Brasil

Como um reitor de universidade faz parecer que Ancelotti na Seleção é questão de tempo

Ancelotti recebe homenagem de Universidade de Parma e vê reitor 'entregar' seu acerto com a CBF para assumir a Seleção

A chegada de Carlo Ancelotti para comandar a seleção brasileira parece cada vez mais uma mera questão de tempo. E por mais que o treinador sempre evite falar do assunto, o tema o persegue até em momentos inesperados. O italiano recebeu nesta semana uma homenagem da Universidade de Parma e viu o reitor da instituição, Paolo Andrei, “dedurar” o seu acerto com a CBF para comandar o Brasil a partir do segundo semestre de 2024.

No evento, Ancelotti recebeu o título de Doutor Honoris Causa em Ciências e Técnicas de Atividades Motoras Preventivas e Adaptadas. O técnico, como de costume, não discorreu sobre o seu futuro durante o discurso de agradecimento. Quem falou sobre o que vem pela frente foi o próprio reitor da universidade.

– Em 2024, Carlo Ancelotti tem uma aventura extraordinária que seria apenas um sonho para muitos treinadores: treinar o Brasil. É o primeiro estrangeiro dos últimos 60 anos que dirigirá a Seleção. O quarto em toda a história. A admiração que sentimos por ele é generalizada e vai além de qualquer lugar ou time – disse o reitor.

A “entregada” vai de encontro com o discurso que Ancelotti adota desde que o acerto com a CBF virou notícia. Em entrevista coletiva recente, o treinador afirmou que o Brasil é assunto proibido e que nunca abordará o tema enquanto estiver no comando do Real Madrid.

– Eu nunca vou falar de Brasil. Sou técnico do Real Madrid e vou ficar. Eu não falarei sobre este assunto mais. Eu tenho contrato e vou seguir com isso. Vamos ver no ano que vem o que acontece – afirmou o treinador.

Não bastasse a gafe do reitor, a Universidade de Parma ainda “oficializou” a entregada. O material de divulgação do evento trata Ancelotti como técnico do Real Madrid e futuro treinador da seleção brasileira.

Ancelotti só a partir de junho

Para a CBF, a chegada de Ancelotti é assunto já resolvido. O italiano assumirá a Seleção a partir de junho de 2024. O presidente Ednaldo Rodrigues chegou a um acerto com o treinador após uma série de reuniões em junho deste ano, um pouco antes do anúncio de Fernando Diniz como técnico.

Como tem vínculo com o Real Madrid até a metade de 2024, Ancelotti não pode assinar nenhum outro contrato até janeiro. O prazo é de seis meses antes do fim da relação com os Merengues. Mas a CBF confirma já ter garantias para bancar a chegada do treinador. Prova disso é que o próprio Ednaldo Rodrigues deixou escapar logo após a primeira convocação de Diniz, que o italiano já é “realidade” para a entidade.

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E Diniz?

Fernando Diniz assinou contrato com a CBF com duração de um ano, até a metade de 2024. O treinador já disse em mais de uma entrevista coletiva que o seu vínculo tem prazo de validade e que em momento algum irá projetar um futuro além do que está previsto no documento.

– Contrato a princípio de um ano, sem projetar para frente. Fazer o melhor e deixar a Seleção na melhor condição, independentemente de quem exerça o cargo a partir do meio do ano que vem – disse o treinador, na entrevista após anunciar sua primeira lista de convocados.

Muito antes de pensar no que vem pela frente, o técnico foca nos compromissos que ainda tem em 2023. A Seleção enfrenta a Venezuela em 12 de outubro, às 21h30 (horário de Brasília), na Arena Pantanal, em Cuiabá, pela terceira rodada das Eliminatórias da Copa do Mundo de 2026. Depois, no dia 17, o adversário será o Uruguai, no Estádio Centenário, em Montevidéu.

Depois, na próxima Data Fifa, em novembro, serão mais duas partidas. Primeiro, contra a Colômbia, fora de casa, e depois contra a Argentina, no Maracanã. O Brasil lidera as Eliminatórias com seis pontos e 100% de aproveitamento nos dois primeiros jogos.

Foto de Eduardo Deconto

Eduardo DecontoSetorista

Jornalista pela PUCRS, é setorista de Seleção e do São Paulo na Trivela desde 2023. Antes disso, trabalhou por uma década no Grupo RBS. Foi repórter do ge.globo por seis anos e do Esporte da RBS TV, por dois. Não acredite no hype.
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