Ramón Díaz perde escudo importante no Corinthians e título vira obrigação
Prestígio em relação ao trabalho do treinador é cada vez menor e envolve até o presidente
A manutenção de Ramón Díaz no comando técnico do Corinthians passa muito pela conquista do título paulista.
Ainda que finalista da competição, o treinador chega aos jogos contra o Palmeiras pressionado e cada vez menos prestigiado internamente no clube alvinegro.
A eliminação na Libertadores, ainda na fase preliminar, pesou para a pressão sobre o argentino aumentar. Porém, o desgaste já existe há algum tempo.
Presidente corintiano, Augusto Melo iniciou a temporada como um dos defensores do trabalho de Ramón.
Hoje, no entanto, o treinador não possui o mesmo prestígio com o dirigente.
Augusto se sentiu exposto por ser contradito pelo técnico sobre uma suposta solicitação para que fosse contratado um zagueiro canhoto no início do ano.
O presidente revelou o pedido em entrevista ao podcast “Inteligência Ltda” há pouco mais de um mês. Porém, semanas depois, Ramón Díaz negou o episódio em entrevista coletiva.
Segundo apurou a Trivela, treinador e dirigente nunca conversaram sobre o assunto, mas houve incômodo por parte de Augusto com a situação.
O presidente se viu em uma posição vulnerável, enquanto o treinador se saiu bem com os zagueiros do elenco.
Coro por demissão de Ramón Díaz é grande, mas Augusto espera a final
Desde o ano passado existe um grupo com poder de acesso à presidência que não é convicto em relação ao trabalho de Ramón Díaz.
Esse coro diminuiu após a arrancada corintiana na reta final do Brasileirão do ano passado, mas ganhou força novamente após algumas atuações ruins da equipe em 2025 e, sobretudo, depois da eliminação na fase preliminar da Libertadores.
Ainda assim, essas pessoas não possuem papel efetivo para um possível desligamento da comissão técnica.
O poder deles é levar essas insatisfações a Augusto Melo e transferir a pressão ao presidente corintiano.
Na prática, o poder de decisão passa por duas pessoas: o próprio Augusto e o executivo Fabinho Soldado, que defende a continuidade do trabalho da comissão técnica.
Fabinho possui grande influência nas decisões do futebol, mas a palavra final é do presidente.
Para o executivo, a manutenção de Ramón Díaz deveria acontecer independentemente do resultado na final do Paulistão. Ele entende que a manutenção do trabalho é fundamental para um projeto de sucesso.
Augusto, por sua vez, pensa diferente. A conquista do estadual e a classificação à fase de grupos da Libertadores foram os dois principais objetivos traçados para o primeiro semestre no futebol. O primeiro já não foi concluído com êxito. O insucesso no segundo daria argumento suficiente para descontinuar o trabalho da comissão técnica.
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Augusto respalda Ramón no Corinthians até o final do Paulistão
De toda forma, para o presidente corintiano é fundamental que se aguarde a decisão do Campeonato Paulista e que o discurso até lá seja de respaldo ao trabalho de Ramón Díaz.
– Tem contrato até o final do ano e o trabalho é bem avaliado – disse Augusto.
De toda forma, o presidente se ateve a poucas palavras e evitou um longo discurso de defesa a Ramón.
Nos bastidores, o retorno do técnico Tite é muito forte. Porém, o nome de Renato Gaúcho agrada bastante a Augusto Melo.
Ambos os treinadores estão no mercado e automaticamente se tornariam opções, caso a saída de Ramón Díaz aconteça após o Paulistão.
