Brasil

Três lições que o Corinthians precisa tirar da eliminação no Paulistão

Apesar do período difícil, Timão teve lições importantes neste início de temporada e pode colher frutos num futuro próximo se souber aproveitá-las

A trajetória do Corinthians no início da temporada tem sido muito difícil. Além de problemas financeiros e dívidas herdadas pela atual gestão, o clube também enfrenta um período turbulento em campo. Apesar das 11 contratações e da troca no comando técnico, a equipe está longe de apresentar um futebol consistente e vistoso. Porém, ainda há esperança de que o Timão entre nos eixos após a precoce eliminação no Campeonato Paulista.

Pensando nisso, a Trivela elencou três lições que o Corinthians e sua diretoria precisam tirar da eliminação no Paulista para a sequência da temporada e até mesmo do mandato.

Diretoria tem que ser mais corajosa no mercado

A desorganização nos primeiros meses de mandato de Augusto Melo respingou bastante no trabalho do departamento de futebol. Um exemplo do cenário foi a dificuldade que a diretoria teve para tomar a decisão de demitir Mano Menezes, em fevereiro. Foram necessárias quatro derrotas consecutivas no Paulistão para que houvesse a troca de comando. Uma demora que quase custou o rebaixamento no estadual.

No entanto, quando quando decidiu se lançar ao mercado para procurar um substituto, o Timão fez uma escolha ousada e tirou António Oliveira do Cuiabá. Ao invés de procurar algum medalhão, trocar “seis por meia dúzia”, a diretoria teve coragem para considerar nomes mais jovens e apostar na contratação do português de 42 anos — que era a segunda opção.

Apesar de muitas correções ainda serem necessárias, a equipe já tem uma cara bem diferente e chegou a engatar uma sequência de quatro partidas sem derrota.

Concorrência pode ser benéfica para o elenco

O Corinthians contratou 11 reforços na última janela de transferências, entre apostas e nomes consagrados. Até mesmo por conta de tantas novidades, o time ainda não está totalmente fechado por António Oliveira. Nem mesmo o veterano Cássio está livre da concorrência no gol, que tem Carlos Miguel na sua cola.

Obviamente que alguns setores têm sido mais disputados do que outros, como a zaga, mas a verdade é que ter boas peças no banco, buscando por um lugarzinho ao sol, deve fazer bem ao elenco no restante da temporada.

No cumprimento de tabela na última rodada do Paulistão, no empate sem gols com o Água Santa, no último domingo (10), a comissão técnica optou por escalar um time alternativo. A ideia era utilizar uma partida sem importância, com o time já eliminado, para dar oportunidade para jovens atletas. O movimento diz bastante sobre a visão de António e de seu auxiliar, Bruno Lazaroni, sobre o uso de jogadores da base.

— Foi uma decisão nossa de dar oportunidade para outros atletas que vinham treinando conosco. Oportunizá-los no contexto de jogo, partida difícil, porque o adversário ainda tinha chances na competição – disse Lazaroni em coletiva pós-jogo.

— Diante dos jogadores que nós tínhamos à disposição, em decisão em conjunto com a comissão técnica, sempre liderada pelo António, de colocar o que tinha de melhor. Não é de poupar jogador, mas naquele momento, para esse jogo, esses eram os melhores jogadores para estarem servindo o Corinthians.

Evolução requer tempo e paciência

Por fim, mas não menos importante, o Timão vai precisar de tempo e paciência se quiser construir algo sólido em 2024. É evidente que a cobrança por resultados sempre irá bater à porta, mas todo o contexto aponta para um período de respaldo de António Oliveira pela diretoria corintiana. Ainda é cedo para analisar profundamente o trabalho do treinador, mas o começo é bom.

O goleiro Carlos Miguel, eleito o craque do jogo no confronto contra o Água Santa, resumiu bem o que deve ser a próxima etapa do Corinthians nesta temporada.

— Sobre a cobrança, a gente vive no Corinthians. Se não ganha, não somos o melhor. Mas se ganha, fizemos por merecer. Faz parte. Todos viram o que sacrificamos para correr e tentar a vitória. Fomos eliminados do Paulistão, não é bom, mas faz parte da vida. Temos que ter sabedoria de saber que muitas vitórias e derrotas virão. Temos muito trabalho pela frente — afirmou o arqueiro à TNT Sports na saída de campo.

E o trabalho começa já. Logo após o confronto contra o São Bernardo, na próxima quinta-feira (14), pela segunda fase da Copa do Brasil, o Corinthians terá um mês de inter temporada até a estreia no Brasileirão, no dia 13 de abril. O período será fundamental para a equipe reencontrar o caminho do sucesso.

Foto de Livia Camillo

Livia CamilloSetorista

Formada em jornalismo pelo Centro Universitário FIAM-FAAM, escreve sobre futebol há cinco anos e também fala sobre games e cultura pop por aí. Antes, passou por Terra, UOL, Riot Games Brasil e por agências de assessoria de imprensa e criação de conteúdo online.
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