Copa do Brasil

Atlético-MG: seis motivos para acreditar em mais um capítulo de viradas na Copa do Brasil

Galo tem histórico de viradas em sua histórias, que é o que precisa fazer para se sagrar campeão da Copa do Brasil 2024

Acreditar é o sentimento que o atleticano praticamente se obriga a sentir. Não existe “desistir” no vocabulário do Galo. Neste domingo (10), entra em campo de novo se agarrando a isso, dessa vez precisando reverter o 3 a 1 favorável ao Flamengo na final da Copa do Brasil.

Historicamente um time que desafia o impossível, o Atlético tem muitos motivos para acreditar que pode fazer de novo, e a Trivela te conta alguns deles.

Viradas épicas na base do ‘Eu Acredito'

O Atlético, principalmente nos últimos 11 anos, tem colecionado viradas inesquecíveis que lhe renderam títulos. Em 2013, reverteu as derrotas por 2 a 0 para Newells Old Boys e Olimpia, na semi e na final da Libertadores, respectivamente, se tornando o campeão da competição.

No ano seguinte, duas das mais marcantes viradas da história do Galo e do futebol brasileiro, ambas com o mesmo roteiro. Também sofreu 2 a 0 na ida e, na volta, ainda saiu atrás, mas virou para 4 a 1 e se classificou. Os adversários? Corinthians e o próprio Flamengo.

Atlético conseguiu virada épica contra o Flamengo em 2014
Atlético conseguiu virada épica contra o Flamengo em 2014 (Bruno Cantini/Atlético)

Mais recentemente, em 2021, o jogo do título do Campeonato Brasileiro estava 2 a 0 para o Bahia até os 28 minutos do segundo tempo. Em cinco minutos, o Galo virou para 3 a 2 e garantiu a taça.

Neste ano, virou a final do Mineiro em um Mineirão com mais de 60 mil cruzeirenses, e as quartas da Libertadores, contra o Fluminense, na Arena MRV.

Viradas, principalmente com dois gols de diferença, como precisa agora, estão na história do Atlético, e acreditar que vai conseguir de novo é necessário.

Virada contra o Flamengo com o “mesmo protagonista”?

A inesquecível virada contra esse mesmo Flamengo nas semifinais da Copa do Brasil de 2014 teve alguns protagonistas, dentre eles Marion, que relembrou o ocorrido em exclusiva à Trivela.

Marion era um cria da base do Atlético, canhoto que jogava pela direita, com características de habilidade e velocidade. Ele entrou naquele jogo e deu uma assistência, além do cruzamento para o quarto e decisivo gol.

Em 2024, o Atlético tem Alisson, um jogador cria da base, canhoto que joga pela direita, de habilidade e velocidade. Na ida, no Maracanã, entrou muito bem no segundo tempo. Na volta, na Arena, pode repetir o feito de Marion há 10 anos e ser decisivo para a virada contra o Rubro-Negro.

Hulk é o mister finais pelo Atlético

Principal jogador do Atlético, Hulk não fez uma boa primeira partida, mas, quando o assunto são finais, ele é extremamente decisivo. São 11 jogos de decisões que ele já fez com a camisa do Galo, com 10 gols e uma assistência.

Ou seja, em média, Hulk participou de um gol em cada jogo de final que fez pelo Atlético. Para manter isso, precisa de uma participação no jogo deste domingo, e ele é a grande esperança do time.

Núcleo que nunca perdeu finais

Hulk faz parte de um núcleo de jogadores do Atlético que nunca perdeu finais desde que chegou ao clube. A história começou em 2020, até antes do camisa 7 chegar, quando o time já tinha peças centrais de hoje, como Everson e Guilherme Arana.

São sete finais disputadas nesses cinco anos, com o Galo saindo com a taça de todas. Em uma delas, inclusive, bateu o Flamengo na Supercopa do Brasil de 2022, com show de Everson nos pênaltis.

Além da Supercopa, o Atlético conquistou cinco Mineiros e uma Copa do Brasil — além do Brasileiro, que não tem final.

Everson venceu título em cima do Flamengo, rival desta final
Everson venceu título em cima do Flamengo, rival desta final (IMAGO)

A força da Arena MRV

Casa do Galo há pouco mais de um ano, a Arena MRV vai receber sua primeira finalíssima. O estádio tem tido seus problemas (aos poucos corrigidos), mas se mostra uma fortaleza importante para o Atlético.

O Galo atuou 40 vezes na Arena MRV, vencendo 25, empatando nove e perdendo apenas seis. Recentemente, atingiu o recorde de invencibilidade no estádio, de 13 jogos, que caiu após derrota para o Internacional em um jogo complicado com reservas e uma tempestade.

A torcida atleticana promete a maior recepção possível, com mosaico, papel picado, papel higiênico, sinalizadores, entre outros. O torcedor, como sempre, quer ser o 12º jogador e ajudar o time a conseguir mais uma virada épica, como já fez outras vezes.

Gol de Kardec relembra virada histórica da Copa do Brasil

O que faz o atleticano acreditar ainda mais é o gol de Alan Kardec que diminui a diferença do placar no primeiro jogo. O atacante, que não marcava há quase 500 dias, balançou as redes na primeira vez que recebeu a bola no Maracanã.

Após o jogo, muitos torcedores disseram que um gol de um jogador como Kardec, que não tem uma boa passagem pelo clube e estava na seca há tanto tempo, não pode ser em vão, que isso significa algo.

O gol de Kardec relembra muito a trajetória da única final de Copa do Brasil da história em que um clube conseguiu reverter dois gols de diferença: o Sport em 2008.

O Rubro-Negro perdia a ida para o Corinthians por 3 a 0 quando Enilton marcou um gol nos acréscimos. Carlinhos Bala, craque do Sport na época, afirmou que aquele seria o gol do título. Na volta, o Leão venceu por 2 a 0 e, graças ao gol do atacante, levantou a taça por conta da regra do gol fora — que hoje não existe mais.

Foto de Alecsander Heinrick

Alecsander HeinrickSetorista

Jornalista pela PUC-MG, passou por Esporte News Mundo e Hoje em Dia, antes de chegar a Trivela. Cobriu Copa do Mundo e está na cobertura do Atlético-MG desde 2020.
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