Desafiador e corajoso, António Oliveira já chegou em casa no Corinthians
Fabinho Soldado também concedeu entrevista e revelou ter reunião marcada com o treinador para acertar pontos de maior necessidade no clube

A esperança de que as coisas comecem a caminhar de maneira mais tranquila passa diretamente pela chegada do novo treinador. António Oliveira chegou ao Corinthians na sexta-feira (9), participou do treino, mas só foi anunciado depois que o clube regularizou a situação com Mano Menezes, isso faltando exatos quatro segundos para o prazo de inscrição no BID (Boletim Informativo Diário) terminar.
Na manhã deste sábado (10), antes do treinador assumir o microfone da sala de imprensa do CT Dr. Joaquim Grava, quem falou foi o executivo de futebol Fabinho Soldado, que apesar de estar há mais de duas semanas no cargo ainda não havia sido apresentado oficialmente. O dirigente revelou ter uma reunião com a nova comissão técnica no período da tarde para fazer rum avaliação geral do elenco, e ai assim buscar os reforços precisos pelo Corinthians, mas deixou claro que nesse momento a dificuldade acaba obrigando uma criatividade:
– A dificuldade existe, de mercado. Vamos precisar ser criativos, já estamos sendo, pensar em soluções dentro das nossas condições para que a gente consiga reforçar a equipe, fazendo contratações pontuais e importantes para que tenhamos um elenco mais qualificado. Isso vai passar pelo nosso treinador, tenho uma reunião com ele após o treino. Para olhar para dentro do nosso elenco, formatação em relação à quantidade, posição e até mesmo qualidade. Estamos acelerando essa trabalho para que consigamos estar com uma equipe ainda mais qualificada – disse Fabinho.

Na parte da tarde depois do treino, véspera de sua estreia no banco de reservas da Neo Química Arena, António concedeu sua primeira entrevista como treinador do clube e pode falar sobre suas primeiras impressões sobre o elenco, o clube e também a respeito da pressão vivida pelo time nos últimos jogos.
Dificuldades encontradas para implementar o trabalho
O futebol brasileiro é conhecido por muitos como um rolo compressor de treinadores, e o motivo é simples, é uma ideologia resultadistas, não há muito tempo para implementar ideologia se as vitórias ou títulos não chegarem, a pressão automaticamente cresce e ou as coisas se ajeitam ou o técnico é demitido, mesmo que tenha respaldo da diretoria.
Perguntado sobre isso e as dificuldades e questionamentos que posso sofrer no comando do Corinthians, António disse estar consciente de como funciona o futebol brasileiro, e que se não estivesse disposto a enfrentar os problemas, teria ficado na sua zona de conforto:
— Se eu quisesse zona de conforto, tinha ficado onde estava. Muita gente que já representou o clube falava dele, ninguém ficaria indiferente. E quanto mais falavam, mais tinha vontade de representa esse grande clube. Sei do desafio, mas também sei da minha capacidade, da capacidade e competência e profissionalismo dos que comigo trabalham, e principalmente confio muito nos jogadores. Vamos resgatar o melhor deles porque não desaprenderam de jogar. – disse o novo treinador corintiano
Pontos táticos essências das equipes que ele treinou
— Há três pontos fundamentais: organização, equilíbrio, mas principalmente qualquer equipe que tenha talento não pode abdicar de competir. Temos que ser a cultura desse clube que é “sangue no olho”. Talento eles têm e muito, confio muito neles, e o que motivou muito estar aqui para além da grandeza do clube, é a qualidade destes jogadores. Não desaprenderam de jogar, mas há uma coisa que tem que ter e é: competir. É inegociável para mim e tem que ser dentro desse clube.
Recuperação da confiança dos atletas diante aos péssimos resultados
— Primeiramente, ganhando. Porque ela (a vitória) que vai novamente resgatar essa confiança e depois é sempre muito mais fácil trabalhar sobre vitórias do que outro resultado qualquer. Senti um grupo animado, ciente do momento e com uma vontade enorme de dar a volta por cima. Porque percebem que são eles e só eles, junto com os departamentos que podem ajudar, a poder reverter essa situação. Estão cientes da grandeza do clube e percebem que é inadmissível a essa altura o Corinthians passar por esse momento.
A escolha por deixar o Cuiabá e acertar com o Corinthians
— Você fazia a pergunta e eu estava a me arrepiar, porque falar do meu pai… eu iniciei como auxiliar dele e fui como filho do Toninho. Hoje sou António Oliveira, mas devo muito a ele pela construção da minha forma de ser, do meu caráter, da minha forma de estar no futebol. E é verdade que ninguém fica indiferente com este clube. E nessa perspectiva independentemente do momento que o clube atravessa, mas sairá, era uma oportunidade que eu queria muito e tenho certeza que hoje Portugal tem muita gente já a torcer pelo Corinthians e eu sou um deles. Quero me consolidar dentro deste bando de loucos. Volto a repetir porque faz parte dessa história e não será apagada – concluiu o treinador