La Liga

Última vitória do Granada sobre o Real Madrid contou com único gol contra de Cristiano Ronaldo

Rival deste sábado (2), o Granada não vence o Real Madrid há 10 anos, quando precisou de 'ajudinha' de CR7

Neste sábado (2), o Real Madrid recebe o modesto Granada, vice-lanterna de La Liga com apenas sete pontos, e a expectativa é de um jogo todo dos Merengues – cenário visto há 10 anos, com 14 vitórias seguidas do time da capital espanhola (incluindo seis goleadas). A última vez que o modesto clube da região da Andaluzia venceu precisou contar com algo inédito na carreira do seis vezes melhor do mundo Cristiano Ronaldo: um gol contra!

O inusitado erro de CR7 aconteceu em 2 de fevereiro de 2013, pela 22ª rodada da La Liga daquele ano. Os Rojiblancos não venciam o Real desde 1974 e a tendência era outra derrota porque ocupavam a beira da zona de rebaixamento, derrotado em 11 das 21 partidas até então. Eis que aos 21 minutos do primeiro tempo, Nolito (aquele mesmo, ex-Barcelona, Manchester City e outros) cobrou escanteio na primeira trave e, antes do zagueiro Diego Mainz chegar, quem apareceu foi Cristiano Ronaldo para dar um desvio que matou o goleiro Diego López.

O Granada conseguiu segurar por mais de 80 minutos o estrelado time treinado por José Mourinho e confirmou a vitória que afastou a equipe das últimas colocações. A torcida fez uma festa absurda no Estádio Nuevo Los Cármenes pela queda do tabu de quase 40 anos.

No fim da La Liga 2012/13, os Rojiblancos não foram rebaixados por seis pontos, enquanto os Merengues viram o Barcelona do falecido Tito Vilanova vencer o campeonato, igualando o recorde de 100 pontos batido um ano antes pelo Real.

Até hoje, em mais de 20 anos de carreira, esse foi o único gol contra de Cristiano Ronaldo.

10 anos depois, cenário do Granada é parecido contra o Real Madrid

Aquele Granada que brigava pelo rebaixamento em 2013 não mudou muito na versão de 2023. O clube do sul da Espanha é o 19º no Campeonato Espanhol 2023/24, com apenas uma vitória nas 14 rodadas iniciais. Fora de casa, o time tem desempenho ainda pior, somando apenas um ponto em sete partidas, perdendo seis, com saldo negativo de 10.

Uma presa perfeita para o Real Madrid de Carlo Ancelotti, líder com 35 pontos (mesmo número do Girona) e segundo melhor ataque de La Liga (30 gols) e que vem de jogos com placares elásticos. Nas últimas quatro partidas, contando duas da Champions League, o clube marcou 15 vezes.

Sem Vinícius Júnior, lesionado pelo menos até o início do próximo ano, quem tem tomado conta do ataque é o outro brasileiro Rodrygo. O Rayo, após início de temporada discreto com um gol e uma assistência em 12 partidas, deslanchou a marcar. No recorte das quatro partidas do Real, o camisa 11 fez dois contra Cádiz e Valencia e um em Napoli e Braga – foram ainda mais quatro assistências, totalizando 10 participações em gols no período.

A virada de chave de Rodrygo aconteceu a partir de uma mudança gradual de posicionamento. Ainda com Vini Júnior nas partidas com Braga e Valencia, o ex-Santos começou a flutuar mais para o lado esquerdo, o favorito do jogador, e aí se deu um retorno na confiança. Com a lesão do amigo brasileiro, o Rayo teve ainda mais espaço por atuar daquele lado, arrebentou o Cádiz e voltou a jogar bem na vitória em cima do Napoli.

Rodrygo real madrid
Antes mais por dentro ou pela direita, Rodrygo foi ganhando liberdade para cair pela esquerda, lado preferido do campo. Foto 1 ainda com Vini Júnior, 2 na ausência do camisa 7 do Real Madrid (Foto: SofaScore)

Além do brasileiro, o destaque óbvio é para Jude Bellingham. O meia inglês se recuperou de uma lesão no ombro e mostrou, nas duas partidas mais recentes, que manteve a forma perfeita. Líder de gols em La Liga, com 11, tem sido um espetáculo assistir o início desse jogar no Real Madrid. Parece que ele nasceu para vestir a camisa blanca – inclusive, escolheu a icônica número cinco de Zinedine Zidane.

Bellingham – ou Belligol, apelido que ganhou para a fase goleadora – exerceu diferentes funções nesse Madrid de Ancelotti, iniciando a temporada como o meia do 4-3-1-2 e depois migrando para recompor pelo lado esquerdo em um 4-4-2 (que não tira a liberdade do inglês flutuar para dentro).

A liberdade garantiu que o meia marcasse tantos gols (são 15 em 16 partidas por todas as competições) e, com esse nível, superasse a temporada mais artilheira da carreira, justamente a passada com o Borussia Dortmund, quando marcou 14 vezes, só que em 42 partidas.

Foto de Carlos Vinicius Amorim

Carlos Vinicius AmorimRedator

Nascido e criado em São Paulo, é jornalista pela Universidade Paulista (UNIP). Já passou por Yahoo!, Premier League Brasil e The Clutch, além de assessorias de imprensa. Escreve sobre futebol nacional e internacional na Trivela desde 2023.
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