‘A maior contratação foi a manutenção do elenco’, diz Rodrigo Caetano, que pode ser a maior perda do Atlético-MG
Rodrigo Caetano celebra a manutenção do elenco do Atlético, mas ele mesmo pode sair e ser a maior perda do clube na janela
A manutenção do elenco do Atlético-MG é um dos maiores prós do clube para 2024, que conseguiu manter todos os seus titulares, mesmo os mais visados, como Paulinho. O diretor Rodrigo Caetano também tem essa visão e celebrou esse ocorrido, apontando isso como a “maior contratação”. Por outro lado, ele próprio pode ser a maior perda que o Galo terá nessa janela.
Do time base que terminou 2023 muito bem, em grande recuperação, o Atlético não perdeu nenhuma peça, pelo contrário, renovou com várias delas: Saravia, Mauricio Lemos, Arana e Battaglia. Além de outras peças importantes, como Mariano, Bruno Fuchs e Alan Franco, e jovens promissores da base, como Alisson, Iseppe, Vitor Gabriel e Paulo Vitor. As únicas saídas foram a do zagueiro Réver, que se aposentou, e o meia Hyoran, que não teve seu contrato renovado. Alguns jogadores receberam sondagens, mas o Galo fez jogo duro para mantê-los.
– Eu penso que o elenco é forte, pois a maior contratação que fizemos foi a manutenção do elenco. Tivemos inúmeras consultas (aos jogadores do Galo) nesse período. E aí é legal falar, pois o Galo tem dono, que não visa lucro. Eles querem competitividade. É claro que vai ter que fazer a venda em algum momento, desde que reponha e seja uma operação favorável — disse Rodrigo Caetano à CNN Esportes.
Com o time praticamente todo mantido, o Atlético até o momento só fez uma contratação, mas bem relevante: Gustavo Scarpa, que chega com status de titular. O Galo pretende fazer mais uma, no máximo duas contratações, com o foco em atacantes, principalmente um ponta de velocidade e jovem, como Luis Henrique, nome mais forte ligado ao clube no momento.
Mas o próprio diretor pode ser a maior perda do Atlético
Se por um lado o Atlético conseguiu manter o elenco que já estava muito bem estruturado, evitando os assédios do mercado nos seus principais nomes que entram em campo, por outro o clube pode perder seu maior nome fora dele, justamente Rodrigo Caetano. O diretor está na mira da CBF para uma vaga na coordenação da Seleção Brasileira e já deixou claro que, caso receba realmente o convite, vê ele como uma “convocação”, dando a entender que não tem como negar essa oferta, ou seja, deixaria o Galo.
Caso o Atlético realmente perca Rodrigo Caetano para a CBF, o clube terá uma quase impossível missão de achar alguém para substituí-lo a altura, já que ele hoje é um dos melhores diretores do país (se não for o melhor), não à toa pode assumir um cargo na Seleção.
Não foi Rodrigo quem montou a base do primeiro elenco do “Novo Atlético” (foi Alexandre Mattos, em 2020). Ele chegou em 2021 ao clube e completou muito bem o time com as peças que faltavam para ele deslanchar e ser campeão, como Hulk, Nacho Fernandéz, Nathan Silva, Tchê Tchê e Diego Costa, que foram extremamente importantes para os títulos naquele ano. E é ele, sem dúvida, o responsável por conseguir manter muitas peças e também por trazer outras. Sem o diretor, é provável que o Galo não tivesse saído na frente por Paulinho e Scarpa, por exemplo, perdendo assim dois grandes nomes. Sua experiência no mercado e sua forma de trabalhar consegue fazer com que o Alvinegro, mesmo sem os mesmos recursos de Palmeiras e Flamengo, consiga competir em alto nível, ganhando, inclusive, disputas por jogadores com esses clubes.
Não há no mercado hoje alguém com a capacidade de Rodrigo Caetano de fazer negócio nos moldes que o Atlético preza hoje, com respeito ao orçamento da SAF. O Galo não é um clube que pode chegar e oferecer um caminhão de dinheiro para clubes e jogadores, por isso o processo de convencimento é essencial. Além disso, como o próprio diretor já citou, é importante para o Alvinegro “chegar antes” dos demais clubes nos jogadores. Foi assim que ele conseguiu Paulinho e Scarpa.
Caso realmente perca Rodrigo, e é uma situação que parece cada vez mais próxima, o Atlético terá que correr atrás de um novo nome que possa fazer pelo menos algo parecido que o diretor fazia, já que com o mesmo peso é difícil encontrar. Hoje, abaixo de Caetano, o clube tem Victor Bagy, ex-goleiro e enorme ídolo no clube mas, apesar do Galo trabalhar para um dia ele assumir o cargo máximo no futebol atleticano, esse ainda não parece ser o momento ideal.