Drama, pênaltis e mística: Sevilla leva o sétimo título de forma dramática contra a Roma
Depois de empate por 1 a 1 no tempo normal e prorrogação, o Sevilla conseguiu o seu sétimo título na Liga Europa, aumentando ainda mais a sua mística
A Liga Europa é uma competição que tem o Sevilla como sobrenome. Mais uma vez foi assim, mesmo contra a Roma, depois de ter eliminado o Manchester United e a Juventus pelo caminho. Diante dos Reis da Liga Europa, nem José Mourinho e o seu impecável recorde em finais, que caiu por terra. Depois de sair perdendo por 1 a 0 no primeiro tempo, o Sevilla empatou, levou para prorrogação e pênaltis e venceu por 4 a 1 na disputa na marca da cal.
Uma disputa que deixa marcas doloridas à Roma, mas deixa mais uma vez uma história feliz para o torcedor rojiblanco. Vai ter Champions League para a equipe da Andaluzia, mais uma vez. A Roma engole mais uma vez uma derrota que machuca, o segundo vice-campeonato do clube na competição, como foi em 1991 contra a Internazionale na Copa da Uefa.
O Sevilla, em uma temporada que parece ter feito tudo errado, trocou de técnico duas vezes, teve José Luis Mendilibar, que só tinha títulos de segunda divisão contra o supercampeão Mourinho. Mas o peso que o Sevilla tem nessa competição é gigantesco e a sala de troféus vai aumentar. A frustração fica mesmo com a Roma, que chegou perto para perder faltando tão pouco.
Escalações
A primeira novidade foi a escalação de Paulo Dybala como titular. O argentino era dúvida na Roma desde a semana passada por uma lesão e o técnico José Mourinho disse na coletiva desta terça-feira que ele jogaria 25 ou 30 minutos. No fim, jogará mais do que isso, já que começou a partida.
José Mourinho manteve a mesma base do time que vem jogando habitualmente pelos Giallorossi, com Rui Patrício no gol, Gianluca Mancini, Chris Smalling e Roger Ibañez como zagueiros, Zeki Çelik na ala direita, Leonardo Spinazzola na esquerda, Bryan Cristante e Nemanja Matic pelo meio, com Lorenzo Pellegrini chegando mais à frente com Paulo Dybala e Tammy Abraham como referência.
O Sevilla levou a campo um time bastante experiente, com média de idade de 30,2 anos nos seus 11 titulares. O capitão Jesus Navas, de 37 anos, começou na lateral direita. O também experiente Bono, 32 anos, foi titular no gol, como tem acontecido na Liga Europa. Na zaga, Loïc Baldé, 23 anos, e Nemanja Gudelj, de 31. Alex Telles, 30 anos, foi o lateral esquerdo, já que o argentino Marcos Acuña estava suspenso pela expulsão na semifinal.
No meio-campo, Fernando, 35 anos, Ivan Rakitic, também 35 anos, e uma linha ofensiva com Lucas Ocampos, 28, Óliver Torres, 28, e Bryan Gil, 22, o mais jovem do time. Como centroavante, Youssef Em-Nesyri, 26 anos.
Sevilla
Roma
Primeiro tempo
Se esperava que a Roma estacionasse o ônibus e se defendesse, atacando apenas nos contra-ataques. O que se viu em campo foi uma defesa sólida. A Roma se defendeu com até uma linha de cinco jogadores na defesa sem a bola, com seus alas recuando para se tornarem defensores, o time tinha saída de bola. E o Sevilla tinha dificuldades para chegar ao ataque, enquanto a Roma levava perigo em seus ataques.
Aos 11 minutos, a Roma teve uma grande chance. Paulo Dybala fez um ótimo passe para Celik dentro da área e o ala pela direita tocou para trás, na direção de Leonardo Spinazzola, que bateu de primeira. O goleiro Bono fez a defesa da bola, que veio no meio do gol, mas batida de primeira e com perigo.
Melhor no jogo, a Roma conseguiu abrir o placar. Ivan Rakitic bobeou no meio-campo, trombou com Bryan Cristante, perdeu a bola, que sobrou para Gianluca Mancini. O zagueiro deu um passe preciso em profundidade para Dybala, que recebeu, avançou e chutou cruzado, rasteiro, e saiu para o abraço: 1 a 0, aos 34 minutos. Belo gol da Roma, que rapidamente resolveu a jogada. A câmera mostrou José Mourinho se virando de costas e pediu calma aos jogadores. Ele sabia: falta muito tempo E, claro, tem uma questão de marra aí.
O Sevilla, enfim, reagiu aos 43 minutos. Alex Telles chegou pela esquerda, Ocampos se jogou na bola, mas a defesa da Roma tirou com Ibañez. Na cobrança de escanteio, Rakitic colocou na segunda trave e Fernando tocou na bola, mas não conseguiu direcionar. A bola foi por cima.
Em seguida, a Roma teve um bom lance pela direita com Dybala, que fez linda jogada, tocou para trás e Lorenzo Pellegrini recebeu, mas hesitou, não chutou, e acabou perdendo a bola e simulando um pênalti, que foi punido pelo árbitro com o cartão amarelo.
Em uma pressão final do primeiro tempo, o Sevilla cresceu. Óliver Torres rolou para Rakitic, de fora da área, pegar de primeira, de frente para o gol, de pé esquerdo. A bola rasteira bateu na trave e se afastou. Já estávamos nos acréscimos quando o lance aconteceu.
O fim do primeiro tempo foi de alívio para a Roma, que via os rojiblancos melhorarem no jogo. O time italiano teria o intervalo para descansar e tentar novamente mudar o quadro no segundo tempo para fiar mais próximo ao que foi na maior parte da etapa inicial, com os comandados de José Mourinho controlando bem o jogo.
Segundo tempo
Já no intervalo, o técnico José Luis Mendilibar fez duas mudanças: sacou Oliver Torres e Bryan Gil e colocou Suso e Erik Lamela. As mudanças deram resultado: o time voltou melhor para a etapa final, chegou ao ataque nos primeiros minutos. Não criou nenhuma grande chance, mas chegava melhor ao ataque comparado à dificuldade que foi o primeiro tempo. Foram minutos de pressão dos rojiblancos.
Aos nove minutos, o Sevilla empatou o jogo. Jesús Navas recebeu pela direita, cruzou para a área na direção de Em-Nesyri, mas foi Gianluca Mancini que acabou tocando na bola sem querer para trás e matou o goleiro Rui Patrício: 1 a 1. O Rei da Liga Europa reagiu bem e igualou o jogo, que voltava ao ponto inicial.
O gol animou a torcida do Sevilla no estádio e também o time, que tentou aproveitar os minutos seguintes para seguir forte. A Roma precisou reduzir o ritmo do jogo para tirar esse ímpeto do Sevilla. Os italianos praticamente só se defenderam desde marcar o primeiro gol do jogo, mas o cenário agora era outro. Precisaria fazer mais.
A Roma conseguiu reagir em uma bola parada. Cruzamento de Pellegrini, Ibañez tocou sem direção, mas sobrou para Abraham, que finalizou já dentro da área, Bono defendeu e a bola ficou pipocando na área até Ibañez não conseguir pegar bem na bola e mandar para fora. Uma boa chance aos 21 minutos.
Dybala, já desgastado e voltando de lesão, precisou deixar o campo aos 22 minutos. O neerlandês Georginio Wijnaldum entrou no lugar do argentino, o que mexeu no posicionamento de Pellegrini, que ganhou liberdade para ser uma espécie de segundo atacante na Roma, encostando em Abraham como Dybala vinha fazendo.
Com o Sevilla ligeiramente melhor no jogo, Mourinho fez outra mudança aos 30 minutos. Sacou o centroavante Tammy Abraham, que pouco conseguiu participar do jogo, e colocou em campo Andrea Belotti. O atacante, de 29 anos, não faz grande temporada, mas a fase de Abraham também não é das melhores, assim como o jogo.
Eram 39 minutos quando o Sevilla, na pressão, chegou com Suso, que tocou para Ocampos brigar com Ibañez dentro da área e o árbitro Anthony Taylor marcou pênalti, para muita reclamação dos jogadores da Roma. O VAR chamou imediatamente o árbitro para a revisão. Ficou muito claro no replay que não houve absolutamente nada. O zagueiro brasileiro tocou na bola. Após a revisão, o árbitro reviu a decisão e o pênalti não foi marcado.
A tensão aumentava na Arena Puskas. A Roma chegou pela esquerda com Matic tentando o cruzamento para a área, a bola tocou no braço do volante Fernando, mas nada a marcar. O árbitro mandou seguir, corretamente. Na cobrança da falta, Pellegrini deu uma cavadinha para Bellotti, que não conseguiu pegar em cheio na bola, mas levou perigo e Bono deu uma desviada de leve. O árbitro não viu e marcou tiro de meta. Uma grande defesa do goleiro marroquino.
Aos 40 minutos, Suso, que entrou muito bem no segundo tempo, pegou a bola com liberdade e, da intermediária, chutou para o gol. Ibañez desviou de cabeça para fora, gerando o escanteio. O Sevilla ia para cima nesses minutos finais, tentando o gol para o seu sétimo título da competição. O time espanhol parecia mais inteiro fisicamente nos minutos finais, mas a Roma era resiliente e se aprontava para tentar contra-ataques e se defendia.
Ao final do tempo regulamentar, subiu a placa de seis minutos de acréscimos. Os dois times tinham pouco tempo para tentar um gol que daria a taça e, de bônus, uma vaga na Champions League, algo que nenhum dos dois clubes conseguiu na sua liga nacional. O jogo não foi resolvido no tempo normal. O jogo teria prorrogação.
Prorrogação
Os dois times fizeram mudanças antes da prorrogação. O Sevilla sacou Alex Telles e Jesus Navas para colocar Karim Rekik e Gonzalo Montiel. Na Roma, saiu Zaki Çelik e entrou Nicola Zalewski, que é um jogador mais ofensivo pelo lado direito. Foi justamente ele que levou perigo em um ataque pela direita em que apareceu dentro da área e chutou firme de pé direito. A bola bateu na defesa e depois foi afastada.
A Roma claramente sentia mais o cansaço, com o time mais posicionado, com o Sevilla tendo mais a bola. Como quase sempre acontece, os dois times lutaram muito, mas faltava físico para aguentar o jogo. Quase não houve chances, só muita disputa. Foi assim o primeiro tempo da prorrogação.
Veio o segundo tempo da prorrogação e vieram mais mudanças. A Roma sacou Lorenzo Pellegrino, o capitão do time, esgotado, e colocou Stephan El Shaarawy. Também sacou Spinazzola, outro muito cansado, e colocou Diego Llorente. Os dois times seguiram com muita vontade, mas sem criar quase nada. Foi só nos minutos finais que o Sevilla conseguiu uma chance pela direita, em cruzamento que En-Nesyri tocou de cabeça, mas sem muita força.
Nos minutos finais, Nemanja Matic, machucado, deu lugar a Edoardo Bove, cria da base da Roma. Com seis minutos de acréscimos, o jogador teria alguns minutinhos para tentar alguma coisa. Foram incríveis 11 minutos de acréscimos no segundo tempo da prorrogação, contando as paradas. Apesar disso, a decisão seria mesmo nos pênaltis.
Pênaltis
Depois de longos minutos de jogo, a decisão seria mesmo nos pênaltis. O primeiro a cobrar foi Ocampos, pelo Sevilla. Ele bateu com tranquilidade e categoria e fez 1 a 0 para o Sevilla.
O primeiro a cobrar pela Roma foi Crystante. O camisa 4 cobrou firme no canto e marcou: 1 a 1.
Erik Lamela foi o segundo cobrador do Sevilla. Herói na semifinal, ele cobrou bem de pé esquerdo e marcou 2 a 1.
Gianluca Mancini foi o segundo cobrador da Roma e chutou forte, no meio do gol. Bono conseguiu defendeu com os pés. O primeiro erro da disputa foi da Roma.
Ivan Rakitic foi o terceiro cobrador do Sevilla. Vestindo a braçadeira de capitão, ele cobrou bem e ampliou o marcador para 3 a 1.
Roger Ibañez foi o cobrador seguinte da Roma. O brasileiro cobrou no canto, Bono tocou de leve e a bola tocou na trave e deixou a Roma em situação quase irreversível, com dois erros em três pênaltis.
Gonzalo Montiel, o cara que bateu o pênalti que definiu a Copa do Mundo na disputa com a França, teve a responsabilidade de fazer o mesmo pelo Sevilla. Só que desta vez ele cobrou no canto e Rui Patrício defendeu. Só que o árbitro mandou a cobrança voltar, porque o goleiro se adiantou. Mais uma chance para Montiel definir a disputa. Desta vez ele não desperdiçou: marcou e selou o título: 4 a 1 para o Sevilla. O sétimo título veio de forma dramática, sofrida, mas veio. O time continua o Rei da Liga Europa.
Finalizado
1 (4)
-1 (1)
Sevilla - Roma
UEFA Liga Europa - Puskas Arena
1° Turno