Brasileirão Série A

Por que o Palmeiras chega à reta final sem metade dos titulares que começaram o ano

Abel ferreira trocou meio time titular do Palmeiras em decorrência de circunstâncias, opções técnicas e táticas

Weverton, Marcos Rocha, Gustavo Gómez, Murilo e Piquerez; Zé Rafael, Gabriel Menino e Raphael Veiga; Rony, Endrick e Dudu.

Foi esse o time que enfrentou e venceu o Flamengo em 28 de janeiro, por 4 a 3, na Supercopa do Brasil. Esse era o 11 ideal de Abel Ferreira quando o ano começou.

Dessa formação, quatro jogadores não fazem mais parte da equipe titular do Alviverde, tomando por base o time que goleou o São Paulo na quarta-feira (25), e deve seguir contra o Bahia, no sábado (28): Marcos Rocha, Gabriel Menino, Rony e Dudu.

E Endrick, que começou o ano jogando, amargou longo tempo no banco de reservas até voltar a reconquistar a Abel, no segundo tempo do jogo de volta da semifinal da Libertadores, contra o Boca. Numa reviravolta, Endrick desbancou Artur, que lhe roubara a posição em abril.

Nos lugares dos cinco, entraram no time Mayke, Richard Ríos, Breno Lopes e Luan, por conta da mudança de proposta tática do time – além do retorno de Endrick. Abaixo, a Trivela explica como e por que cada mudança aconteceu.

Marcos Rocha por Mayke: fator técnico

Mayke é um dos jogadores mais utilizados por Abel Ferreira em outra posição (Foto: Icon Sport)

Aqui, a troca foi simples. Mais jovem, Mayke, 30, simplesmente ganhou a vaga de Marcos Rocha, 34. Um dos capitães de Abel, Rocha vem enfrentando um declínio técnico desde 2022, agravado pelo natural declínio físico para um jogador de sua idade.

E, embora tenha a confiança de Abel, que conta com a renovação de seu contrato para 2024, o camisa 2 simplesmente viu o 12 dar seta para a esquerda e pedir ultrapassagem na disputa pela lateral-direita.

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Breno Lopes por Rony: “Ele tem o gol”

O jogador Breno Lopes, da SE Palmeiras, comemora seu gol contra a equipe do São Paulo FC, durante partida válida pela vigésima nona rodada, do Campeonato Brasileiro, Série A, na arena Allianz Parque. (Foto: Cesar Greco/Palmeiras/by Canon)

Breno Lopes, há 41 dias, em 15 de setembro, esteve na sede da Mancha Verde pedindo desculpas por xingar a torcida um dia antes. O atacante havia feito o gol salvador contra o Goiás, na vitória por 1 a 0, na noite anterior.

Naquele dia, Lopes já entrou em campo xingado, por ter perdido gol contra o Corinthians, em 3 de setembro, no clássico jogado na Neo Química Arena. Após errrar alguns lances, os xingamentos cresceram, e geraram o desabafo impensado do atacante quando balançou a rede, aos 51 do 2º tempo.

Enquanto muitos defendiam o afastamento de Breno, Abel contemporizou, defendeu seu jogador e disse ainda: “Breno tem o gol”.

E foi justamente isso que faltou a Rony neste ano. Contra o São Paulo, jogo em que Breno foi à rede duas vezes, Rony, saindo do banco, chegou ao seu 11º jogo sem marcar pelo Verdão.

Rony fez 13 gols em 53 jogos pelo Palmeiras neste ano. Já Breno, com 49 jogos, sendo titular em apenas dez, fez nove gols.

Ríos por Menino: Melhor contratação do ano?

Os jogadores Joaquín Piquerez, Flaco López, Jhonatan, Marcos Rocha, Naves e o goleiro Mateus (E/D em pé) e Luis Guilherme, Richard Ríos e Zé Rafael (E/D agachados), da SE Palmeiras, durante treinamento, na Academia de Futebol. (Foto: Cesar Greco/Palmeiras/by Canon)

Como se sabe, o Palmeiras fez apenas duas contratações para a atual temporada: Artur e Richard Ríos. O badalado atacante, que desembarcou na Academia de Futebol por R$ 45 milhões, até teve bons momentos no ano e virou titular.

Mas Artur perdeu espaço. E Ríos, que veio do Guarani por R$ 6 milhões (60% dos direitos), sempre que entrou, deu conta do recado. Com a lesão de Gabriel Menino contra o Atlético-MG, Abel não pensou muito para fazer do colombiano seu novo titular.

Contra o São Paulo, já com o novo status, o volante teve excelente atuação, com direito a um passe de trivela para Breno fazer o segundo gol no clássico.

Pelo que custou em relação ao que entrega, dá para afirmar que Ríos foi a melhor coontratação do Verdão para 2023.

Luan por Dudu: Um novo esquema

Lomba, Rony e Luan durante treinamento, na Academia de Futebol do Palmeiras. (Foto: Cesar Greco/Palmeiras/by Canon)

Desde que Dudu rompeu ligamentos do joelho contra o Vasco, em 27 de agosto, Abel vinha caçando um substituto para seu líder técnico. A ideia do português era não mexer na estrutura tática. Portanto, as tentativas quase sempre foram no sentido de achar um ponta.

Kevin foi quem melhor atuou por ali, mas não o suficiente parra dobrar Abel. Que, contra o Coritiba, e novamente, contra o São Paulo, escalou o time com três zagueiros, reconduzindo Luan ao time titular.

E deu certo. Já que ninguém foi capaz de emular o realmeente insubstituível Dudu, o técnico mudou a forma de jogar e passou para um 3-5-2, com Luan aumentando a proteção defensiva e liberando Ríos e Zé Rafael para chegarem mais ao ataque na fase ofensiva para auxiliar Raphael Veiga na criação.

Além disso, os dois laterais passam a poder atacar ao mesmo tempo, com a cobertura extra de Luan, aixiliando Gómez e Murilo.

Endrick por Artur: Ladrão que rouba ladrão

Endrick é a cria da base lançada por Abel com mais renome no Palmeiras (Foto: Icon Sport)

Após estrear como um foguete aos 16 anos, todos queriam ver como seria o 2023 de Endrick – inclusive Abel Ferreira, que começou o ano bancando o garoto como seu camisa 9.

Mas Endrick frustrou a todos, e começou mal. Assim, quando Artur chegou ao clube, sem demorar para se adaptar, o centroavante foi ficando esquecido, entrando pouco nos jogos.

Mas Artur também caiu muito. Em especial depois de Abel tentar adaptá-lo na ponta esquerda. E aí, contra o Boca Juniors, Endrick renasceu.

Atuação do camisa 9 contra os argentinos no Allianz Parque fez com que todos se recordassem do porquê de o Real Madrid ter investido R$ 409 milhões na sua contratação.

O camisa 9 deve terminar o ano comandando o ataque do Palmeiras. Um alento interessante para um fim de ano que, até o momento, é frustrante para os palmeirenses.

Foto de Diego Iwata Lima

Diego Iwata LimaSetorista

Jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero, Diego cursou também psicologia, além de extensões em cinema, economia e marketing. Iniciou sua carreira na Gazeta Mercantil, em 2000, depois passou a comandar parte do departamento de comunicação da Warner Bros, no Brasil, em 2003. Passou por Diário de S. Paulo, Folha de S. Paulo, ESPN, UOL e agências de comunicação. Cobriu as Copas de 2010, 2014 e 2018, além do Super Bowl 50. Está na Trivela desde 2023.
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