Europa

Infantino sobre Superliga: “Se escolherem seguir seu próprio caminho, precisarão lidar com as consequências”

Presidente da Fifa condena iniciativa dos 12 clubes dissidentes e aponta ruptura: "Você não pode estar meio para dentro e meio para fora"

O esperado posicionamento de Gianni Infantino, presidente da Fifa, sobre o anúncio da Superliga Europeia por parte de 12 dos maiores clubes do continente, aconteceu nesta terça-feira (20), durante congresso da Uefa. Sem especificar possíveis punições aos dissidentes e aos jogadores destes clubes, o mandatário da entidade máxima do futebol se opôs aos planos e alertou que, se quiserem mesmo seguir seu próprio caminho, precisarão lidar com as consequências.

Ameaças mais contundentes já foram feitas por outros dirigentes, como Aleksander Ceferin, presidente da Uefa, que afirmou que os atletas dos clubes que participarem da Superliga seriam proibidos de disputar a Eurocopa e a Copa do Mundo. Infantino, por sua vez, não repetiu as ameaças, mas deixou isso subentendido.

“Na Fifa, só podemos fortemente desaprovar a criação de uma superliga, que é um clubinho fechado, que é uma ruptura das atuais instituições, das ligas, das associações, da Uefa e da Fifa. É fora do sistema, não há dúvida alguma”, criticou o presidente da entidade.

“Ontem, ouvimos e lemos sobre guerra, crime, palavras terríveis, ainda mais terríveis quando ligadas ao esporte que todos amamos, que deveria dar alegria a todos. Estou falando do projeto da Superliga. Deixe-me ser extremamente claro: a Fifa é uma organização construída nos verdadeiras valores do esporte, estatutos que definem a estrutura institucional com a pirâmide”, continuou Infantino.

Em tom de alerta, o presidente da Fifa lembrou que os clubes dissidentes não poderão ter o bolo e comê-lo ao mesmo tempo. Em sua fala, indica que a criação da Superliga significaria deixar também qualquer ligação com a entidade que governa o futebol mundial.

“Se alguns decidirem seguir seu próprio caminho, precisam lidar com as consequências de sua escolha. Eles são completamente responsáveis por sua escolha. Isso significa que ou você está dentro ou você está fora. Você não pode estar meio para dentro e meio para fora. Pensem nisso. Todos têm que pensar nisso, isso precisa estar completamente claro.”

Apenas dois dias após o anúncio da Superliga, o que vemos é apenas o início do rescaldo da declaração de guerra. Nos bastidores, dirigentes dos dois lados, e mesmo governantes, como o premiê britânico, Boris Johnson, correm para lá e para cá, estudando ações cabíveis contra o outro lado.

Infantino encerrou sua fala dizendo esperar que “tudo volte ao normal, que tudo seja resolvido, mas sempre com respeito, solidariedade e levando em conta os interesses do futebol nacional, europeu e global”. Por ora, este desfecho parece distante.

Foto de Leo Escudeiro

Leo Escudeiro

Apaixonado pela estética em torno do futebol tanto quanto pelo esporte em si. Formado em jornalismo pela Cásper Líbero, com pós-graduação em futebol pela Universidade Trivela (alerta de piada, não temos curso). Respeita o passado do esporte, mas quer é saber do futuro (“interesse eterno pelo futebol moderno!”).
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