Prestes a passar Pelé, Neymar volta à Seleção para mostrar que ainda quer ser protagonista
Falta pouco para Neymar superar Pelé e ser o maior artilheiro da Seleção, na qual ainda quer ser protagonista

Neymar desembarcou em Belém na última segunda-feira (4) e arrastou multidões por onde passou desde então. Dos companheiros que o conhecem há anos ao técnico Fernando Diniz, todos dizem que a Seleção é a casa do atacante. E é nessa casa, cercado de carinho por todos os lados, que o camisa 10 encontra um cenário perfeito para mostrar que ainda quer ser um protagonista.
A questão sobre Neymar nunca foi se ele pode, mas sim se ele quer assumir o papel que sempre se esperou dele não apenas na Seleção, mas no futebol mundial. Uma discussão que tomou dimensões ainda maiores com a transferência para o Al-Hilal na Liga Saudita – defendida por ele na entrevista coletiva desta quinta-feira.
A Bolívia não é exatamente um adversário que deve exigir o máximo do camisa 10. O próprio atacante diz que ainda não está 100% após duas lesões musculares. Mas a partida desta sexta-feira (8), às 21h30 (horário de Brasília), no Mangueirão, marca não só o início do ciclo da Seleção para a Copa do Mundo de 2026. Ela é também o primeiro termômetro para saber o que esperar de Neymar até lá.
“Você já saiu de casa? Sentiu saudade? Eu também. Senti saudade, quero voltar e estou à disposição. É muito bom estar de volta. Receber esse carinho foi muito gratificante, maravilhoso. É difícil realmente. Eu sei que essa torcida quer é bola na rede, o Brasil sendo vitorioso”. (Neymar)
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A um gol de ultrapassar Pelé
Neymar disse na entrevista coletiva que, às vezes, a pressão e as cobranças o fizeram esquecer tudo o que ele fez pela Seleção. De fato, ele já fez muito. Tanto que o atacante entra em campo no Mangueirão prestes a ultrapassar Pelé para ser o recordista de gols pelo Brasil. Este é o primeiro passo de volta ao protagonismo
Transformar um recorde do maior atleta de todos os tempos em mero protocolo diz muito sobre Neymar. Ele e Pelé estão empatados no ranking de artilheiros da Seleção, com 77 gols cada, de acordo com números da Fifa, que leva em conta apenas jogos contra seleções. A CBF contabiliza 95 gols para Pelé, mas com partidas contra clubes também em consideração.
Top-5 artilheiros da Seleção*
- Pelé – 77 gols em 91 jogos – Média de 0,84 gol/jogo
- Neymar – 77 gols em 124 jogos – Média de 0,62 gol/jogo
- Ronaldo – 62 gols em 98 jogos – Média de 0,63 gol/jogo
- Romário – 55 gols em 70 jogos – Média de 0,79 gol/jogo
- Zico – 48 gols em 71 jogos – Medái de 0,68 gol/jogo
*contas da Fifa
– É difícil responder essa pergunta. O que essa marca significa. Significa muita coisa. Pelé para todos aqui é o Rei do futebol. Imagina superar o Rei. É isso. Uma coisa que nunca vai imaginar na sua vida. Tem tudo para ser um dia histórico, pelo carinho. E espero sim que aqui seja o palco do gol histórico. Do jeito que me trataram e a forma que me receberam foi muito linda. Espero poder retribuir, deixando Belém como a cidade do gol que passou Pelé – afirma o atacante.
Diniz tira Neymar da zona de conforto
A Trivela apurou que a presença de Diniz contou muito para que Neymar decidisse voltar a defender a Seleção. O atacante sempre foi admirador do trabalho do treinador, e isso, aliás, também foi importante para que ele fosse o escolhido pela CBF. O primeiro contato entre os dois no gramado só serviu para fortalecer esse vínculo.
Diniz tem apenas dois meses de cargo. Neymar tem 13 anos de Seleção. E mesmo assim, o técnico conseguiu, com apenas três treinos, tirar o atacante da zona de conforto. O camisa 10 se espantou com a metodologia de treinos utilizada pelo técnico.
– O Diniz faz um trabalho completamente diferente de tudo o que eu presenciei. É um outro tipo de futebol. Tem mentalidade muito diferente. A maioria dos treinadores fazia quase as mesmas coisas. O Diniz, não. Ele gosta de reinventar o futebol. É um cara muito interessante. Achei muito diferente. Mas muito prazeroso de chegar à Seleção. Depois de 13 anos, vem um cara te colocar um estilo de jogo completamente do que você fez – disse Neymar.
Além do trabalho em campo, o técnico prioriza o lado humano do jogador no dia a dia de trabalhos. Diniz chegou com o discurso de que os jogadores precisam estar felizes em campo para render ao máximo na Seleção. No caso de Neymar, esse ambiente é o que o treinador pretende criar para que ele escrever a última página e se tornar campeão do mundo.
– O Neymar é um talento, um tipo de jogador que demora muito para nascer outro. Ele é muito especial. Vendo de fora, eu afirmei várias vezes isso. Ele é muito, muito, muito fora da curva. É um dos maiores jogadores da história. Ele merece que essa página seja escrita. Vocês me veem como uma pessoa séria. Eu trato o futebol como toda a minha vida. O Neymar merece muito respeito.
“A casa dele é a seleção brasileira. É o lugar em que ele se sente melhor. Espero que ele esteja alegre, em seu melhor nível. Quando está assim, é difícil de segurar”. (Danilo, sobre Neymar)
Neymar será titular em estreia
Fernando Diniz encaminhou a escalação para a sua estreia na Seleção no treino da última quarta-feira (6), já sem a presença da imprensa no Mangueirão. Neymar será titular e deve atuar centralizado, como um camisa 10, de fato, da equipe.
Escalação testada por Diniz: Ederson; Danilo, Marquinhos, Gabriel Magalhães e Renan Lodi; Casemiro, Bruno Guimarães, Rodrygo, Neymar e Raphinha; Richarlison.
A estreia de Diniz na Seleção
Fernando Diniz estreia como técnico da Seleção no duelo com a Bolívia, no próximo dia 8, às 21h45 (horário de Brasília), no Mangueirão, pela primeira rodada das Eliminatórias da Copa do Mundo de 2026. Depois, no dia 12, às 23h (horário de Brasília), o Brasil enfrenta o Peru, no Estádio Nacional, em Lima.