Sul-Americana

Histórico (nem tão) recente mostra que sair vivo de Quito é bom negócio para São Paulo

São Paulo enfrenta LDU nesta quinta-feira (24) pela ida das quartas de final da Sul-Americana

Primeiro, eliminou o San Lorenzo. Seis dias mais tarde, alcançou uma classificação histórica sobre o rival Corinthians para ir à final da Copa do Brasil. E uma semana depois, o São Paulo já se vê em mais um mata-mata, novamente pela Sul-Americana. Sem tempo sequer de respirar, o Tricolor enfrenta a LDU nesta quinta-feira (24), às 19h (horário de Brasília), no Estádio Casa Blanca, pelo duelo de ida das quartas de final

Por falar em respirar, haja oxigênio para suportar a altitude de 2,8 mil metros de Quito e sair de lá com um bom resultado, ou ao menos sair vivo no confronto. De fato, além dos efeitos de jogar quase três quilômetros acima do nível do mar, o retrospecto mostra que para o São Paulo é um bom negócio voltar da capital do Equador com um resultado que lhe permita construir a classificação dentro do Morumbi.

A delegação são-paulina está desde a terça-feira em solo equatoriano e desembarcou por lá sob a sombra de algumas marcas nada inspiradoras para a decisão. A começar pelo histórico do clube em confrontos com a LDU no Equador.

São Paulo nunca venceu LDU em Quito

São Paulo e LDU já se enfrentaram quatro vezes na história, com predominância total dos mandantes: são duas vitórias para cada lado. O Tricolor, portanto, levou a pior nas duas vezes em que esteve em Quito. A pior mesmo, porque foram duas derrotas por goleada.

A primeira delas ocorreu em 2004. O São Paulo tinha Rogério Ceni, tinha Luis Fabiano, tinha Grafite… E mesmo assim perdeu por 3 a 0 em Quito na fase de grupos da Libertadores. Depois, no Morumbi, vitória por 1 a 0.

A última partida foi bem mais recente, em 2020, também pela fase de grupos da Libertadores. O Tricolor até venceu a LDU no Morumbi por 3 a 0. Mas no Equador, veio uma derrota por 4 a 2 que praticamente decretou a eliminação são-paulina na competição.

São Paulo nunca venceu a LDU no Equador (Foto: Rubens Chiri/saopaulofc.net)

Mais de um mês sem vencer fora de casa

Para piorar, o São Paulo desembarcou em Quito sob a sombra de mais de um mês sem vencer fora de casa. A última vitória como visitante foi maiúscula, imponente: 2 a 1 sobre o Palmeiras, no jogo da volta das quartas de final da Copa do Brasil, no Allianz Parque, em 13 de julho.

Desde então, a equipe amargou três derrotas e um empate em quatro jogos. Os tropeços, aliás, foram em três competições diferentes. O Tricolor perdeu para o Cuiabá, pelo Brasileirão, para o San Lorenzo, pela Sul-Americana, e para o Corinthians, pela Copa do Brasil, em duelos como visitantes. Teve também o empate em 1 a 1 com o Flamengo no Maracanã pelo Brasileirão.

– Sinto a equipe muito segura nas decisões em campo, na postura. É sempre uma equipe equilibrada. Cada jogador tenta executar, quando percebe o erro, é a repetição o trabalho que faz a gente encontrar o caminho. É natural que oscile, como acabou oscilando em um período anterior – disse o técnico Dorival Júnior.

Mas em casa, o São Paulo resolve

O histórico recente também mostra que o São Paulo não tem problema algum em reverter adversidades dentro do Morumbi. As duas últimas semanas foram exatamente assim: nervos à flor da pele, boas doses de sofrimento e doses ainda maiores de euforia com duas classificações. Dorival Júnior, um especialista em mata-matas, sabe bem como lidar com estes sentimentos. O técnico está invicto há 17 confrontos eliminatórios.

– O fato importante, oscilamos, mas recuperamos em casa. Tem peso muito grande e nao é qualquer equipe que consegue reverter dois resultados em uma semana, no limite do emocional, tendo que buscar essas viradas e ainda mostrar-se consistente no Brasileirão – ressalta Dorival.

O Tricolor vem de duas classificações com viradas buscadas em casa. Primeiro, foi o San Lorenzo, pelas oitavas de final da Sul-Americana. Depois, o Corinthians, pela semifinal da Copa do Brasil. Duas vitórias por 2 a 0 após derrotas nos duelos de ida fora de casa. Resultados históricos que também cobram seu preço, claro.

– Foram 21 dias de decisão, desde o primeiro jogo com o Corinthians na Arena, depois San Lorenzo e outra vez com Corinthians. Foi um desgaste mental muito grande, tendo que reverter dois placares. Não só os atletas terminaram a partida na quarta-feira, mas nós também, na comissão técnica – afirma o auxiliar técnico Lucas Silvestre.

Escalação provável do São Paulo

Dorival Júnior tem indefinições apenas no meio-campo para a partida desta quinta-feira. O técnico tem força máxima à disposição, salvo Pablo Maia, desfalque por uma indisposição. A tendência é de que o São Paulo tenha Gabriel Neves no lugar do volante no meio-campo. No ataque, Luciano volta a formar dupla com Calleri, e Lucas Moura deve recuar para atuar pela direita.

Escalação provável do São Paulo: Rafael; Rafinha, Arboleda, Lucas Beraldo e Welington; Gabriel Neves, Alisson, Lucas Moura e Rodrigo Nestor; Luciano e Calleri.

São Paulo e LDU se enfrentam nesta quinta-feira (24), às 19h (horário de Brasília), no Estádio Casa Blanca, em Quito, pelo duelo de ida das quartas de final da Sul-Americana. A partida da volta será na quinta-feira seguinte (31), às 19h (horário de Brasília), no Morumbi.

Foto de Eduardo Deconto

Eduardo DecontoSetorista

Jornalista pela PUCRS, é setorista de Seleção e do São Paulo na Trivela desde 2023. Antes disso, trabalhou por uma década no Grupo RBS. Foi repórter do ge.globo por seis anos e do Esporte da RBS TV, por dois. Não acredite no hype.
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