Brasil

Enquanto Textor é poupado, protesto de torcedores do Botafogo tenta transformar Tiquinho em ‘cara’ do fracasso

Torcedores do Botafogo picharam os muros do Nilton Santos e pediram a saída do atacante Tiquinho Soares, além de outros jogadores e do diretor André Mazzuco

O Botafogo já vive uma crise no segundo mês da temporada e meio a disputa da segunda fase da Copa Libertadores. Um dia depois da demissão do técnico Tiago Nunes, o cube teve mais um ingrediente nessa crise, que tem muitos resquícios de 2023. Nesta sexta-feira (23), torcedores picharam os muros do Estádio Nilton Santos em protesto contra a diretoria de futebol e alguns jogadores. E o principal alvo das reclamações foi o atacante Tiquinho Soares, artilheiro do time na última temporada.

Os torcedores apagaram uma arte em referência a Tiquinho Soares e picharam frases contra o atacante, que foi chamado de “pipoqueiro”. Além disso, também pediram a saída do jogador, que perdeu um pênalti na última partida contra o Aurora, da Bolívia, na estreia do clube na Copa Libertadores.

Além de Tiquinho Soares, o meia Eduardo e o volante Marlon Freitas também foram lembrados no protesto. Os nomes dos jogadores foram pichados junto com a expressão “rala”. O time também foi chamado de “sem sangue” e “covarde”. O diretor de futebol André Mazzuco também foi alvo das manifestações. Na mensagem, os torcedores pediram a saída do dirigente.

John Textor, dono da SAF do Botafogo e que se envolve diretamente no planejamento do futebol do clube, decidindo contratações e demissões, como a do técnico Tiago Nunes, foi poupado das pichações por parte dos torcedores.

Tiquinho Soares ficou injustamente marcado fracasso no Brasileiro

Principal destaque do time no histórico primeiro turno do Campeonato Brasileiro de 2023, Tiquinho Soares também ficou marcado pela queda de produção do time no segundo turno. Apesar de ter terminado o Brasileirão como um dos artilheiros da competição, ele marcou apenas quatro gols no segundo turno.

Mas, além queda de produção e do número de gols, o atacante ficou marcado pelo pênalti perdido no confronto direto com o Palmeiras, no Nilton Santos, já na reta final da competição. Naquele momento da partida, o Botafogo poderia abrir 4 a 1 no placar faltando poucos minutos para o fim do jogo. Mas Tiquinho desperdiçou a cobrança e, na sequência, o Verdão virou o placar para 4 a 3.

Agora, contra o Aurora, o novo pênalti perdido em uma partida decisiva do Botafogo reforçou, em parte da torcida, o injusto sentimento de que Tiquinho Soares não corresponde em momentos importantes do clube, apesar dele ter liderado a equipe no primeiro turno do Brasileirão em 2023. Vale lembrar que na virada para o returno o atacante sofreu uma lesão no joelho esquerdo que o deixou fora do time por quase um mês. Depois, com a sequência de jogos, Tiquinho, de fato, caiu de produção.

No entanto, seria injusto tentar transformar Tiquinho Soares na “cara” do fracasso do clube no Campeonato Brasileiro de 2023. Assim como também seria com qualquer outro jogador, por mais que a torcida tenha iniciado uma “caça as bruxas” na reta final da competição. Outros nomes como Eduardo e, principalmente, Marçal e Marlon Freitas, que ainda seguem no clube, também vem sendo “perseguidos” por alguns torcedores.

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Niltos Santos já foi pichado no fim de 2023

Na reta final do Campeonato Brasileiro de 2023, torcedores de um organizada do Botafogo já picharam os muros do Estádio Nilton Santos. Na ocasião, os torcedores protestaram após John Textor criticar a cobrança feita por uma torcida organizada do clube nas redes sociais. Após a Fúria Jovem exigir a saída de alguns jogadores, Textor disse que o grupo era a “menos respeitada e mais inútil das nossas maravilhosas torcidas organizadas” do clube. Além disso, pediu respeito aos “homens que deram a esperança de sonhar de novo”.

No dia seguinte a postagem de John Textor, os muros do Nilton Santos amanheceram pichados com mensagens e ameaçar contra o empresário americano e os jogadores do Botafogo. O clube repudiou o ocorrido em nota direcionada à Fúria Jovem, e classificou o caso como uma “tentativa de intimidação”.

Foto de Gabriel Rodrigues

Gabriel RodriguesSetorista

Jornalista formado pela UFF e com passagens, como repórter e editor, pelo LANCE!, Esporte News Mundo e Jogada10. Já trabalhou na cobertura de duas finais de Libertadores in loco. Na Trivela, é setorista do Vasco e do Botafogo.
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