Arábia Saudita muda regra sobre estrangeiros em seus clubes – e isso não é bom para o resto do mundo
Arábia Saudita não dará descanso no mercado da bola, tanto que modificou seu regulamento para ter espaço para novos craques internacionais
O que antes era uma somente um plano, agora se tornou realidade. A Arábia Saudita mudou as regras de seu campeonato em relação à quantidade de estrangeiros permitidos em cada um de seus clubes. A medida abre caminho para a contratação de novos craques internacionais, consolidando ainda mais o país como uma das potências no mercado da bola.
Anteriormente, cada time poderia inscrever oito jogadores não sauditas por partida na Saudi Pro League. Agora, a Federação Saudita de Futebol definiu que os clubes poderão relacionar até 25 jogadores por jogo no campeonato local, com possibilidade de 10 deles serem estrangeiros. Entretanto, apenas oito atletas nascidos fora do país podem entrar em campo.
O novo regulamento entrará em vigor a partir da temporada 2024/25. Ou seja, a legislação atual segue sendo válida até o primeiro semestre do próximo ano. Mesmo assim, clubes de fora da Arábia Saudita já estão cientes de que podem perder mais jogadores na janela de transferências do verão do hemisfério norte (julho e agosto). E a tendência é que novos craques assinem com Al-Nassr, Al-Hilal, Al-Ittihad, Al-Ahli, entre outros.
As quatro equipes citadas anteriormente fazem parte do grupo que recebe investimento milionário do próprio governo da Arábia Saudita, que deposita caminhões de dinheiro no futebol para tornar o país atrativo para o resto do mundo através do esporte. Não à toa, a Fifa nomeou os sauditas como sede da Copa do Mundo de 2034.
Campeonato Saudita promete levar ainda mais craques
Em janeiro de 2023, a Arábia Saudita surpreendeu o mundo ao contratar Cristiano Ronaldo junto ao Manchester United. A ida do craque português para o Al-Nassr acabou sendo um presságio do que estaria por vir na metade do ano. O país foi o segundo time do mundo que mais gastou na última janela de transferências, com incríveis € 950 milhões (cerca de R$ 5,1 bilhões).
Só o Al-Hilal foi responsável por € 350 milhões (em torno de R$1,8 bilhão) das transferências. Neymar, que estava no PSG, custou € 80 milhões (aproximadamente R$ 428 milhões). E muitos outros nomes conhecidos trocaram a Europa pela Arábia Saudita: Mané, Roberto Firmino, Milikovic-Sávic, Benzema, Mitrovic, Kante, Ruben Neves, Koulibaly, Henderson, e tantos outros.
Se com a restrição de oito estrangeiros por clube a Saudi Pro League bagunçou o futebol, agora com a permissão de mais dois jogadores por equipe a partir de 2024/25, é provável que as contratações bombásticas continuem sendo realidade. Quarteto ajudado pelo governo à parte, outros times do país têm condições financeiras de contratar craques.
🚨🇸🇦𝑩𝑹𝑬𝑨𝑲𝑰𝑵𝑮 — A Federação Saudita e a Saudi Pro League anunciaram o aumento no número de jogadores estrangeiros inscritos a partir da temporada 2024-2025. Cada clube agora poderá registrar até 10 jogadores estrangeiros, sendo oito sem restrição de idade e dois nascidos… pic.twitter.com/wZliV9N9GH
— Central do Arabão (@centraldoarabao) December 29, 2023
Esse é o caso do Al-Ettifaq, que contratou Henderson, ídolo do Liverpool. A mudança na regra referente aos jogadores nascidos fora do país faz parte do planejamento da Arábia Saudita para o futebol. Como de costume, essa medida também pode afetar o Brasil, que costuma perder seus principais talentos para o mercado do Oriente Médio.
Querendo tornar o Campeonato Saudita um produto mais valorizado, o Al-Hilal carrega o status de melhor equipe do país, já que lidera a principal competição de forma invicta. Para manter a soberania, Jorge Jesus pode pedir novos reforços à diretoria. Já os rivais também não querem ficar para trás e prometem atacar o mercado para melhorar a qualidade do elenco. E o próximo craque que eles podem contratar pode ser do seu time.