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As portas da Arábia Saudita estão mais abertas do que nunca para Messi

Dias após Messi declarar que uma ida para Arábia Saudita o 'atraia', diretor da Saudi League fez questão de estender um tapete vermelho ao argentino

Aparentemente, preterir a Major League Soccer ao invés da Arábia Saudita não “queimou” o argentino Lionel Messi com os executivos do país . Michael Emenalo, diretor de futebol da Saudi League, disse ao jornal inglês The Guardian que, se o craque quiser, ficará muito feliz em recebê-lo, assim como qualquer outra “superestrela” que tenha interesse em atuar por lá.

A Saudi Pro League está aberta a negócios para qualquer superestrela que queira vir. Se houver uma indicação de que há uma vaga e alguma das estrelas conheço disser: ‘Estamos interessados ​​em vir para esta liga’, trabalharemos muito, muito duro para trazê-los. As razões pelas quais Messi acabou na MLS são algo para as quais não tenho respostas. Se ele decidir na próxima temporada que quer vir para cá, ficaremos felizes em recebê-lo. Se ele quiser continuar na MLS, ficaremos muito, muito felizes por ele.

Coincidência ou não, a fala de Emenalo acontece exatos dois dias depois Messi falar à revista Time como a proposta do futebol saudita mexeu com ele. Eleito o atleta do ano pela publicação, o argentino detalhou como foi o processo após a saída do Paris Saint-Germain e que, sua ideia inicial, era voltar ao Barcelona.

– Minha primeira opção era voltar ao Barcelona, mas isso não foi possível. Eu tentei voltar, mas as coisas não aconteceram. Também é verdade que, depois disso, eu pensei muito sobre ir para a liga da Arábia Saudita, pois sei que o país criou uma competição muito poderosa e que pode vir a ser um campeonato importante no futuro próximo – disse, antes de completar:

– Como embaixador de turismo [da Arábia Saudita], era um destino que me atraía, principalmente porque eu gostei de tudo o que visitei lá, por conta de como o futebol está crescendo no país e pelo esforço que eles estão colocando em criar uma competição top. No final das contas, eu estava entre Arábia Saudita ou MLS, e as duas opções pareciam muito interessantes para mim – finalizou Messi.

A opção do maior craque da geração foi realmente a MLS, mais especificamente o Inter Miami. Na Flórida, o argentino conseguiu fazer coisas comuns no dia a dia, como ir ao mercado com a família, algo que talvez não fosse tão fácil na Arábia Saudita, apesar da alta quantia oferecida (falavam-se entre 200 e 400 milhões de euros por ano). Também não quer dizer que o contrato firmado nos Estados Unidos tenha sido ruim para Messi. Ele assinou com o clube até o fim de 2024 e recebe anualmente 60 milhões de euros, além de participação em quantias do pay-per-view da liga americana, dos lucros da fornecedora esportiva Adidas e ainda há a opção de ficar com uma porcentagem do Inter Miami quando se aposentar.

Dentro de campo, Messi brincou no meio de uma liga inferior tecnicamente ao que estava acostumado. Foram 11 gols e cinco assistências, que garantiram o primeiro título da história do Inter Miami, a Leagues Cup, que também deu uma vaga na Concacaf Champions League. Pela MLS, porém, o argentino pouco fez (sofrendo também com questões físicas) e o clube não avançou aos playoffs.

Diretor do Campeonato Saudita rechaçou retorno de jogadores à Europa

Os 760 milhões de euros investidos pelos clubes sauditas (ou melhor, pelo governo saudita) na última janela de transferências – além dos jogadores em fim de contrato – não foram investidos apenas em atletas em fim de carreira na Europa. Alguns jogadores no auge da forma, como Rúben Neves, ou promessas, caso de Gabri Veiga, também desembarcaram no país asiático. Isso levantou questões sobre quanto tempo esses atletas permaneceriam em um futebol abaixo do praticado nos grandes centros da Europa.

Recentemente, especulações apontaram que Neves poderia retornar ao velho continente, para o Newcastle, clube que também pertence ao fundo soberano saudita. O diretor da Saudi League tratou de afastar qualquer possibilidade disso. “As pessoas tentaram conectar algo que realmente não existe. Rúben estava no Wolves e qualquer um poderia tê-lo contratado, mas não o fez”, afirmou Emenalo.

O executivo ainda citou como negou o interesse de clubes ingleses e de outros países. “Recebi interesse de clubes de outros países, incluindo da Premier League, por alguns dos nossos craques que gostariam de ter, mas isso não sai na imprensa. Dizemos categoricamente: ‘Não’”, finalizou.

Foto de Carlos Vinicius Amorim

Carlos Vinicius AmorimRedator

Nascido e criado em São Paulo, é jornalista pela Universidade Paulista (UNIP). Já passou por Yahoo!, Premier League Brasil e The Clutch, além de assessorias de imprensa. Escreve sobre futebol nacional e internacional na Trivela desde 2023.
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