Brasil

Dinenno e Zé Ivaldo refletem autocrítica da gestão ao focarem em um Cruzeiro diferente

Tanto o atacante argentino Juan Dinenno, quanto o zagueiro Zé Ivaldo, se mostraram cientes que o Cruzeiro precisa melhorar muito e isso é algo que vem de cima

O atacante argentino Juan Dinenno e o zagueiro Zé Ivaldo — este último um velho conhecido da torcida do Cruzeiro — foram apresentados oficialmente como reforços do clube para a temporada de 2024. A dupla concedeu entrevistas coletivas para jornalistas e sócios-torcedores presentes na Toca da Raposa, na tarde desta quarta-feira (17). Dentre as diversas respostas dadas pelos jogadores, chamou a atenção a repetição da ideia que o time precisa entregar muito mais na temporada que se inicia neste mês de dezembro do que fez no ano passado.

O mais curioso dessa situação é que esse discurso, reforçado diversas vezes pela dupla, partiu de jogadores que não estiveram no elenco em 2023, não sendo eles responsáveis pelos insucessos do Cruzeiro dentro de campo. Isso evidencia que há, de fato, uma autocrítica interna, já ressaltada por Pedro Martins, e um desejo por coisas maiores, mais ambição, o que faz com que o início da temporada comece noutra rotação em relação ao visto no ano passado, quando o próprio treinador da equipe já queria deixar o clube.

— O que aconteceu ano passado fica lá. Esse ano, todo mundo tem que começar do zero, e quem se adaptar o mais rápido possível vai largar na frente. É uma motivação, ano passado foi uma das melhores. Esse ano, tem que evoluir ainda mais. Não adianta ser a melhor defesa e não fazer gol, então acho que tem que ser um conjunto — afirmou Zé Ivaldo, tocando no assunto.

— Focar em coisas a longo prazo nunca foi minha virtude, sempre foquei no mais próximo. A responsabilidade de gols, mais que do Cruzeiro, da torcida, é minha, eu mesmo me coloco essa responsabilidade. A auto exigência é uma das minhas valências, sou muito auto exigente. Na dinâmica do ano passado, era difícil fazer gols, temos que mudar isso entre todos nós. Sou o responsável pela minha parte, mas também é um saldo da equipe — apontou Dinenno.

Zé Ivaldo “mudado” promete muito empenho e entrega

O primeiro a falar com a imprensa foi o zagueiro Zé Ivaldo, que abriu a entrevista falando para a Trivela sobre como se deu seu processo de retorno ao Cruzeiro. O jogador, que vinha sendo titular do Athletico-PR, não acertou uma renovação com o Furacão e, estando nos últimos seis meses de seu vínculo com a equipe do Paraná, ficou livre para fechar pré-contrato com outra equipe. Ele escolheu a Raposa, onde conquistou a Série B de 2022.

Depois disso, o zagueiro foi afastado e liberado pelo Athletico-PR. Ele então desembarcou em Belo Horizonte, onde ficou treinando com a equipe, impossibilitado de jogar por já ter completado sete jogos no Campeonato Brasileiro.

— Não cheguei a um acordo para renovar com o Athletico-PR, e tudo que meu empresário e eu pedimos o Cruzeiro aceitou. O Athletico-PR depois até tentou conversar comigo, mas já havia assinado pré-contrato com o Cruzeiro. A minha família se adaptou muito bem a Belo Horizonte, o meu filho gosta do clube, por isso foi minha primeira escolha voltar — explicou o zagueiro.

Ele ainda prometeu muito empenho e seriedade, afirmando que está mudado psicologicamente e confirmando que isso refletiu no seu condicionamento físico. O defensor está visivelmente mais magro.

— Minha cabeça está diferente, mudou muito desde o período em que fiquei afastado no Athletico-PR. Quero fazer algo diferente este ano, começar do zero. Contratei um preparador físico que me ajudou bastante, e isso me colocou até com um condicionamento melhor que até alguns dos meus companheiros neste começo de ano — contou Zé Ivaldo.

“Preparador doido”

Um dos momentos de descontração da entrevista com o carismático Zé Ivaldo aconteceu quando o defensor foi questionado sobre as semelhanças de seu novo treinador, o argentino Nicolás Larcamón, e Paulo Pezzolano, uruguaio que o comandou no Cruzeiro em 2022.

— O estilo é parecido. Na comissão do Pezzolano, tinha um preparador doido, e é o mesmo agora, não muda nada. Só quer correr e correr. Intensidade não vai faltar, o grupo está ficando bem fisicamente para dispararmos nas partidas — disse Zé, arrancando risadas dos presentes.

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Dinenno fala de sonhos: “Entrar na história ganhando títulos”

Contratado com fama de goleador e trazendo na bagagem a idolatria dos torcedores do Pumas, do México, seu ex-clube, Juan Dinenno evitou apontar uma meta de gols e se esquivou de exaltações pessoais, preferindo focar no coletivo. Apesar disso, o argentino disse ter o sonho de entrar para a história do Cruzeiro, a qual exaltou algumas vezes, não de forma individual, como um grande artilheiro, mas ganhando títulos. Ele ainda garantiu que a adaptação ao novo país não será um problema.

— Quero estar adaptado para o dia 24 (estreia do Cruzeiro na temporada, contra o Villa Nova), claro que vou começar uma liga nova e vou aprendendo durante os jogos. Não quero ter a desculpa da adaptação, e com o decorrer dos jogos, tentarei fazer gols. Sobretudo, fazer o meu trabalho para que o time ganhe. Meu objetivo a longo prazo é ser parte de um time vencedor — afirmou o atacante.

Dinenno ainda celebrou a oportunidade de defender o Cruzeiro, dizendo que se trata da realização de um sonho.

— Quando começou a surgir a possibilidade, sabia que era um passo adiante na carreira. Estava bem onde estava, fui bem no Pumas, foi minha casa por quatro anos, senti pertencimento, mas sentia que era momento de mudar, de poder ter sonhos e isso é o Cruzeiro para mim, um sonho. Poder competir em alto nível, em um clube tão importante, então não tive dúvidas — contou o argentino.

Ainda falando de sonhos, o jogador de 29 anos contou ter muitas expectativas para sua estreia e pelo seu primeiro gol no Mineirão. Ele ainda revelou o desejo de vencer o Atlético-MG, grande rival do Cruzeiro.

— Antes de fazer gol, que ganhemos os clássicos. Se tiver um gol, melhor, mas se ganhar por 1 a 0 com gol contra do rival, eu também vou comemorar. Entendo a rivalidade, gosto muito, sou um jogador que gosta dessas partidas, gosto da adrenalina que tem um jogo significativo para a torcida e entendo que é uma partida especial. Mais do que falar sobre essa partida é jogá-la, jogar da maneira que o torcedor se sinta representado dentro de campo. O objetivo é ganhar, mas importante que ganhar é como ganhar, tentar — finalizou Juan Ignacio Dinenno.

Foto de Maic Costa

Maic CostaSetorista

Maic Costa é mineiro, formado em Jornalismo na UFOP, em 2019. Passou por Estado de Minas, No Ataque, Superesportes, Esporte News Mundo, Food Service News e Mais Minas, antes de se tornar setorista do Cruzeiro na Trivela.
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