréstimo do atacante Jeffinho para o Lyon, clube da França que também pertence ao empresário americano. A negociação gerou revolta da torcida e, poucos dias depois, os clubes anunciaram que haviam mudado os termos e o Lyon comprou Jeffinho por 10 milhões de euros (cerca de R$ 55 milhões, na cotação da época). Esta mudança fez o atacante virar a maior venda da história do Botafogo.
Além desta venda histórica, o Botafogo também conseguiu um importante acordo com a Justiça do Trabalho. Depois de meses de negociação, o clube homologou o novo modelo do Regime Centralizado de Execuções (RCE) junto a antigos credores. O clube não informou qual o tamanho atual da dívida trabalhista, mas o acordo prevê a quitação destes débitos em aproximadamente 10 anos, o que foi um grande avanço para o Botafogo.
Mas, no final, o que ficou do extracampo do Botafogo foram as polêmicas na reta final do Campeonato Brasileiro. Depois de liderar a competição por 31 rodadas, a queda do time no segundo turno fez o clube perder o título e até ficar fora do G4. Enquanto isso, John Textor exagerava nas reclamações em relação a arbitragem e chegou falar em “roubo” e “corrupção” após a derrota, de virada, por 4 a 3 para o Palmeiras, no Nilton Santos. Processado por Ednaldo Rodrigues, presidente da CBF, e julgado no STJD, empresário americano chegou a encomendar um estudo de uma empresa estrangeira que apontou, em novembro, com o Brasileiro ainda em andamento, que o Botafogo deveria ter 21 pontos a mais que o Palmeiras.
Além disso, o Botafogo ameaçou acionar a Justiça Comum, o que poderia acarretar punições ao clube. Antes disso, ainda com base no relatório encomendado por Textor, a diretoria enviou um ofício ao STJD pedindo a investigação de um suposto esquema de manipulação de resultados no Brasileiro, que teria beneficiando o Palmeiras. O Tribunal, no entanto, arquivou o caso por falta de provas.
O que deu certo fora de campo para o Botafogo em 2023
Enquanto estava focado em resolver questões estruturais e institucionais do Botafogo, a diretoria do clube foi bem e conseguiu avanços importantes, como a acordo com a Justiça do Trabalho no Regime Centralizado de Execuções (RCE). A empolgação da torcida durante o Campeonato Brasileiro e um bom trabalho do clube também fizeram o Botafogo chegar a mais de 63 mil sócios, número recorde na história do clube.
O que deu errado fora de campo para o Botafogo em 2023
A quase obsessão de John Textor em tentar provar que houve algum tipo de conspiração contra o Botafogo na reta final do Campeonato Brasileiro parece ter aumentado ainda mais visibilidade do vexame do Botafogo na competição. Antes mesmo de confirmar a perda do título, que estava nas mãos do clube, a diretoria já parecia preparar o terreno para achar um culpado pela derrocada do time no Brasileirão.
Apesar de ter um projeto praticamente pronto, o Botafogo pouco conseguiu avançar nas conversas com o poder público para poder avançar pela construção de um novo Centro de Treinamentos para o clube, inclusive recebendo criticas públicas do prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes.
O que esperar do Botafogo fora de campo em 2024
Depois do vexame no Campeonato Brasileiro e do fracasso na temporada, a expectativa é de que o Botafogo foque mais no futebol e deixe de lado algumas das polêmicas extracampo. Os erros do departamento de futebol, como a falta de reforços na janela do meio do ano, não podem ser repetidos pelo clube. E, apesar de parecer que John Textor já aprendeu, de certa forma, como funciona o futebol brasileiro, o empresário americano também deve focar mais nas questões do próprio clube.