Brasileirão Série A

Sem Pereyra, Santos torce por versatilidade dos contratados para suprir carência do elenco

Diretoria do Santos sonhou com o argentino para atuar pelos lados do campo e não encontrou um 'substituto'

Preocupado com o fantasma do inédito rebaixamento no Campeonato Brasileiro, o Santos foi ao mercado nesta janela de transferências de meio de ano. Foram nove contratações. Três delas para o ataque. Chegaram na Vila Belmiro o argentino Julio César Furch, o uruguaio Maximiliano Silvera e o colombiano Alfredo Morelos. Mas eles resolvem parte dos problemas do Peixe?

Antes mesmo da abertura da janela de transferências, o Santos, por meio dos ex-técnicos Odair Hellmann e Paulo Turra, e do ex-coordenador de esportes Paulo Roberto Falcão, deixou claro que o clube usaria o período de contratações para trazer pelo menos um atacante de lado de campo.

A ideia era qualificar o setor que atualmente conta com Soteldo, Mendoza, Lucas Braga e o jovem Wesley Patati.

O escolhido pelo Santos foi o argentino Roberto Pereyra, que estava sem clube após o término do seu contrato com a Udinese, da Itália.

Três meses de espera por Pereyra

Entre julho e setembro, o Peixe, inicialmente com Falcão e posteriormente com o Alexandre Gallo – contratado para substituir Falcão e trabalhar como coordenador esportivo – tentou convencer o jogador de 32 anos a ser “a cereja do bolo” alvinegro, como disse o presidente Andres Rueda.

Apesar dos três meses de tentativas, Pereyra agradeceu o interesse e resolveu, após muita especulação, firmar um novo vínculo com a Udinese.

Furch e Mendoza na Vila Belmiro
Finalizador nato, Julio César Furch marcou o seu primeiro gol com a camisa do Santos na vitória sobre o Grêmio, na Vila Belmiro (Foto: Flickr/Santos)

Enquanto sonhava com o sim do argentino, o Santos agiu no mercado. Para não sobrecarregar o jovem Deivid Washington em um período de forte pressão e claramente convencida de que a aposta em Bruno Mezenga não foi acertada, a diretoria viabilizou a chegada do centroavante Julio César Furch, que pertencia ao Atlas, do México.

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Silvera e Morelos jogam pelo lado?

A contratação do argentino, um finalizador nato, logo se mostrou acertada em razão da venda de Deivid Washington ao Chelsea, da Inglaterra. Desta forma, Furch, um jogador experiente, virou a primeira opção no banco de reservas para possíveis ausências do titular Marcos Leonardo.

Em contrapartida, a lacuna ofensiva pelos lados do campo seguia aberta. Diante das opções disponíveis, o Santos anunciou uma nova e inesperada aposta: Maximiliano Silvera, que assinou contrato de três meses.

Em seguida, foi a vez de Morelos desembarcar na Vila Belmiro.

Ocorre que entre Furch, Silvera e Morelos, nenhum deles se considera um jogador de lado de campo.

Posicionamento atrapalha Silvera no México

Em sua entrevista de apresentação, na última segunda-feira (11), Silvera, que tem a velocidade como uma das suas características, disse que não conseguiu repetir no México tudo que fez no Uruguai justamente por atuar fora da sua posição de origem, que é a de centroavante.

Maxi Silvera na Vila
O uruguaio Maximiliano Silvera foi contrato pelo Santos após deixar o Necaxa, do México (Foto: Flickr/Santos)

– Não fui bem no México, não fiz muitos gols, mas cheguei do Uruguai sendo artilheiro jogando centralizado. No México, cheguei a jogar de meia ou como ponta. Isso para mim era algo novo e tive de ir me adaptando. Obviamente estava mais longe do gol do que vinha estando no Uruguai. Me serviu para crescer como jogador e para jogar em novas posições. Vejo como um crescimento -, disse o novo dono da camisa 17 do Peixe, que defendeu o Juarez e o Necaxa, mas não deixou saudades.

Morelos diz que pode ser segundo atacante

Autor de 83 gols ao longo das cinco temporadas em que defendeu o Rangers, Morelos é um também é um atacante com faro de gol apurado. Apesar disso, ao ser apresentado nesta terça-feira (12), o colombiano se colocou à disposição para atuar de diferentes formas.

– Já joguei sozinho na frente, como 9 central, mas posso jogar em qualquer posição do ataque, como um segundo atacante por exemplo – falou ele.

Kieran Canning, jornalista da Agência France Press em Glasgow, na Escócia, explica que isso raramente ocorreu, enquanto Morelos defendeu o Rangers.

– Ele joga muito mais de maneira central. Atualmente ele não é rápido o suficiente para jogar pelas beiradas do campo -, fala o repórter.

Forte concorrência para Marcos Leonardo

Diante das explicações e da carência no elenco, é possível que Silvera ou Morelos sejam testados como alternativas para as ausências ou oscilações de Mendoza e Soteldo. Mas está claro que nenhum deles chega ao Peixe com status de titular naquela faixa do campo.

Na base da entrega e dedicação, eles podem contribuir. Porém, a verdade é que Marcos Leonardo, que não é, no momento, um dos problemas do elenco e acabou de retornar da seleção brasileira sub-20, foi quem mais viu a sua concorrência aumentar nesta janela de transferências, enquanto um setor bem mais deficitário irá até o fim da temporada com carências.

 

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As outras seis contratações do Santos

Além do trio de atacantes, o Santos aproveitou a janela de transferências para trazer o zagueiro João Basso, o lateral-esquerdo Dodô, o lateral-direito Júnior Caiçara, os meio-campistas Tomás Rincón, Jean Lucas e Nonato

Foto de Bruno Lima

Bruno LimaSetorista

Jornalista pela UniSantos com passagem pelo Jornal A Tribuna de Santos. Já trabalhou na cobertura de jogos da Libertadores e das Eliminatórias Sul-Americanas no Brasil e no Exterior. Na Trivela, é setorista do Santos.
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