Inglaterra

Fizeram uma pesquisa de popularidade sobre os donos da Premier League e o resultado não é nada surpreendente

Aiyawatt Srivaddhanaprabha, do Leicester, tem a maior taxa de aprovação, e Mike Ashley, do Newcastle, a menor

Uma pesquisa de popularidade sobre os donos da Premier League foi realizada pela empresa de apostas Sky Bet em parceria com o instituto especializado YouGov e o resultado não é nem um pouquinho surpreendente: o tailandês Aiyawatt Srivaddhanaprabha, do Leicester, tem a maior taxa de aprovação, e Mike Ashley, do Newcastle, a menor.

A pesquisa perguntou aos torcedores se eles estão contentes em continuar com os atuais proprietários dos seus clubes, e 94,6% das pessoas que responderam e torcem para o Leicester falaram que sim. Aiyawatt Srivaddhanaprabha é filho de Vichaii Srivaddhanaprabha, empresário tailandês que era dono da empresa King Power, tirou o Leicester da segunda divisão, conquistou uma Premier League e estabeleceu as bases para o crescimento atual das Raposas.

Além da maneira como elevou o clube a um patamar próximo do grupo de elite da Premier League, apesar de não ter o mesmo faturamento, a família Srivaddhanaprabha sempre se preocupou em fazer ações para se aproximar da torcida do Leicester, como oferecer cerveja de graça em alguns jogos especiais. Essa tradição foi mantida no primeiro aniversário de Vichaii após a sua morte em um acidente de helicóptero em outubro de 2018. Também apoiam iniciativas da comunidade local, com doações para hospitais e outras instituições.

Por outro lado, Mike Ashley é odiado pela torcida do Newcastle e os 3,1% dos torcedores do clube que afirmaram que estão satisfeitos com a sua permanência devem ser apenas uma anomalia estatística porque é difícil encontrar uma pessoa verdadeira com essa opinião.

Ele é acusado de usar o Newcastle para promover a sua loja de materiais esportivos, quase nunca faz altos investimentos e ainda pede alto para vender o clube. A rejeição a Ashley é tamanha que a possível venda para uma nação com um péssimo retrospecto de violação de direitos humanos como a Arábia Saudita estava sendo comemorada antes de ser bloqueada pela Premier League.

Tony Bloom, dono do Brighton, e Matthew Benham, do Brentford, dois apostadores profissionais, fecham o pódio de donos mais populares com 94,4% e 91,7% de aprovação.

A pesquisa também é interessante para ver em que patamar estão os donos que embarcaram na malfadada aventura da Superliga Europeia, e o resultado indica que dependeu bastante de quanto crédito tinham com os torcedores e também de como se portaram durante aqueles dias turbulentos.

Por exemplo, a família Glazer do Manchester United já era extremamente contestada pela sua abordagem muito comercial e por ter endividado o clube no processo de compra, cerca de duas décadas atrás. Não surpreende que apareça na antepenúltima colocação, com 9,8% de torcedores dizendo que ficariam satisfeitos com a sua permanência.

Em penúltimo lugar, com 8,9%, está Stan Kroenke, dono do Arsenal, outro que nunca caiu nas graças da torcida, que ficou preocupada com a maneira como ele comprou quase todas as ações do clube. A notícia de que o fundador do Spotify deseja comprar os Gunners foi recebida com festa. Também há sinais de desgaste na relação entre as arquibancadas e Daniel Levy, presidente do Tottenham, que começou a sofrer protestos após o ocaso da Superliga, embora tenha feito um bom trabalho de crescimento do clube. É o quinto dono mais odiado com apenas 25,8% de aprovação.

Além de nunca terem hesitado em colocar dinheiro no próprio bolso para elevar os seus clubes a patamares em que historicamente eles poucas vezes estiveram, xeque Mansour e Roman Abramovich também foram os primeiros a recuar diante das críticas dos torcedores à Superliga Europeia e aparecem nas primeiras posições do ranking de popularidade. Mansour está em quinto lugar, com 82,1%. Abramovich, em oitavo, com 75,7%. Ajuda também que a pesquisa tenha sido feita depois dos times montados pelos dois terem decidido a Champions League.

A Fenway Sports Group, do empresário norte-americano John Henry, dona do Liverpool, está no meio do caminho. São inegáveis os méritos do trabalho de reconstrução realizado nos últimos dez anos, embora em campo eles sejam mais de Jürgen Klopp, mas a FSG também se envolveu em algumas polêmicas recentes.

Houve protestos em 2016 quando os donos tentaram aumentar os preços dos ingressos e mais revoltas quando tentaram registrar a palavra “Liverpool” para fins comerciais. O descaso com o time feminino também incomoda, a maneira como Gerrard deixou o clube nunca caiu bem e houve mais um pedido de desculpas após o clube recuar da sua intenção de usar um programa do governo para cobrir salários até £ 2,5 mil durante a pandemia. E além da Superliga Europeia, Henry também esteve envolvido no Projeto Big Picture que daria mais poder ao Big Six dentro da Premier League.

E por isso, ficou lá pelo meio da tabela, com 54,2%, o último clube com uma porcentagem razoável antes de uma queda brusca para o West Ham, com 27,8%. David Sullivan e David Gold eram alvos de protestos constantes antes da pandemia, em parte porque muitos torcedores não engoliram a mudança de Upton Park para o Estádio Olímpico de Londres. A promessa é que aumentaria as receitas do clube que, desde então, ainda não saiu de fato do lugar e chegou até a brigar contra o rebaixamento.

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Foto de Bruno Bonsanti

Bruno Bonsanti

Como todo aluno da Cásper Líbero que se preze, passou por Rádio Gazeta, Gazeta Esportiva e Portal Terra antes de aterrissar no site que sempre gostou de ler (acredite, ele está falando da Trivela). Acredita que o futebol tem uma capacidade única de causar alegria e tristeza nas mesmas proporções, o que sempre sentiu na pele com os times para os quais torce.
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