Conmebol confirma conversa com Concacaf para Copa América 2024 e entidades se aproximam mais
Alejandro Domínguez confirmou que há conversas para realizar Copa América em conjunto entre Conmebol e Concacaf em 2024 e relação para ir além disso

O presidente da Conmebol, Alejandro Domínguez, confirmou conversas com a Concacaf sobre a realização de Copa América, mas que por enquanto é só especulação que os Estados Unidos sediarão o evento em 2024. Mais do que isso, o dirigente deixou claro que há portas abertas com a Concacaf para mais colaboração entre as duas confederações, algo que pode unir as duas entidades para além das seleções, como já falamos em 2016.
Seria a segunda vez que a Copa América seria realizada nos Estados Unidos, já que em 2016, quando houve a Copa América Centenário, o torneio foi realizado no país. Foi a primeira vez que a Copa América foi sediada fora da América do Sul. O Equador chegou a manifestar desejo de sediar a Copa América 2024 no último mês, mas o presidente do país, Francisco Egas, afirmou que a nação tem questões mais importantes para lidar e não estava em posição de sediar o evento. Assim, os Estados Unidos têm sido especulados como uma possível sede.
“No momento, é especulação”, afirmou Domínguez, respondendo se os Estados Unidos sediarão a próxima Copa América. “Houve propostas de muitos lugares. Neste momento, a Copa América 2024 não tem uma sede. Por enquanto, tudo é especulação”.
Domínguez, porém, confirmou que é possível que países membros da Concacaf, como México e Estados Unidos, podem fazer parte da Copa América. Segundo o presidente da Conmebol, ainda não foi tomada nenhuma decisão. “Qualquer país está em posição de sediar a Copa América. Na realidade, não há nada por escrito que nos force a uma situação ou um país, isso não foi decidido”.
“Falamos diversas vezes [com a Concacaf], nós estávamos muito próximos de fazer isso em outras ocasiões, mas, infelizmente, não aconteceu. As conversas ainda estão abertas, ainda há mais a fazer, sempre unidos, não divididos”, continuou o presidente da Conmebol.
“Não há nada concreto, há e sempre houve conversas desde 2016, elas continuam a existir, fazemos o mesmo com a Uefa, com outras confederações. Esperamos que isso aconteça, a competição tem que ser atrativa para nós seguirmos por esse caminho”, declarou.
Alejandro Domínguez já tinha comentado sobre o que considera uma necessidade: a aproximação da Conmebol e da Concacaf. “Se há algo que esta Copa do Mundo mostrou é que precisamos um do outro. Não podemos viver em compartimentos diferentes, estagnados, porque aqui vemos como quando uma partida entre duas seleções de uma confederação é muito mais neutro, porque se conhecem, mas quando enfrenta uma equipe de outra confederação, todas as equipes se encontram com problemas diferentes”, afirmou o presidente da Concacaf.
“Nós sempre estamos em conversas com Victor Montagliani, meu colega de Concacaf. Sempre estamos com o diálogo aberto e constante porque sabemos que podemos nos ajudar, assim como eles podem nos dar a mão”, continuou Domínguez, em evento que a Conmebol promoveu para homenagear Pelé, realizado em Doha.
Jogadores como Guillermo Ochoa, do México, e Keylor Navas, da Costa Rica, comentaram depois das eliminações na Copa do Mundo que seria importante voltar a competições da Conmebol. Vale lembrar que clubes mexicanos deixaram de disputar a Libertadores em 2016, mas houve uma porta aberta para compartilhar a competição de seleções em 2016 com a realização da Copa América Centenário em 2016, que teve realização conjunta da Conmebol e Concacaf. “Não acredito que seja um condicionante (o dinheiro), o que interessa é que seja competitivo e que beneficie ambas as confederações”, disse Domínguez.
Já se sabe que as duas confederações há tempos vislumbram ter uma colaboração maior, tanto em seleções quanto em clubes, até de olho em criar uma competição que possa, no longo prazo, ser tão importante quanto são as da Europa – a Eurocopa, em seleções, e a Champions League, em clubes. Mais de uma vez os clubes mexicanos e americanos, os dois principais países da Concacaf, se mostraram favoráveis a disputar uma competição como a Libertadores, algo que a Conmebol também vislumbra.
O maior obstáculo para isso hoje é político. Em uma potencial Copa América que inclua as seleções da Concacaf e uma Libertadores que inclua toda a América, o maior problema é saber quem apita mais. Quem, afinal, vai dar as cartas? A Conmebol não quer abrir mão do poder, nem a Concacaf.
Há outro fator que precisa ser levado em conta: as Eliminatórias da Copa. Tanto as Eliminatórias na América do Sul quanto na Concacaf devem ficar mais esvaziadas com o aumento de vagas a partir da Copa 2026. A Conmebol terá seis vagas e ainda um lugar na repescagem mundial e a Concacaf terá seis vagas e mais duas vagas na repescagem. Com isso, a competitividade das Eliminatórias fica extremamente afetada.
Uma união entre as duas confederações, usando um formato diferente, pode tornar as Eliminatórias mais relevantes, especialmente como produto de TV, que valeria muito e para mercados pesados, como México e Estados Unidos na América do Norte e Brasil e Argentina na América do Sul. Isso tudo, porém, ainda é bem distante. O que está próximo, e deve acontecer, é a realização de uma Copa América em conjunto, mais uma vez. Ao que parece, Alejandro Domínguez parece disposto a ter mais proximidade com a Concacaf e, assim, é possível que vejamos mais dessas ideias sendo discutidas mais adiante.