Europa

PSG e Juventus tentaram criar Superliga paralela à Superliga

Antes da polêmica Superliga Europeia, PSG e Juventus se reuniram nos bastidores para criar uma competição parecida com 24 equipes

Antes da bola rolar nas demais partidas das oitavas de final da Champions League, outra polêmica abalou o futebol europeu. Nesta terça-feira (20), o jornal francês L'Equipe revelou que PSG e Juventus tentaram criar uma Superliga paralela à Superliga que é discutida hoje em dia, cuja novela está longe de acabar. E a competição proposta pelos franceses e italianos tinha algumas semelhanças.

Tudo aconteceu no segundo semestre de 2020, quando o presidente dos Parisienses, Nasser Al-Khelaifi, e Andrea Agnelli, ex-mandatário da Velha Senhora, se reuniram para criar um projeto que viria a se tornar a Superliga no ano seguinte. O torneio pensado por Paris Saint-Germain e Juve levaria o nome de Bohr, fazendo referência ao físico dinamarquês do século XX que participou da criação da bomba atômica.

Vale lembrar que Agnelli confirmou o encontro com A-Khelaifi na capital da França em entrevista ao Financial Times. À época, o ex-presidente do Bianconeri defendeu a ideia da criação de uma nova competição, pois, caso não o fizessem, “estavam mortos”. Aqui é importante ressaltar que a Bohr foi elaborada em meio à pandemia da Covid-19, que causou uma crise no futebol mundial.

A motivação para o “embrião” da Superliga se pautava em duas justificativas. Primeiro, Nassar Al-Khelaifi e Andrea Agnelli consideravam que a Liga dos Campeões não trazia benefícios suficientes às principais potências do continente. Segundo, os prejuízos financeiros causados pelo coronavírus tinha enfraquecido os clubes. Fato é que Bohr não saiu do papel, mas serviu de alicerce para uma proposta ainda mais audaciosa.

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Conheça a Bohr e como ela moldou a atual Superliga Europeia

Ainda segundo o L'Equipe, a Bohr teria 24 equipes, sendo 14 delas classificadas diretamente com base no maior rendimento acumulado nas últimas temporadas. Em outras palavras, os times mais ricos da Europa, assim como a Superliga. Dois clubes seriam convidados, Milan e Lyon. Por fim, as demais oito equipes entrariam no torneio dependendo dos resultados recentes em competições do continente.

Esse coeficiente seria parecido com o que a Fifa utilizou para o Mundial de Clubes de 2025. Os 24 times seriam divididos em quatro potes de seis, para que todos os participantes da Bohr pudessem jogar 32 partidas na fase de grupos, sendo 16 em casa e 16 como visitante. Apenas as oito piores equipes seriam eliminadas na primeira fase, com o restante se classificando ao mata-mata.

Na sequência, o modelo seria o mesmo da atual Champions League: oitavas, quartas e semis em partidas de ida e volta, e final em decisão única. Os critérios de classificação para futuras edições da Bohr não foram expostos. Ao todo, a competição teria 413 jogos disputados, dos quais 384 incluiriam a fase de grupos. Entre os benefícios, cada clube receberia € 8,2 milhões (cerca de R$ 43,8 milhões na cotação atual).

Como a Bohr não foi para frente, o projeto serviu de inspiração para a atual Superliga Europeia, que foi defendida por Real Madrid, Barcelona e Juventus (essa última já mudou o discurso). A princípio, o PSG também era a favor da nova competição, mas Al-Khelaifi se tornou presidente da Associação Europeia de Clubes (ECA), e não podia incentivar um torneio que entrasse em conflito com a Liga dos Campeões da Uefa.

Foto de Matheus Cristianini

Matheus CristianiniRedator

Jornalista formado pela Unesp, com passagens por Antenados no Futebol, Bolavip Brasil, Minha Torcida e Esportelândia. Na Trivela, é redator de futebol nacional e internacional.
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