Europa

‘Ideia estúpida’: presidente do PSG cutuca Laporta, do Barcelona, sobre Superliga

Quando se encontraram em duelo da Champions, o presidente do PSG, Nasser Al-Khelaifi, provocou o colega do Barcelona

Por incrível que pareça, três anos depois do fracasso que foi a criação da Superliga, Barcelona e Real Madrid até hoje não desistiram do projeto. A dupla espanhol ainda crê que a competição restrita, destinada apenas aos gigantes da Europa, irá para frente, mesmo com a rejeição pública. Lançada em abril de 2021, contava inicialmente com 12 clubes, mas, pela pressão dos torcedores, Manchester City, Manchester United, Liverpool, Chelsea, Arsenal, Tottenham, Internazionale, Milan e Atlético de Madrid desistiram da ideia. A Juventus comprou a briga e ficou ao lado dos espanhóis, mas deixou o barco em julho do ano passado após crise interna.

Quem sempre se portou como uma oposição ao projeto era a dupla de gigante da Alemanha, Bayern de Munique e Borussia Dortmund, e o Paris Saint-Germain. No caso do clube francês, o presidente Nasser Al-Khelaifi personificou essa figura contrária, sempre cutucou os “adversários” Barça e Real e voltou a fazer isso. Em entrevista ao jornal espanhol “El Mundo“, o dirigente catari revelou uma conversa provocativa que teve com o presidente do Barcelona, Joan Laporta, sobre a Superliga.

Antes de confronto na Champions, presidente do PSG perguntou ao do Barça sobre ‘ideia estúpida'

O PSG visitou o Barcelona em 16 de abril pelas quartas de final da Champions League, quando os presidentes se encontraram. Então, aí que Al-Khelaifi perguntou a Laporta quando ele desistiria da “ideia estúpida” da Superliga.

— Quando vi Laporta em Barcelona, perguntei a ele: ‘Quando é que vai desistir da ideia estúpida da Superliga?‘ Tenho certeza que ele vai. Não tem sentido — revelou o catari.

O mandatário do PSG ser contrário a Superliga não é, necessariamente, por um motivo moral. Na verdade, é porque ele também tem ótimo relacionamento com Uefa e Fifa, organizações absolutamente contra o projeto. Inclusive, estreitando essa relação, virou o presidente a Associação Europeia de Clubes (ECA) em 2021, entidade que representa os interesses dos times na Uefa e não tem a adesão da dupla espanhola.

— Sempre disse que a Superliga não vai existir. Quando eles [Real e Barça] percebem isso, são mais que bem-vindos [no ECA]. Eles estão jogando a Liga dos Campeões agora… E foram quartas de final incríveis. A melhor competição de clubes do mundo. Tem sido bom para os torcedores, para a mídia… Embora não seja muito bom para o meu coração (risos). Esses clubes, os da Superliga, estão jogando na Liga dos Campeões porque sabem a importância dela. E continuamos a crescer sem a presença deles. […] Não vamos parar nem esperar por ninguém — finalizou.

Naquele dia, Al-Khelaifi, além da cutucada no rival, saiu muito satisfeito porque o PSG goleou o Barça e avançou para as semifinais da Champions, mantendo vivo o sonho do projeto do Catar em conquistar a principal competições de clubes do mundo.

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Como a Superliga está hoje?

A principal crítica ao projeto da Superliga, uma suposta resistência ao “monopólio” de Fifa e Uefa no futebol mundial, foi a ausência total de mérito esportivo, com os 12 clubes fundadores com vaga cativa na competição.

Então, para evitar essas críticas sobre meritocracia e mostrar ao público que a competição pode ser “justa”, a organização anunciou em dezembro do ano passado que seriam três divisões, como Champions, Liga Europa e Conference League, mas os clubes gigantes já estariam no primeiro escalão. Ou seja, se um clube como o Girona ficasse nas primeiras posições de La Liga (como está agora) entraria na última divisão e, se tudo desse certo, só chegaria à Superliga principal em três anos. De qualquer forma, ainda não tinham muitos méritos.

O anúncio desse novo formato veio logo após o Tribunal de Justiça da União Europeia (TJUE) emitir uma decisão que funciona como aval necessário para a criação da Superliga. O órgão judiciário do continente considerou que as atitudes da Fifa e da Uefa, em ameaçar punir os clubes que decidirem participar do torneio, em uma espécie de retaliação prévia, são contrárias à legislação europeia. No entanto, essa decisão não significa que a competição acontecerá.

Foto de Carlos Vinicius Amorim

Carlos Vinicius AmorimRedator

Nascido e criado em São Paulo, é jornalista pela Universidade Paulista (UNIP). Já passou por Yahoo!, Premier League Brasil e The Clutch, além de assessorias de imprensa. Escreve sobre futebol nacional e internacional na Trivela desde 2023.
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