O que pode acontecer se o presidente do Corinthians não depor sobre o Caso Vai de Bet?
Defesa de Augusto Melo tentou adiar data do depoimento, mas teve pedido vetado pela Polícia

A Polícia Civil negou o pedido de adiamento do depoimento de Augusto Melo no “Caso Vai de Bet”. Assim, o presidente do Corinthians segue aguardado na tarde desta quarta-feira (14) na Delegacia de Polícia de Proteção à Cidadania (DPPC).
Caso o mandatário corintiano opte pela ausência, não haverá nova convocação para que ele preste os esclarecimentos à investigação que apura possíveis crimes de associação criminosa e lavagem de dinheiro.
Segundo o apurado pela reportagem, as autoridades responsáveis entendem que já há elementos suficientes para o fechamento do inquérito. O intuito é que isso ocorra na primeira semana de maio.
O pedido de adiamento do depoimento de Augusto Melo ocorreu no início da tarde desta segunda-feira (14) e confirmou a informação trazida pela Trivela no período da manhã.
A defesa do dirigente alega que não obteve integralmente o processo.
No entanto, a juíza responsável pelo caso emitiu um despacho na última sexta-feira (11) em que autorizou às pessoas citadas acessarem as informações sigilosas mediante à solicitação de uma senha.
Assim, a Polícia Civil entende que não há motivos para postergar o depoimento do presidente corintiano. E caso ele não compareça na quarta-feira (14), perderá o direito de apresentar a defesa.
Depoimento de Augusto Melo fecha semana decisiva para o caso
Antes do presidente corintiano, Marcelo Mariano depôs durante cerca de três horas à Polícia Civil e ao Ministério Público de São Paulo (MP/SP) nesta segunda-feira (14).
Marcelo foi diretor administrativo do Corinthians e está afastado do cargo desde janeiro. Ele é o responsável por autorizar o repasse das comissões à Alex Cassundé mesmo sem a aprovação de Rozallah Santoro, diretor financeiro à época.
Conforme soube a reportagem, os esclarecimentos de Mariano não devem ser suficientes para livrá-lo do indiciamento.
No entanto, a defesa do ex-dirigente está confiante em ter comprovado a inocência dele durante o depoimento.
– Respondemos todas as perguntas e ficou esclarecido e comprovada a absoluta inocência do senhor Marcelo Mariano de todos os fatos que estão sendo apurados – disse o advogado Átila Machado.
Marcelo Mariano teria reforçado que foi Alex Fernando André, conhecido como Alex Cassundé, quem fez a intermediação do contrato do Timão com a “Vai de Bet”.
Porém, segundo apuração da Trivela, houve pontos de contradição entre os depoimentos do ex-diretor administrativo e de Cassundé.
Alex Cassundé prestou serviços de mídias sociais na campanha de Augusto Melo à presidência do Corinthians.
O acesso dele ao clube alvinegro se deu pela relação com Sérgio Moura, superintendente de marketing afastado.
Moura é aguardado nesta terça-feira (15), às 14h, para depor na DPPC.

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Perto do fim, Investigação alcança quase um ano
A investigação do “Caso Vai de Bet” iniciou em maio de 2024.
Ela apura o repasse de R$ 1,08 milhão a uma empresa de fachada que possui ligação com o crime organizado, segundo os autos do processo nos quais a Trivela teve acesso às informações.
Quase todas as pessoas citadas durante as apurações já foram escutadas. Assim, os depoimentos desta semana tendem a ser os últimos. Ao menos que haja a apresentação de novos elementos e informações.
A tendência é que Augusto Melo, Marcelo Mariano e Sérgio Moura sejam indicados.
Uma vez que isso aconteça, o processo é encaminhado ao Ministério Público que avalia as provas colhidas e, por meio de um promotor, opta por oferecer a denúncia ou pelo arquivamento.