Ásia/Oceania

Wijnaldum aumenta a coleção de ex-Liverpool no Al-Ettifaq, com Gerrard e Henderson

Wijnaldum parece colocar um ponto final em sua carreira em alto nível, aos 32 anos, e vai formar um mini-Liverpool no Campeonato Saudita

O Al-Ettifaq é o clube do Campeonato Saudita que mais chama atenção fora dos “quatro grandes” – aqueles que recebem apoio do fundo soberano do governo. O pulo do gato da equipe esteve em montar uma pequena colônia de antigas referências do Liverpool. Steven Gerrard desembarcou como treinador. Ganhou um excelente reforço com a contratação de Jordan Henderson, seu sucessor com a braçadeira de capitão em Anfield. Já o meio-campo também recebeu a adição de Georginio Wijnaldum. O holandês vinha abaixo de seu melhor desde que deixou os Reds, com problemas de lesão. Aos 32 anos, se despede da carreira em alto nível na Europa para ganhar cheques gordos na Arábia Saudita.

O impacto de Wijnaldum deixa mais dúvidas por seus problemas físicos. O meio-campista sofreu uma fratura na tíbia que o tirou de grande parte da temporada passada. Ao menos, voltou a tempo de fazer algumas boas partidas na Roma que foi vice-campeã da Liga Europa. Todavia, o mercado para o holandês parecia fechado na primeira prateleira de clubes europeus. A temporada ruim no Paris Saint-Germain em 2021/22, sobretudo, queimou seu filme. O veterano busca uma alternativa que pelo menos renderá dinheiro, enquanto os parisienses ainda levarão €8 milhões pela venda. Wijnaldum assinou por três anos com o Al-Ettifaq.

Wijnaldum caiu demais nos últimos anos

Wijnaldum possui uma bagagem grande no futebol profissional. O meio-campista passou muito tempo na Eredivisie. Sua estreia aconteceu em 2006/07, como um prodígio do Feyenoord. Depois de arrebentar em 2010/11 em Roterdã, o meio-campista assinou com o PSV e também teve ótimo destaque no Estádio Philips. Chegou a conquistar o Campeonato Holandês e se projetava como um talento na seleção da Holanda, de ótima participação na Copa de 2014. Sua porta de entrada na Premier League aconteceu em 2015/16, excelente em sua única temporada com o Newcastle.

O auge de Wijnaldum aconteceu depois de sua mudança para o Liverpool. O meio-campista foi um dos motores da transformação vivida em Anfield sob as ordens de Jürgen Klopp. Foram cinco anos como titular absoluto dos Reds e importante nas conquistas do período. O papel no time que faturou a Champions League em 2018/19 é inesquecível, principalmente pela virada contra o Barcelona, assim como influenciou positivamente o fim do jejum na Premier League em 2019/20. Entretanto, a carreira de Gini degringolou quando o holandês resolveu deixar o Liverpool ao final de seu contrato.

Wijnaldum parecia uma solução no PSG e virou mais um dos problemas, com um impacto quase nulo sobre um meio-campo necessitado. Sua queda se tornava flagrante. A mudança para a Roma gerou esperanças, como um ótimo reforço para o time de José Mourinho. Entretanto, a séria lesão sofrida no início da temporada impediu que Gini realmente se tornasse protagonista. A mudança para o Al-Ettifaq parece reconhecer que seus principais momentos já passaram. A esta altura, abre mão inclusive da seleção holandesa. Wijnaldum se ausentou na Copa de 2022 por causa da fratura, mas foi capitão na Euro 2020 e também esteve presente na última Liga das Nações.

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O mercado do Al-Ettifaq

O Al-Ettifaq fez bons negócios nesta janela de transferências. Steven Gerrard se tornou um atrativo ao assumir o comando técnico, o que garantiu bons jogadores à sua disposição. Jordan Henderson e Wijnaldum sublinham a lista de figuras do Liverpool. O clube ainda buscou o zagueiro Jack Hendry no Club Brugge e também ganhou o centroavante Moussa Dembélé ao final de seu contrato com o Lyon. Outros estrangeiros já faziam parte do elenco, com menções principais ao goleiro Paulo Victor, ao zagueiro Marcelo Tisserand, ao ponta Vitinho e ao centroavante Robin Quaison.

Obviamente, o Al-Ettifaq permanece abaixo dos quatro grandes na disputa do Campeonato Saudita. Mas se mostra entre os mais qualificados para se meter na briga. A equipe ocupa a quinta colocação na tabela, com 10 pontos. Sua única derrota aconteceu diante do Al-Hilal, mas conseguiu ganhar do Al-Nassr na primeira rodada. São apenas três pontos abaixo dos líderes – o Al-Hilal e o surpreendente Al-Taawoun, dirigido por Péricles Chamusca.

Já o PSG precisa agradecer aos clubes árabes pelas vendas que realizou nesta janela de transferências. Dos €149 milhões faturados pelos franceses, €113 milhões vieram do Oriente Médio. A venda de Neymar representa a maior parcela, com os €90 milhões pagos pelo Al-Hilal. Já o zagueiro Abdou Diallo assinou com o Al-Arabi, do Catar, por €15 milhões. Os laços com os donos do PSG certamente facilitaram o negócio. Ainda há a situação de Marco Verratti, que permanece indefinida, mas o volante também era cotado pelos árabes.

Foto de Leandro Stein

Leandro Stein

É completamente viciado em futebol, e não só no que acontece no limite das quatro linhas. Sua paixão é justamente sobre como um mero jogo tem tanta capacidade de transformar a sociedade. Formado pela USP, também foi editor do Olheiros e redator da revista Invicto, além de colaborar com diversas revistas. Escreveu na Trivela de abril de 2010 a novembro de 2023.
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