Espanha

Como craque do rival será ‘trunfo eleitoral’ no Barcelona

Barça tem eleição para presidente em 2026 e movimentações políticas já sublinham nome de grande jogador para atrair votos

O próximo ano será marcado por disputas políticas no Barcelona. Isso porque, no meio de 2026, o clube associativo terá a eleição que definirá o presidente em mandato até 2031. O atual mandatário, Joan Laporta, eleito em março de 2021, pode concorrer à reeleição, mas vê adversários apostarem em um “trunfo” inesperado para tentar desbancá-lo.

Segundo informações do jornal “Marca”, o nome de Julián Álvarez, atleta do rival Atlético de Madrid, será usado como forma de atrair votos e ser o líder de um novo projeto, já que o centroavante titular, Robert Lewandowski, tem 36 anos e contrato apenas até ano que vem. “Ele será usado como grito de guerra nas próximas eleições e aparece ‘sublinhado em vermelho'”, escreve o periódico.

— Com o astro polonês em suas últimas pernas, a presença de um número 9 para substituir seu sucesso será crucial para um projeto de longo prazo no qual a juventude de grandes talentos como Lamine, Pedri e Cubarsí garante os nomes certos para definir uma era nos próximos anos. O que falta, está escrito, é quem ocupa a posição mais importante em qualquer projeto: a de goleador — escreve em outro ponto da reportagem o jornalista David G. Medina.

Apesar da grande ambição de trazer um craque do rival, a negociação pode ser tratada como quase impossível.

Por que é tão difícil Julián Álvarez deixar o Atlético rumo ao Barcelona

Julián Alvarez celebra gol pelo Atlético
Julián Alvarez celebra gol pelo Atlético (Foto: Imago)

Campeão de tudo no Manchester City, Álvarez decidiu largar a zona de confronto na Inglaterra na última temporada para ser protagonista no Atlético. Ele chegou por incríveis 80 milhões de euros (à época R$ 481 milhões), tamanho o seu talento e sua carreira vitoriosa até ali, mesmo com apenas 25 anos.

Insucessos do time Colchonero em 2024/25, que passará mais um ano sem títulos, não interferem na trajetória do argentino. Ele se adaptou rapidamente, mostrou poder de decisão e que o valor pago não foi um absurdo. Até aqui na temporada, o atacante marcou 27 gols e distribuiu cinco assistências em 50 partidas, desequilibrando em jogos grandes, como contra Barcelona, Real Madrid e Bayer Leverkusen.

Segundo o “Marca”, o Atleti não se vê sem ele e o trata como o “maior trunfo esportivo”. O Spider-Man, como é conhecido o atleta, também tem um exemplo dentro do atual elenco para não fazer essa troca dos Colchoneros para o Barcelona.

Antoine Griezmann, vendido aos catalães por 120 milhões de euros em 2019 (naquele momento R$ 505 milhões), nunca se firmou com as cores azul e grená e quase viu sua idolatria em Madrid acabar. O francês conseguiu retornar ao time treinado por Diego Simeone, se tornar o maior artilheiro da história da instituição e se firmar como um dos grandes ídolos Colchoneros.

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Argentino agita disputa política em meio às críticas ao atual presidente Laporta

Essa informação vinda de um jornal de Madri pode ser vista como forma de desestabilizar o cenário político atual do clube catalão, já muito conturbado. O empresário Víctor Font, derrotado na eleição de 2021, tentará novamente a presidência contra Laporta e até almejou que a eleição fosse antecipada para este ano — medida rejeitada pelo clube.

O atual presidente conseguiu fazer com que o Barça voltasse a vencer LaLiga em 2023 (derrubando tabu de quatro anos) e a disputar as semifinais da Champions League após cinco temporadas. No entanto, isso veio ao custo de muitas manobras que lembram o futebol brasileiro.

Para contratar Lewandowski, Raphinha e outros nomes em 2022, a gestão catalã optou por vender direitos televisivos futuros, além de participação na televisão oficial do clube e, posteriormente, camarotes do Camp Nou. As medidas foram chamadas de “alavanca financeiras“.

— Tudo o que está acontecendo é inaceitável… Podemos aceitar erros de gestão, mas não podemos aceitar que nos enganem. Não há um projeto sério e tudo é improvisado a cada mudança de direção. Desde a sua chegada, houve 30 contratações, das quais restam apenas oito jogadores — criticou Font na coletiva de imprensa que pediu a antecipação do pleito, em setembro do ano passado.

O dinheiro veio para bancar contratações em meio a uma severa crise financeira que o Barcelona atravessa desde a pandemia da Covid-19, além de conseguir espaço dentro da folha salarial por conta do rígido fair play financeiro do Campeonato Espanhol. A equipe chegou a não conseguir inscrever jogadores por conta das limitações monetárias, sendo o caso de Lionel Messi, no início da era Laporta, o mais emblemático, e o de Dani Olmo, o mais recente.

A ver se Julián Álvarez realmente poderá ser usado no pleito do próximo ano e se isso terá algum impacto na disputa pela presidência.

Foto de Carlos Vinicius Amorim

Carlos Vinicius AmorimRedator

Nascido e criado em São Paulo, é jornalista pela Universidade Paulista (UNIP). Já passou por Yahoo!, Premier League Brasil e The Clutch, além de assessorias de imprensa. Escreve sobre futebol nacional e internacional na Trivela desde 2023.
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