Brasil

Mal no ataque e na defesa: números do Cruzeiro assustam em momento de crise

O Cruzeiro, que vinha fazendo um início de temporada mediano, entrou em espiral decadente e esperança se tornou pesadelo

O Cruzeiro vive seu pior momento na temporada e em muitos meses, visto que conseguiu alguns bons resultados na reta final de 2023, o que tem deixado seus torcedores preocupados. Jogadores que não rendem, futebol pobre apresentado, fragilidade contra adversários, sejam eles fracos ou fortes, troca de treinador e movimentos de protesto da torcida.

Numa temporada em que já perdeu o Campeonato Mineiro de forma traumática para o maior rival, foi eliminado da Copa do Brasil pelo modesto Sousa, sofreu uma derrota acachapante — novamente para o Atlético –, após um bom início no Brasileirão e periga não se classificar para os mata-matas da Copa Sul-Americana, podemos dizer que o Cruzeiro vive um momento de pesadelo. Mesmo com a desconfiança em relação ao elenco montado para 2024, poucos poderiam imaginar que o início seria tão ruim.

E diferentemente de alguns momentos de 2023, quando o time celeste jogava bem em algumas partidas, mas perdia muitos gols e acabava tropeçando, atualmente, o Cruzeiro não consegue fazer bons jogos e até mesmo os confrontos teoricamente mais fáceis acabam virando um drama.

Esta fase ruim começou há quase um mês, no primeiro jogo da final do Campeonato Mineiro. Claro, a essa altura o Cruzeiro já havia sido eliminado na Copa do Brasil, mas apesar do vexame, a situação parecia um acidente de percurso, potencializado pelas condições de jogo naquela ocasião.

Antes da final, o Cruzeiro não encantava, mas conseguia vencer seus jogos e com reforços ainda sendo integrados ao grupo, a expectativa era de melhora. Mas rapidamente tudo mudou. O time celeste fez um péssimo primeiro tempo e contou com um erro grotesco da defesa atleticana para voltar para o jogo na segunda etapa e conseguir o empate, no apagar das luzes. Depois disso, um empate sem graça na altitude e a perda do título estadual, que resultou na demissão de Nicolás Larcamón.

Fernando Seabra foi contratado e em sua estreia, novo vexame, o empate por 3 a 3 com o modesto Alianza FC, da Colômbia, após o Cruzeiro ter aberto 3 a 0 no primeiro tempo. A falha feia do goleiro Rafael Cabral no segundo gol colombiano foi o estopim que resultou em sua saída do clube.

O respiro aconteceu nos dias seguintes. O Cruzeiro venceu o Botafogo, em casa, no apagar das luzes, após boa recuperação e empatou com o Fortaleza, fora, com novo gol no final. Mas as coisas se dificultaram com o vexatório 3 a 0 sofrido para o Atlético-MG e com o empate dessa terça contra o Unión La Calera, no Chile, que deixou a Raposa em situação complicada na Copa Sul-Americana.

Números refletem momento ruim do Cruzeiro

Ainda que muitas vezes não digam tudo, os números do Cruzeiro nas oito partidas do último mês mostram que o time tem problemas em todos os setores do campo. No ataque, a falta de pontaria é um deles. Foram dez gols em oito jogos, uma quantidade pequena, principalmente se analisada a qualidade de alguns dos adversários enfrentados.

No período, o Cruzeiro finalizou apenas 24 vezes na direção do gol, uma média de três por partida, o que deixa uma margem de erro pequena para um time que precisa tanto balançar as redes para garantir os resultados, já que a defesa é um problema sério.

Contra o Unión La Calera, o Cruzeiro teve seu pior índice de acerto de finalizações no ano. Foram 15 chutes com apenas um indo em direção ao gol, 6,67% de precisão. A pior marca havia acontece justamente no início da crise, quando, no primeiro jogo da decisão do estadual, o time celeste acertou uma bola — o gol de Dinenno — em oito tentativas, média de acerto de 12,5%.

A média da Raposa na temporada é de 33,18% de acerto no gol em finalizações tentadas. Por outro lado, os adversários do Cruzeiro acertam 37,46% dos seus chutes na direção da meta cruzeirenses.

Defensivamente, a situação é ainda mais grave. São 14 gols sofridos em oito jogos, com a defesa passando incólume somente em duas oportunidades, contra os fracos Universidad Católica (COL) e Unión La Calera (CHI), que ainda tiveram chances de marcar colocando bolas na trave.

A impressão que dá é que todo ataque adversário é perigoso, principalmente porque o meio de campo do Cruzeiro tem sido pouco combatido e efetivo, passando os jogos muitas vezes olhando o adversário atuar, o que sobrecarrega a defesa, que parece sem confiança em diversas oportunidades.

Sem tempo para treinar por causa da maratona de jogos e viagens, o treinador Fernando Seabra tem um grande problema para resolver e tudo indica que não será nada fácil.

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Cruzeiro Feminino vive bom momento

Se o time masculino do Cruzeiro não vai nada bem, as Cabulosas, time feminino da Raposa, vive momento positivo na temporada. As cruzeirenses, que vêm de goleada por 4 a 0 sobre o grande rival, Atlético-MG, e ocupa a sexta posição, dentro do grupo de classificação para a fase final, com 11 pontos em seis jogos.

As Cabulosas estão apenas dois pontos atrás do vice-líder Palmeiras (13) e cinco do líder Corinthians (16). Por outro lado, o Real Brasília, que ocupa o nono lugar, primeiro fora da zona de classificação, tem nove pontos.

A atacante Byanca Brasil é a vice-artilheira da competição, com cinco gols e três assistências em seis jogos. Somente Amanda Gutierres, do Palmeiras, com seis, marcou mais.

Camisa 10 do Cruzeiro, Byanca Brasil é um dos destaques do Brasileirão Feminino e já começa a ser pedida na Seleção Brasileira
Camisa 10 do Cruzeiro, Byanca Brasil é um dos destaques do Brasileirão Feminino e já começa a ser pedida na Seleção Brasileira – Foto: @fstopdan/Dan Costa/Divulgação
Foto de Maic Costa

Maic CostaSetorista

Maic Costa é mineiro, formado em Jornalismo na UFOP, em 2019. Passou por Estado de Minas, No Ataque, Superesportes, Esporte News Mundo, Food Service News e Mais Minas, antes de se tornar setorista do Cruzeiro na Trivela.
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