São Paulo garante mais de R$ 350 milhões em acordos e tem missão de (enfim) equilibrar finanças
São Paulo agita mês de dezembro com acordos de peso e abre caminho para a estabilidade
Primeiro, saiu a confirmações de Erick como primeiro reforço para 2024. Depois, vieram o experiente Luiz Gustavo e Damián Bobadilla, promessa do futebol paraguaio. A renovação de Lucas Moura era o presente de Natal que faltava e já não falta mais. Com essas quatro contratações, o São Paulo agitou o último mês do ano em que conquistou o título inédito da Copa do Brasil com mais boas notícias aos seus torcedores. E acredite. Esses nem são os anúncios feitos pelo Tricolor ao longo do mês de dezembro que mais impactarão o futuro do clube.
Enquanto cuidava do elenco de Dorival Júnior, a diretoria aqueceu os bastidores com uma série de assinaturas que podem salvar a saúde financeira do clube em médio prazo. No intervalo de algumas semanas, o São Paulo anunciou um novo patrocinador máster, a venda dos naming rights do Morumbi(s) e um acordo com com a gigante norte-americana do showbusiness Live Nation para exploração do estádio. Sem falar na venda iminente de Lucas Beraldo ao PSG e de um outro acordo com a WTorre para a reforma do Morumbi.
Todos esses negócios renderão ao clube nos próximos anos um valor que supera os R$ 355 milhões (confira os detalhes de cada acordo na lista abaixo). São receitas muito (mas muito) necessárias para um clube que encerrará 2023 com déficit e que ainda enfrenta severas dificuldades financeiras.
São Paulo precisa usar acordos para equilibrar finanças
Mesmo com recordes de público e receitas no Morumbi e mais de R$ 120 milhões em premiações, o presidente Julio Casares previa encerrar a temporada no negativo. Este rombo deve ser minimizado pela venda de Lucas Beraldo ao PSG. Mas isso não exclui o fato de que o São Paulo conviveu (e convive) com problemas em suas finanças ao longo de todo o ano.
O clube atrasou direitos de imagem e até mesmo pagamento de salário em 2023. O ano encerrou com novo atraso, desta vez para quitar premiações referentes ao título da Copa do Brasil. Tudo isso é apenas um sintoma de um clube cuja dívida supera os R$ 700 milhões.
A injeção de receitas, claro, não é uma solução mágica para todos esses problemas. Até porque os valores serão pagos a longo prazo, conforme as nuances de cada contrato, e o clube precisa arcar com os custos de sua operação no dia a dia – desde os gastos com o futebol, até os demais encargos.
Mas todos esses acordos são passos enormes para que o clube encontre o equilíbrio financeiro necessário para se manter competitivo não apenas hoje, mas no futuro a longo prazo. Que se diga e se reconheça: os anúncios das parcerias recentes são acertos gigantes da diretoria. A responsabilidade e o desafio de utilizar estes recursos de maneira adequada são deste mesmo tamanho.
🏠 Ele não voltou à toa!
Lucas retornou para casa, venceu e vai continuar vivendo um sonho, agora até 2️⃣0️⃣2️⃣6️⃣!#RespondeAosCorações ❤️🤍🖤#VamosSãoPaulo 🇾🇪 pic.twitter.com/j4PocQcmPC
— São Paulo FC (@SaoPauloFC) December 23, 2023
Os acordos recentes do São Paulo
Naming Rights do Morumbi
O São Paulo acertou a venda dos naming rights do estádio Cícero Pompeu de Toledo à multinacional norte-americana Mondeléz, proprietária da Lacta, a dona da marca de chocolates Bis. Por conta do acordo, o estádio passará a ser chamado de MorumBis. Ou seja: pelo simples acréscimo de um “S” no nome do Morumbi, o clube irá receber R$ 75 milhões por três anos – R$ 25 milhões por temporada.
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Novo patrocínio Máster
O São Paulo também tem um acordo alinhado com a casa de apostas Superbet para ser o patrocinador máster do clube pelos próximos três anos. O Tricolor vai receber R$ 52 milhões por temporada pela parceria. Para trocar de patrocinador, no entanto, as partes têm que chegar a um acordo quanto ao pagamento da multa rescisória da Sportsbet.io, que patrocinou o clube em 2023. O valor está estipulado em cerca de R$ 24 milhões. A atual patrocinadora tinha a prerrogativa de igualar o valor da multa e seguir no Tricolor até o final do contrato. Mas a companhia já notificou o clube de que não vai cobrir a oferta e exige o pagamento da multa.
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Exploração do Morumbi
O clube também firmou parceria com a gigante norte-americana do showbusiness Live Nation. O São Paulo fechou um acordo de exclusividade para que o Estádio do Morumbi receba os eventos organizados pela empresa nos próximos cinco anos. O contrato dará ao Tricolor aproximadamente, R$ 60 milhões ao longo dos cinco anos para cessão do Morumbi – há ainda uma receita variável a ser aferida em cada show, de vendas de produtos nos dias dos eventos. A parceria vai para votação no Conselho Deliberativo do clube, e o martelo deve ser batido em janeiro.
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Reforma do Morumbi
O São Paulo fechou na última sexta-feira (29) um acordo para reformar o Morumbi. O contrato foi assinado com a WTorre, que reformou e administra o Allianz Parque, do Palmeiras, e tem um acerto com o Santos para também reformar a Vila Belmiro. O acordo prevê modernização da arena até o fim de 2030, ano em que o clube tricolor vai comemorar o seu centenário. Pelo que se sabe do projeto, o estádio poderá receber shows para até 100 mil pessoas, depois de reformado. A capacidade para jogos deve ser ampliada para 85 mil torcedores.
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Venda de Lucas Beraldo
Um negócio que diz respeito a dentro de campo também deve ser sacramentado nos próximos dias. O clube acertou a venda de Lucas Beraldo para o PSG, da França. Pela negociação, inicialmente, o São Paulo vai receber R$ 64,2 milhões, o que equivale a 60% dos 20 milhões de euros da transação. O XV de Piracicaba e o próprio jogador dividem igualmente os R$ 42,8 milhões restantes – 20% para cada parte. O clube do Morumbi ainda tenta elevar seu ganho na transação. A meta é chegar a R$ 90 milhões, por meio de oferta de alguma contrapartida para o XV e o atleta.