Corinthians: Com confusão e pré-votação, reunião sobre impeachment de Augusto Melo é adiada
Decisão aconteceu por volta das 23h30 desta segunda-feira, 20 de janeiro

A reunião do Conselho Deliberativo do Corinthians que votaria o processo de impeachment contra o presidente Augusto Melo foi suspensa antes mesmo do rito.
Houve uma votação simbólica para definir o prosseguimento da eleição sobre o futuro do mandatário corintiano que definiu pela sequência do procedimento.
O resultado foi parelho. Dos 240 conselheiros votantes, 126 foram favoráveis e 114 contrários à continuidade do processo. A diferença foi de somente 12 votos.
Caso o placar fosse adverso, o procedimento seria encerrado com Augusto Melo mantido na função.
Inicialmente, a reunião do Conselho seria mantida após a pré-votação, com a sustentação oral da defesa do presidente corintiano, do líder da Comissão de Ética e votos secretos sobre a continuidade ou não do processo de impeachment contra o mandatário do clube alvinegro.
Porém, o adiamento foi definido em comum acordo entre a defesa de Augusto e Comissão de Ética do Conselho Deliberativo.
O principal motivo foi o avanço do horário e o esvaziamento de alguns conselheiros que deixaram o Parque São Jorge após votarem no rito de admissibilidade.
No entanto, houve também motivação política para o consenso entre as partes. Como a pré-votação foi acirrada, situação e oposição entenderam ser melhor se articularem novamente.
Inicialmente, cogitou-se a retomada da reunião na próxima segunda-feira (27). No entanto, a possibilidade foi descartada também em comum acordo entre a defesa do presidente corintiano e presidência do Conselho Deliberativo. A decisão respeitou uma solicitação do representante legal do mandatário do Timão.
Augusto tentou liminar para impedir reunião, mas não teve sucesso
Diferentemente do que havia falado no domingo (20), o presidente Augusto Melo tentou impedir a reunião através de uma liminar.
No entanto, o mecanismo jurídico foi indeferido pelo Juiz Erasmo Samuel Tozzetto.
– Não há alteração fática apta a albergar a postulada tutela de urgência, mesmo porque a convocação para a nova reunião respeita, à primeira vista, em cognição sumária mais uma vez. os preceitos de Estatuto da associação SCCP, em especial, seu artigo 107 – diz a decisão do despacho que a Trivela teve acesso.
A reportagem soube que o próprio Romeu Tuma Júnior, presidente do Conselho Deliberativo, mencionou a decisão judicial durante a reunião para reforçar a legitimidade do processo.
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Confusão suspende rito e acrescenta votação antes de pleito sobre impeachment
A reunião iniciou por volta das 19h15 (horário de Brasília). O advogado de Augusto Melo chegou a apresentar a defesa do presidente.
No entanto, logo após houve uma confusão entre conselheiros da situação e a mesa diretiva do Conselho Deliberativo.
Isso porque Romeu Tuma convocou o início do processo de votação do impeachment, mas os apoiadores de Augusto Melo entenderam que seria necessária uma eleição interna para decidir a admissibilidade do rito. Ou seja, para a situação, havia a necessidade de uma votação para definir se o impeachment do presidente corintiano seria votado.
Houve uma discussão ríspida entre Augusto e Tuma, com o presidente da diretoria corintiana colocando o dedo em riste em direção ao líder do conselho.
Para controlar o clima, a reunião ficou suspensa por pouco menos de uma hora.
Quando retomada, a admissibilidade foi votada em cédula, de forma secreta e individual a cada conselheiro.
Após apuração e duas contagens, por conta de um equívoco do advogado de Augusto Melo, chegou-se à decisão democrática de prosseguir a votação sobre o impeachment de Augusto Melo no Conselho Deliberativo.
Houve também uma falsa informação espalhada por alguns conselheiros de que a Polícia Militar encerraria os serviços de segurança às 23h30. Isso foi negado pelo Comandante do 2º Batalhão de Choque, responsável pela operação.
Após reunião ser suspensa, clima ficou hostil e conselheiros foram agredidos
Logo foi comunicada a suspensão da reunião do Conselho Deliberativo, o clima esquentou no Parque São Jorge.
Diversos conselheiros foram intimidados e alguns até mesmo agredidos.
Ainda que em lados opostos, Marcelo Mariano, diretor administrativo afastado há uma semana (membro da situação), e o ex-diretor de futebol Sérgio Janikian (integrante da oposição), foram agredidos.
Segundo o vice-presidente da diretoria, Armando Mendonça foi intimidado na sede social corintiana e atacado fisicamente no estacionamento, antes de deixar o local.
Horas antes, preliminarmente ao início da reunião, lideranças da Gaviões da Fiel tiveram acesso ao Parque São Jorge e fizeram cobranças firmes a alguns conselheiros, em especial o ex-diretor de futebol Rubens Gomes.
Nos últimos dias, Rubão discutiu com o perfil oficial da torcida organizada nas redes sociais, inclusive acusando a instituição de ser “passa pano de bandido”.
Além de Rubens, também foram atacados verbalmente os ex-presidentes Andrés Sánchez e Mário Gobbi. Miguel Marques e Silva, presidente do Conselho de Orientação (Cori) também estava presente e foi intimidado.
Autoridades foram chamadas pouco tempo depois e retiraram os membros da Gaviões.