Neymar: quais são os segredos para o craque recuperar o protagonismo no PSG
Sem Messi e com indefinição sobre Mbappé, brasileiro busca recuperar o prestígio em Paris
O Paris Saint-Germain informou nesta terça-feira (18) que o brasileiro Neymar voltará a participar parcialmente dos treinos com o restante do elenco. O atacante, recuperado de uma cirurgia de reparação dos ligamentos do tornozelo direito, fez trabalhos individuais no campo e realizou exercícios com bola pela primeira vez em cinco meses na semana passada. Cada vez mais próximo das condições físicas ideais, o camisa 10 pode voltar a ser o grande protagonista da equipe nesta temporada.
Neymar foi contratado em 2017 por 222 milhões de euros para ser o principal nome do PSG. As recorrentes contusões, a ascensão do jovem Kilyan Mbappé e a chegada de Lionel Messi em 2021, no entanto, fizeram com que o brasileiro perdesse o posto. Agora, Messi foi para o Inter Miami, Mbappé pode estar com seus dias contados em Paris e Neymar terá nova oportunidade de ser o astro do clube.
Em seu primeiro ano na França, Neymar foi indiscutivelmente o destaque do Paris Saint-Germain. Mesmo perdendo a reta final da temporada 2017/2018 por uma fratura no quinto metatarso do pé esquerdo, terminou com 28 gols e 17 assistências em 30 partidas, sendo eleito o melhor jogador do Campeonato Francês.
Já nas últimas quatro premiações da União Nacional dos Jogadores de Futebol Profissionais (UNFP, na sigla em francês), quem levou o troféu foi Mbappé. Para piorar, Neymar ficou de fora das últimas duas seleções da temporada da competição nacional, enquanto o astro francês esteve em ambas e Messi figurou na última.
Na Liga dos Campeões, Neymar ficou ainda mais ofuscado. Em seis anos no PSG, foram 22 gols e 15 assistências em 41 aparições no torneio de clubes mais importante da Europa, aparecendo na seleção da competição em 2020. No mesmo período, Mbappé somou 52 partidas, 34 gols e 23 assistências, além de ter figurado entre os 11 melhores em 2018, 2021 e 2022.
Nas duas temporadas em que Messi vestiu a camisa da equipe parisiense, seus números também foram superiores aos de Neymar. Em 75 jogos, o argentino marcou 32 vezes e serviu seus companheiros em 34 ocasiões, enquanto o brasileiro teve 31 gols e 24 assistências, mas em 57 partidas.
Lesões tiraram Neymar de quase 40% dos jogos do PSG
A entorse nos ligamentos do tornozelo direito sofrida em fevereiro foi apenas mais uma lesão de Neymar desde que chegou ao Paris Saint-Germain. Desde que estreou, o craque perdeu 119 dos 316 jogos realizados pelo clube por estar no departamento médico, cerca de 37,65%.
O atacante ainda perdeu a reta final de três das seis temporadas temporadas que disputou pelo PSG, incluindo confrontos decisivos do mata-mata da Liga dos Campeões. Em 2017/2018, a fratura do quinto metatarso do pé esquerdo impossibilitou a participação do brasileiro no duelo de volta com o Real Madrid. No ano seguinte, ficou fora dos dois embates com o Manchester United. Já neste ano, não esteve no segundo jogo contra o Bayern de Munique. Nos três casos, seu time acabou eliminado nas oitavas de final.
O tornozelo direito tem sido o principal problema para Neymar nos últimos anos. Foram três contusões no local desde que chegou em Paris, sendo duas delas entre novembro de 2022 e fevereiro de 2023. Pelo alto número de reincidências, o jogador precisou fazer uma cirurgia de reparação dos ligamentos.
- - ↓ Continua após o recado ↓ - -
O que pode favorecer Neymar na temporada
Outros fatores importantes podem ajudar Neymar a ser o grande personagem do Paris Saint-Germain na temporada 2022/2023. O principal deles é a chegada do técnico Luis Enrique, com quem o atacante viveu seus melhores momentos na época de Barcelona.
O treinador espanhol foi o responsável por um dos grandes trios de ataque do futebol mundial neste século, com Lionel Messi, Luis Suárez e o próprio Neymar. Com ele, o brasileiro foi campeão e artilheiro da Liga dos Campeões em 2014/2015, com dez gols.
Sob o comando de Luis Enrique, Neymar chegou a ser o grande protagonista quando Messi estava no departamento médico e mesmo com Suárez ao seu lado. Em setembro de 2015, o argentino sofreu uma lesão no ligamento colateral interno do joelho esquerdo e foi desfalque por dois meses, perdendo nove jogos. Neste período, o camisa 10 de Seleção Brasileira somou incríveis dez gols e seis assistências, com oito vitórias e uma derrota.
O estilo do treinador também pode favorecer o craque. Neymar não tem mais a explosão e velocidade dos tempos de Barcelona e tem atuado cada vez menos pela beirada esquerda do campo. Os atacantes costumam ser fundamentais nos times de Luis Enrique, participando de tabelas para receberem livres e próximos do gol, o que casa perfeitamente com o estilo do brasileiro.
#OTD | Berlin 2015 ?????@LUISENRIQUE21 talks Messi, Neymar and Suárez on Barça TV+#onlyforculers
— FC Barcelona (@FCBarcelona) June 6, 2020
Sem Messi e com Mbappé de incógnita, Neymar também poderá ter menos funções defensivas. Ele não é um marcador e costuma sofrer quando precisa pressionar a saída de bola adversária, dando botes errados e abrindo espaços importantes. Mesmo assim, era quem tinha mais obrigações sem a bola no trio de ataque do PSG. Agora, talvez não precise se preocupar tanto com isso com outros fazendo esse papel e deverá ter mais fôlego no ataque, onde é decisivo.
Por fim, os holofotes de polêmica voltados para Mbappé também poderá contribuir em uma retomada de Neymar com a torcida do Paris Saint-Germain. Com o astro francês dando declarações controversas e atacando publicamente o clube, o brasileiro não deverá ser mais o principal alvo de protestos e críticas, especialmente se corresponder dentro de campo e voltar a ser o cara da equipe.
