Brasil

Ronaldo promete 2024 audacioso, mas Cruzeiro entrega vexames sistemáticos

Dono da SAF do Cruzeiro, Ronaldo Nazário publicou carta aberta à torcida celeste no final de 2023 com promessas que passa longe de conseguir cumprir

Após um ano de 2023 difícil, onde a maior conquista do Cruzeiro foi não ser rebaixado no Campeonato Brasileiro e, de quebra, se classificar para a Copa Sul-Americana. Os feitos motivaram Ronaldo Nazário, dono da SAF celeste, a emitir uma carta aberta destinada à torcida cruzeirense logo após o fim do Brasileirão daquele ano. No texto, o ex-jogador e hoje empresário prometeu um 2024 melhor.

“Com a mesma paixão que abracei o desafio em 2022 e com todos os aprendizados que colhemos em 2023, asseguro que 2024 será, sem dúvida, superior e mais audacioso”, escreveu Ronaldo no comunicado divulgado em suas redes sociais pessoais.

Apesar das promessas, abraçadas pela torcida do Cruzeiro, que terminou o Campeonato Mineiro com média de público de mais de 38 mil pessoas por jogo no Mineirão, o que se vê, na prática, é uma realidade muito diferente daquela vendida pelo dono do clube e seus funcionários diretos. O ano de 2024 da Raposa é uma sucessão de vexames e o time celeste chega para o Brasileirão com um time fraco e grande candidato ao rebaixamento.

É verdade que o Cruzeiro se reforçou, nove nomes foram contratados, com pelo menos dois terços destes prometendo serem titulares. O próprio Ronaldo afirmou que o elenco de 2024 seria bem mais forte que o de 2023. Mas o que se vê na prática, seja com Nico Larcamón ou com Fernando Seabra no comando, é um time titular com a base daquela equipe que passou perto de cair em 2023.

Hoje, somente Lucas Romero e Juan Dinenno, atualmente machucado, ganharam a titularidade. Alguns dos contratados são reservas frequentemente acionados e outros nem isso, como é o caso de José Cifuentes, volante titular da seleção do Equador que não é aproveitado enquanto nomes como Lucas Silva, Ramiro e Filipe Machado acumulam péssimas exibições.

Essa situação explicita duas possibilidades de erro: de avaliação dos treinadores, que preferem apostar em um time que já se provou incapaz de competir em alto nível, ou do departamento de futebol, que conseguiu errar tanto nas contratações.

O comando técnico também é uma questão. Mais uma vez o Cruzeiro começou o Brasileirão com um treinador diferente daquele que terminou o Campeonato Mineiro. A diretoria celeste diz acreditar na continuidade dos trabalhos, mas mais uma vez isso fica no discurso. O mérito das demissões é uma coisa, mas sustentar as próprias convicções também é importante.

Além disso, a diretoria azul demorou a entender que Rafael Cabral não tinha futuro na meta celeste e quando isso aconteceu, o Cruzeiro ficou a mercê de ter que depender de um goleiro reserva sem ritmo, e ainda pouco experiente, na véspera da estreia da competição mais importante do ano.

Sequência de vexames do Cruzeiro

Se o torcedor do Cruzeiro esperava um ano melhor, de mais alegrias, a decepção tem sido ainda maior. Mesmo antes de três meses completos de temporada, o time celeste acumula vexames e maus resultados.

Podemos citar o 3 a 0 desse sábado (20), para o rival Atlético-MG, a maior derrota do Cruzeiro em um clássico desde o ano de 2009 — na ocasião, o time celeste perdeu também por 3 a 0 em partida na qual poupou o time titular visando a disputa da Copa Libertadores —, a perda do Campeonato Mineiro mesmo após grande vantagem construída para o público recorde do “novo Mineirão”, o péssimo início na Copa Sul-Americana, onde a Raposa caiu em grupo fácil, e o maior deles, a ridícula eliminação na primeira fase da Copa do Brasil para o Sousa, da Paraíba.

O ano ruim já mina a confiança do torcedor celeste no time e, principalmente, nos gestores. Ronaldo apostou alto ao prometer um ano melhor e terá que arcar com o ônus de mais uma quebra de expectativas que chega a ser cruel com uma torcida que há muito tempo não consegue ser plenamente feliz.

Foto de Maic Costa

Maic CostaSetorista

Maic Costa é mineiro, formado em Jornalismo na UFOP, em 2019. Passou por Estado de Minas, No Ataque, Superesportes, Esporte News Mundo, Food Service News e Mais Minas, antes de se tornar setorista do Cruzeiro na Trivela.
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