Com ex-gerente da base no cargo de Victor, Atlético-MG tenta estreitar o caminho dos jovens ao profissional
Pedro Moreira, então gerente da base, assume o cargo de Victor, gerente geral do Atlético, o que deve aproximar mais os jovens do profissional

O Atlético-MG apresentou nesta terça-feira (20) seu novo diretor de futebol, o ex-goleiro e ídolo Victor Bagy, que antes era gerente do clube. Com a promoção, ele deixou sua vaga em aberto, e ela foi preenchida por Pedro Moreira, que era gerente das categorias de base do clube. Com esse movimento, o Galo pode estreitar ainda mais o caminho dos jovens ao profissional e buscar ser um clube formador que tanto sonha.
Desde 2023 o Atlético passou a sofrer uma pressão muito maior com relação a não utilização dos seus jogadores de base. Em 2024, as promessas eram de mais tempo para os jovens. O que só aconteceu até o momento por “acaso”, como a entrada de Alisson por conta da venda de Pavón. O garoto vem jogando cada vez melhor e impressionando a torcida, que pressiona Felipão para colocá-lo mais vezes, até como titular. Isso, inclusive, gerou um atrito do treinador com um torcedor que revoltou a torcida, mas Victor saiu em defesa dele.
Mas, com Felipão ou não, o Atlético deu mais um passo internamente para melhorar esse aproveitamento dos jovens. Depois de apresentar as mudanças feitas na gestão em 2023, o clube agora escolhe como gerente geral quem era gerente da base, Pedro Moreira, ou seja, quem sabe de tudo que acontece com os jovens atleticanos.
Diante desse cenário, o agora diretor Victor falou sobre como ele vê as oportunidades para os jogadores da base no profissional, entendo também que ter Pedro agora ao seu lado vai facilitar esse diálogo entre as categorias.
– É um dos pilares da SAF do Atlético (potencializar a base). É tratado com bastante atenção. Estarei atento, tanto que hoje temos um coordenador de transição, que é o Réver, que observa um trabalho dos destaques da base. A efetivação do Pedro como gerente de futebol também passa muito por essa ponte com a base, haja vista que ele conhece todos os processos e os atletas — disse Victor, que explicou que o elenco já é montado contendo espaço para os jogadores formados no clube.
Quem é Pedro Moreira, novo gerente do Atlético?
Pedro Moreira fez sua formação quase toda fora do Brasil, se formando em educação física com ênfase em negócios, pela Appalachian State University, na Carolina do Norte (EUA). Além disso, concluiu cursos de MBA em comércio e gestão empresarial e esportiva. Ele ainda possui o certificado de Executivo de Futebol pela CBF, tendo sido da mesma turma de Victor no curso.
Pedro chegou ao Atlético no início de 2023 como gerente da base após passagens por Botafogo, Corinthians, Seleção Brasileira e o rival Cruzeiro. Na Raposa, ele atuou na época da gestão de Wagner Pires de Sá, que afundou o clube celeste. Inclusive, em meio as várias investigações daquela gestão, Pedro teve seu nome citado por ter um gasto de mais de R$ 20,8 mil em seu cartão corporativo. No entanto, após investigação interna, foi constatado que parte dos gatos partiram de Wagner, enquanto outra de uma clonagem no cartão.
Elogios a Felipão sobre a base, mas…
Mas Victor não vê só Réver e Pedro como importantes para o projeto da potencialização da base do Atlético. Ele também enxerga Felipão como alguém que contribuiu muito: “O Felipão não tem medo de promover atletas, de colocar para jogar, então ele é muito colaborativo nisso”.
No entanto, não é bem assim como o diretor falou. Felipão é o treinador mais cobrado dos últimos anos pela utilização de jogadores da base. Foi ele quem oportunizou Alisson pela primeira vez, mas também foi ele que “escondeu” o garoto depois dele ter entrado bem em dois jogos na fogueira. É Scolari também quem já deixou claro entender que os jovens atleticanos não estavam treinando melhor dos que os veteranos – que entraram nos jogos e não contribuíram em nada -, e por isso não os dava oportunidade. É o treinador que não dá minutos aos garotos, que fala em utilizá-los sem momentos bons para não queimá-los, mas que, quando usa, coloca eles na fogueira.
São muitos mais contras a Felipão do que prós quando o assunto são os jovens do Atlético. Por todas as respostas que deu até o momento, as poucas oportunidades e a irritação com a cobrança de um torcedor para Alisson jogar mais, Scolari não pode ser visto como “colaborativo” no assunto.
Meu questionamento ao Victor na coletiva de apresentação dele como diretor de futebol do Atlético.
Questionei sobre o olhar dele para a base do clube, e ele cita ser “um dos pilares”, além de destacar a importância ter agora o Pedro Moreira, que era da base, como gerente ao seu… pic.twitter.com/HwfIZAbJSK
— Alecsander Heinrick (@alecshms) February 20, 2024