Após tanta expectativa, é oficial: vimos Messi com a camisa do Inter Miami

Depois de semanas de expectativa, é oficial: vimos Lionel Messi com a camisa do Inter Miami. Anunciado neste sábado (15), o craque argentino apareceu pela primeira vez com as cores de seu novo clube.

Em um vídeo simples divulgado pelo Inter Miami, o mistério acabou. Com direito a assovio da música que embalou a conquista da Argentina na Copa do Mundo de 2022, Messi aparece após um rapaz de capuz grafitar seu nome em tinta rosa em um muro preto no meio do estádio do clube. Pouco elaborada para uma contratação desse calibre, a peça não foi lá muito criativa.

Mas afinal, quem é que liga pra isso? A sinalização da chegada de Messi vale muito mais do que qualquer produção ou roteiro.

Si, Muchachos, Lionel Messi é do Inter Miami

Muita gente queria Lionel Messi neste ano. Mas poucos poderiam pagar. O Inter Miami, que tem David Beckham como um de seus donos, fez um esforço colossal para poder arcar com o salário do argentino. Foram meses de incerteza em relação ao futuro de Messi, que parecia destinado a reforçar a Liga Saudita, ou mesmo retornar ao Barcelona.

Depois de uma passagem esquecível pelo PSG, que teve até vaias da torcida e cobrança por melhores resultados na Europa, Messi optou pela tranquilidade, já que alcançou tudo o que qualquer jogador gostaria de conquistar. Campeão europeu pelo Barça e mundial pela seleção da Argentina, o camisa 10 claramente fez uma escolha pensando em sua família e em uma disputa de nível não tão exigente do seu físico.

A engenharia para o acordo entre Inter Miami e Messi

• Messi receberá uma parte das receitas do MLS Season Pass, em acordo com a Apple
• A Adidas, patrocinadora de Messi desde 2006, teve papel crucial na negociação
• Ao se aposentar, Messi poderá ter participação como acionista de uma franquia da MLS
• O salário de Messi pelo Inter Miami será em torno de $50 milhões anuais, recorde da liga
• A estreia de Messi será em 21 de julho

A escolha de Messi pelo Inter Miami é lógica

Aos 36 anos, Lionel não tem tanto tempo assim pela frente no esporte, o que torna compreensível a transferência para um centro emergente como a MLS. Depois de Gareth Bale, é dele a grande movimentação feita pelos americanos. Dificilmente a liga será capaz de fazer contratações tão impactantes, especialmente em um momento no qual a Arábia Saudita se torna no destino predileto de atletas em fim de carreira e dispostos a ganhar salários gordos.

Na primeira experiência de Messi fora da Europa, a tendência é que, mesmo sem se esforçar muito, ele seja uma força dominante logo de cara nos campos dos Estados Unidos. Especialmente em um time tão deficiente tecnicamente como o Inter Miami, que tem dependido de Josef Martinez para resolver seus problemas.

Tudo o que Messi poderia querer, já foi feito. O que se espera dele nessa reta final é apenas um desfile por palcos diferentes, talvez impulsionando a paixão das torcidas americanas pelo seu talento. Esse estouro do soccer nos Estados Unidos é esperado desde a Copa de 1994, mas ainda não ocorreu como se espera. Nem tanto pela falta de interesse na modalidade, e sim pela forte concorrência com outros esportes mais consolidados na cultura do país.

Ter o melhor jogador da história jogando por lá talvez mude a visão do americano médio a respeito do futebol. A comparação com a fábula de Pelé no New York Cosmos não é tão absurda assim. Embora o brasileiro tenha chegado para ajudar a fundar a NASL (hoje uma divisão paralela à MLS) nos anos 1970, é notório que Messi chega em um momento de maior exposição, logo após a conquista de um Mundial.

A estreia de Messi já tem data marcada: 21 de julho, contra o Cruz Azul, pela Leagues Cup. O resto, já podemos cravar, será história.

Sí, Muchachos? pic.twitter.com/8E3f9hb9VU

— Inter Miami CF (@InterMiamiCF) July 15, 2023