Muito além da vaga na Copa: Seleção tem motivos de sobra para dar valor às Eliminatórias
Brasil estreia nas Eliminatórias praticamente já classificado para a Copa, mas pode ter no torneio algumas boas oportunidades

A Seleção Brasileira fará a sua estreia nesta sexta-feira (8), às 21h30 (horário de Brasília), no Mangueirão, contra a Bolívia. Mas já dá para dizer que as Eliminatórias da Copa do Mundo de 2026 são mero protocolo para o único país presente em todas as 21 edições do Mundial. Foi assim nos dois últimos ciclos, em que o Brasil sobrou para garantir a classificação para a Rússia, em 2018, e o Catar, em 2022. E agora, será ainda mais fácil
A Copa de 2026 será uma mega edição do torneio, que pela primeira vez terá 48 seleções – 16 a mais do que nos últimos anos –, que estarão espalhadas pelas sedes em Canadá, Estados Unidos e México. As Eliminatórias da Conmebol destinam seis vagas diretas ao Mundial, além de mais uma vaga para a repescagem, com 10 países em disputa.
Ou seja: carimbar presença na próxima Copa é apenas questão de tempo. As Eliminatórias para o Brasil pouco valem quando pensamos na classificação para o Mundial. Mas elas têm valor, sim, por tudo o que envolvem e representam para a Seleção e para os brasileiros.
Diniz tem missão de resgatar o orgulho da Seleção
Prestes a estrear no comando da seleção brasileira, Fernando Diniz já mostrou que tem a dimensão do que o cargo exige e carrega. O treinador tem contrato com a CBF por apenas um ano e já disse em entrevistas e também aos jogadores que a principal missão é retomar a identificação do povo com a Seleção. O técnico quer resgatar a alegria que torcedor tem – ou costumava ter – de assistir aos jogos da Seleção. Tanto que dois jogadores diferentes em duas entrevistas coletivas diferentes falaram a mesma coisa.
– Sempre foi uma marca nossa. É nossa missão resgatar essa identificação com todo o povo. O Diniz falou hoje que a gente tem que fazer o torcedor dizer: vou ligar a TV porque hoje joga o Brasil. É um pouco a nossa missão. Resgatar essa identificação com o povo – disse Danilo, na entrevista coletiva da última terça-feira.
– É uma das coisas que o Diniz vem pedindo para nós. Que o brasileiro volte a ter paixão de querer assistir à seleção brasileira. Ele vem pedindo muito para nós – praticamente repetiu Casemiro no dia seguinte.
“Carinho da torcida é gigantesco. Uma das funções é fazer tudo o que a gente puder para poder ter essa conexão com o torcedor, que ele goste do que vai ver no campo”. (Fernando Diniz)
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CBF quer “descentralizar” Seleção
Parte importante desta conexão entre Seleção e torcedor vem da própria CBF. A entidade quer “descentralizar” os jogos e distribui-los em diversas praças esportivas. A estratégia é que capitais mais distantes e não tão habituadas a grandes eventos tenham a chance de receber Neymar e companhia. E a escolha por iniciar as Eliminatórias em Belém, aliás, é exemplo perfeito para isso. Com o Mangueirão recém-reformado, o Brasil volta à capital paraense após quase 12 anos.
As cenas pela cidade são de um povo que sentia saudades de sua Seleção. Os torcedores lotaram a rua e a calçada em frente ao hotel da concentração com uma vigília para tentar ver os jogadores de perto. Os ingressos para o jogo contra a Bolívia já foram esgotados.
O Brasil enfrenta o Peru para encerrar esta Data Fifa na próxima terça-feira (12). Mas depois, o calendário das Eliminatórias segue com uma partida contra a Venezuela em Cuiabá em outubro. O clássico com a Argentina tem boas chances de ser disputado na Arena da Amazônia, em Manaus. Mas o local ainda não está definido.

Mais vagas… Mais testes
O novo formato das Eliminatórias também é cenário fértil para que a comissão técnica varie mais a lista de convocados. Diniz já avisou que irá convocar sempre o que tem de melhor. Mas ele também considera o potencial dos jogadores como critério para colocá-los na lista para as partidas. Uma estratégia que dá minutos e convívio de Seleção a atletas mais novos, como lateral-direito Vanderson, sem que haja pressão para que o garoto dê resultado imediato.
Neymar será titular em estreia
Fernando Diniz encaminhou a escalação para a sua estreia na Seleção no treino da última quarta-feira (6), já sem a presença da imprensa no Mangueirão. Neymar será titular e deve atuar centralizado, como um camisa 10, de fato, da equipe.
Escalação testada por Diniz: Ederson; Danilo, Marquinhos, Gabriel Magalhães e Renan Lodi; Casemiro, Bruno Guimarães, Rodrygo, Neymar e Raphinha; Richarlison.
Os convocados por Fernando Diniz:
- Goleiros: Alisson (Liverpool), Lucas Perri (Botafogo) e Ederson (Manchester City);
- Laterais: Danilo (Juventus), Vanderson (Monaco), Caio Henrique (Monaco) e Renan Lodi (Marselha);
- Zagueiros: Ibañez (Al-Ahli), Gabriel Magalhães (Arsenal), Marquinhos (PSG) e Nino (Fluminense);
- Meio-campistas: André (Fluminense), Bruno Guimarães (Newcastle), Casemiro (Manchester United), Joelinton (Newcastle) e Raphael Veiga (Palmeiras);
- Atacantes: Gabriel Jesus (Arsenal), Gabriel Martinelli (Arsenal), Matheus Cunha (Wolverhampton), Neymar (Al-Hilal), Richarlison (Tottenham), Rodrygo (Real Madrid) e Raphinha (Barcelona).
A estreia de Diniz na Seleção
Fernando Diniz estreia como técnico da Seleção no duelo com a Bolívia, no próximo dia 8, às 21h45 (horário de Brasília), no Mangueirão, pela primeira rodada das Eliminatórias da Copa do Mundo de 2026. Depois, no dia 12, às 23h (horário de Brasília), o Brasil enfrenta o Peru, no Estádio Nacional, em Lima.