Europa que se cuide: apetite da Arábia Saudita por craques só aumenta e eles até mudarão regra
Se você achou que a Arábia Saudita ia dar um tempo nas grandes transferências, achou errado: eles querem muito mais em 2024
Falta menos de uma semana para a abertura da janela de transferências de janeiro, de inverno no hemisfério norte, e pela primeira vez na história, talvez, os europeus podem estar mais preocupados do que aliviados com isso. Ao mesmo tempo em que, por exemplo, o Manchester United pode aproveitar seu novo dono minoritário para comprar, o Milan pode suprir as dezenas de lesões do seu elenco com novas transferências ou o Real Madrid pode finalmente repor sua esfacelada defesa, todos estes clubes podem acabar perdendo jogadores para a Arábia Saudita.
Em janeiro fará exatamente um ano que Cristiano Ronaldo fechou com o Al-Nassr em um movimento que, na época não parecia tanto, mas dava indícios de que os polos que regem o futebol mundial estariam mudando. A chegada do português, um dos maiores jogadores de todos os tempos, acabou não sendo pontual: pelo contrário, a sede da Arábia Saudita por novos craques só aumentou e fez com que a janela de transferências do verão do hemisfério norte, em julho e agosto, fosse tomada de idas inesperadas dos mais diversos tipos de jogadores do futebol europeu para o Oriente Médio.
O plano da Arábia Saudita de ser um grande centro do futebol mundial segue a todo o vapor e a janela de transferências de janeiro de 2024 vai exercer papel fundamental nisso. Talvez não com a intensidade que aconteceu no meio de 2023, muito por conta do fato de a temporada estar em andamento, mas com relevância que não era esperada em anos anteriores. Os árabes sabem que para serem o polo futebolístico que planejam, precisam seguir investindo. E o farão isso — até mudando regras internas do campeonato se for preciso.
Campeonato Saudita deve aumentar limite de estrangeiros na próxima temporada
Atualmente, o maior fator limitante para que mais e mais jogadores de outros países cheguem à Arábia Saudita é uma regra da Saudi Pro League, que organiza o campeonato local e que limita a oito o número de estrangeiros por equipe. De acordo com matéria do jornal inglês Telegraph, isso tende a mudar já para a próxima temporada, com aumento de mais duas vagas para jogadores forasteiros em cada equipe. Com isso, os investimentos, evidentemente, podem aumentar também e mais estrangeiros podem chegar, vindos principalmente do futebol da Europa.
— Nós temos que mostrar na próxima janela, e a seguinte, que vamos ser levados a sério, que seremos competitivos no topo da liga. Espero que possamos fazer mudanças significativas no time e no elenco, até o fim de janeiro — cobrou Steven Gerrard, técnico do Al-Ettifaq, em sua coletiva mais recente.
Isso que o Al-Ettifaque de Gerrard não é um dos quatro que recebem ajuda do governo — Al-Hilal, Al-Nassr, Al-Ittihad e Al-Ahli formam esse grupo — mas tem tido capacidade de investimento de deixar muito time europeu com inveja.
A janela de transferências da Arábia Saudita, como acontece também em maior parte da Europa, abrirá na segunda-feira que vem, dia 1 de janeiro, e fechará ao final do mês. Na janela de verão do hemisfério norte, a Arábia Saudita foi a segunda liga que mais gastou com reforço, despendendo cerca de 950 milhões de euros em reforços para seus times. Para se ter ideia dessa grandiosidade, o Al-Hilal, que teve como principal contratação o brasileiro Neymar, por 80 milhões de euros, gastou 350 milhões de euros em reforço, sendo o segundo clube do mundo a mais gastar para se reforçar. Sinal dos novos tempos.