Por que Fabinho Soldado é considerado o grande vencedor da janela nos bastidores do Corinthians

Pressionado no início da janela de transferências, o executivo de futebol Fabinho Soldado virou o jogo e terminou o período de mercado prestigiado no Corinthians. 

A perspectiva do clube alvinegro era a contratação de quatro atletas, conforme havia estimado e até prometido pelo presidente Augusto Melo a torcedores organizados, mas o saldo foi quase o dobro, com sete reforços anunciados.

Os sete reforços do Corinthians na janela

• Hugo Souza
• André Ramalho
• Alex Santana
• Charles
• José Martínez
• Hector Hernández
• Talles Magno

E ainda que tivesse papel mais ativo em algumas negociações em específico, Fabinho participou de todas. 

A ideia era que o profissional blindasse Augusto Melo para que o presidente entrasse na negociação somente nos detalhes finais para a assinatura do contrato. 

O próprio presidente respeitou o processo e o saldo foi considerado positivo internamente. 

A avaliação foi que a janela de transferências do Corinthians no meio do ano foi muito melhor sucedida do que a do início da temporada, onde Melo e até mesmo o ex-diretor de futebol Rubens Gomes, o Rubão, foram os responsáveis por conduzir a maioria das negociações – Fabinho foi contratado no final do período e teve pouca participação nas transações daquele momento. 

Seriedade venceu falta de experiência para Fabinho no Corinthians

Antes mesmo da janela de transferências abrir, já havia no Corinthians quem não concordasse com a manutenção de Fabinho Soldado, pelo fato dele nunca ter atuado diretamente nesta função de executivo de futebol. 

No Flamengo, onde o profissional estava antes de fechar com o Timão, a função era mais em nível de operações e vestiário, sem mexer com negociações. 

A resposta de Fabinho para a desconfiança foi a seriedade na condução dos negócios. 

A atuação de Soldado foi muito elogiada internamente no mercado pelo ar de profissionalismo que ele passava nas conversas com empresários e dirigentes de outros clubes. 

Segundo fontes ouvidas pela Trivela, o executivo corintiano foi bastante equilibrado nas tratativas, sendo firme, mas não duro, conseguindo algumas vezes mudar a visão prévia de ausência de credibilidade do Corinthians no mercado. 

Até mesmo em negociações onde ele teve pouca influência, pois foi amarrada pelo estafe do atleta contratado, ter Fabinho como elo foi importante para a fluidez do negócio. Exemplos nas operações que culminaram nas contratações do volante Charles e do atacante Talles Magno. 

Em outros casos, a participação de Soldado foi ainda maior e mais efetiva. Em especial, com André Ramalho. 

O zagueiro fez questão de participar de todo o processo e a transparência e seriedade do executivo nas tratativas foi essencial para que o negócio fosse fechado, já que o defensor tinha propostas para permanecer no futebol europeu, inclusive renovando com o PSV Eindhoven, da Holanda, équipe que defendia. 

Aproximação com Ramón e analista de mercado foi importante

Outro fator que foi fundamental para que Fabinho Soldado ganhasse prestígio no Corinthians durante a janela de transferências foi a relação com Ramón Díaz. 

Fabinho entende que na sua função é primordial que ele tenha contato frequente e seja até mesmo uma espécie de “armadura” para os treinadores.

Essa ideia de Soldado não era tão bem vista anteriormente por muitas pessoas no Timão que, inclusive, consideravam isso como fator principal para que o clube demorasse para demitir António Oliveira, em junho. 

Com Ramón já tem sido diferente. Fabinho tem levado os pedidos do técnico argentino para os bastidores e trabalhado as operações de acordo com os desejos do treinador. 

E nesse aspecto, a parceria com Renan Bloise, analista de mercado indicado pelo próprio Soldado, foi essencial. 

A dinâmica de trabalho da dupla acelerou alguns processos que permitiram a contratação de mais jogadores do que o esperado, atendendo às necessidades apontadas diretamente pelo treinador. 

“Não” ao Internacional foi crucial para mudança de chave

Quando a desconfiança em Fabinho Soldado já tinha deixado de existir no Corinthians, o profissional recebeu e recusou um convite para assumir o Internacional, no lugar de Magrão. 

O compromisso do executivo com o projeto corintiano foi muito bem visto no clube e também foi importante para que Soldado ganhasse moral no Timão.