Corinthians empurra problemas internos com a barriga por bem maior
Animosidade no elenco, treinador na berlinda e resoluções internas ficam em segundo plano enquanto o clube decide o Paulistão contra o maior rival

Mesmo na final do Campeonato Paulista, o Corinthians está longe de viver o melhor momento.
A equipe vem de uma eliminação na Libertadores antes mesmo da fase de grupos. Revés que também serviu para escancarar diversos problemas internos no clube.
O ambiente do elenco não é bom, ainda que o termo “rachado” seja completamente rechaçado nos bastidores.
De todo modo, não será agora, às vésperas da decisão estadual, que as arestas serão aparadas.
Em comum, existe a busca pelo título paulista. Esse é o foco de toda a equipe neste momento. O que, inclusive, vai além dos jogadores e também passa por comissão técnica, departamento de futebol e diretoria.
Relação do elenco não é a mesma do ano passado, mas o principal objetivo permanece
A arrancada histórica do Corinthians no fim do ano passado fez com que praticamente todo o elenco corintiano se fechasse ao término da temporada.
Embalados por sete vitórias consecutivas, os atletas terminaram o ano de 2024 já vislumbrando a conquista do Paulistão.
Principalmente na visão dos jogadores, o elenco do Corinthians montado no segundo semestre merecia mais do que livrar o clube do rebaixamento e classificá-lo à Libertadores.
E esse alinhamento de foco e discurso foi crucial até mesmo para a manutenção da base da equipe.
Atletas que tinham mercado internacional e poderiam sair, como Yuri Alberto, optaram pela permanência para serem campeões.
O próprio Timão comprou a empolgação dos bastidores e transformou na campanha intitulada “uma história sem ponto final”, cujo símbolo foi a vírgula e o lançamento aconteceu ainda no ano passado, na última rodada do Brasileirão.

O problema é que logo nos primeiros jogos de 2025 o ambiente começou a ser minado internamente com pequenos atritos entre os atletas.
Memphis Depay foi o pivô da maioria deles.
Fontes ouvidas pela reportagem afirmam que o retorno dele após as férias foi com uma postura completamente diferente da que havia apresentado nos primeiros três meses no Corinthians.
Aos poucos, começou a se fortalecer algo que é comum nos vestiários dos clubes: os grupos.
Ainda que eles existam no Timão desde o ano passado, nesta temporada passaram a ter papel claro de divisão e animosidade.
De toda forma, mesmo em meio ao cenário menos amistoso do que na última temporada, a gana dos jogadores pelo título vem à frente.

Individualmente, todos os atletas entendem que para escrever o nome na história do clube é fundamental que um troféu seja conquistado.
E mesmo que o cenário não tenha o grupo fechado como antes, o ideal de conquista impulsionado no ano passado ainda tem peso fundamental para os atletas disputarem a final do Paulistão com “sangue nos olhos”.
Inclusive, o discurso entre os jogadores nos últimos dias foi sobre o senso comum.
Líderes do elenco, Ángel Romero e Hugo Souza são os dois atletas mais empenhados em recuperar o ambiente corintiano.
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Final tem treinador do Corinthians na berlinda e diretoria por decisões internas
Além dos atletas, comissão técnica e diretoria também precisam muito do título por questões internas.
No caso do treinador, Ramón Díaz está pressionado no comando técnico corintiano.
Eliminado antes mesmo da fase de grupos da Libertadores, o futuro dele passa diretamente pelo resultado na decisão do Campeonato Paulista.
Em caso de derrota para o Palmeiras, a situação do técnico ficará insustentável e fatalmente ele será demitido.

Isso pode também ser mais uma dor de cabeça para a direção que precisará ir ao mercado pelo novo treinador, enquanto resolve outros problemas internos.
O executivo Fabinho Soldado também possui algumas questões internas a serem resolvidas. Porém, nos bastidores do Corinthians o discurso é que nada acontecerá antes da final do Campeonato Paulista.
Além disso, o presidente corintiano Augusto Melo segue como alvo de um processo de impeachment no Conselho Deliberativo.
O assunto perdeu força desde o dia 20 de janeiro, quando aconteceu a suspensão da votação.
Porém, nos bastidores, Augusto e alguns apoiadores entendem que uma sequência ruim do Corinthians em campo será um prato cheio para que a destituição do presidente volte à tona entre os conselheiros.